UMA BREVE REFLEXÃO
TEÓRICA E METODOLÓGICA SOBRE A APLICAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA: A ECONOMIA
CAXIENSE NO SÉCULO XIX, NO ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL
Introdução
O presente ensaio trata-se de uma
reflexão teórica e metodológica sobre a aplicação de uma Sequência Didática
[S.D] no Ensino de História Local, intitulada: A Economia Caxiense no século
XIX, cuja finalidade é sistematizar dentro do espaço historiográfico
maranhense, a importância que a História Local deve ter no cotidiano escolar
para os alunos. Dessa forma, a função social desta sequência se dá não apenas
para compreender a história de um lugar de fala e pertencimento, mas para
estimular uma interação maior do indivíduo com a sua identidade.
Desse modo, a sequência representa uma
alternância didático-pedagógica do docente em sala de aula em prol de valorizar
e difundir a História Caxiense, muitas vezes, relegada, silenciada, ou até
mesmo refutada pela historiografia tradicional [linear e de cunho positivista],
bem como pela tradição escolar conteudista, que perdura no Ensino de História,
referente a transmissão de saberes construídos historicamente e reproduzidos
nos livros didáticos da Educação Básica, que ainda contempla uma História
Macro.
Reflexão
teórica
Um dos grandes questionamentos do
professor de História da Educação Básica, é como fazer com que nossos alunos
gostem e se envolvam com a história? Uma
tentativa trivial de resposta a esta problemática em voga, é o distanciamento
temporal e espacial dos conteúdos da área. Por exemplo:
“[...] seria de difícil compreensão o
conteúdo da história antiga da Mesopotâmia em função dessa distância. Tal
distanciamento seria um fator de desânimo e desgosto pela aula de História e
que, em função disso, o encantamento pela história viria pela potencialidade de
o ensino conseguir estabelecer relações entre o conteúdo ensinado e a própria
história vivida dos estudantes.” [GIACOMONI e PEREIRA, 2013, p. 13]
Por
isso, surge-se a necessidade de aguçar no alunado o gosto pelas aulas de
História, bem como o envolvimento em atividades práticas de cunho pedagógico,
que permitam o processo de ensino-aprendizagem, com resultados positivos.
Assim, é salutar pensar em História Local, com possíveis conteúdos
negligenciados pelo livro didático de História. Posto que:
“[...]o ensino de história não pode
estar preso a um livro didático, e funciona em forte articulação com as
demandas do tempo presente. Este ensino precisa trazer também a marca de
intensa autonomia intelectual do professor, que elabora atividades e vai com
isso montando seu programa, o que significa que vai expressando seu modo de
entender a história.” [GIACOMONI e PEREIRA, 2013, p. 32]
Com
isso, a forma de expressão e comunicação entre aluno-professor é o mais valorizado,
e quando inserido adequadamente na aula de História, torna-se um belo exercício
prazeroso, sobretudo, relacionado intrinsicamente ao brincar, ao aprender e ao
ensinar. É claro, para isso é imprescindível a aceitação do discente escolar,
pois:
“[...] é necessário perceber que os alunos
demonstram boa receptividade à atividade. Isto pode implicar que se inclua no
programa o estudo de tópicos do agrado dos alunos, ou que se negocie para que
eles apresentem os resultados do estudo do modo que lhes agrade. Ceder em
alguns pontos, na negociação com os estudantes, abre a possibilidade de que se
possa ter a adesão deles às nossas propostas em outros momentos. Um bom
indicador de que a atividade está produzindo efeitos de aprendizagem são os
questionamentos do aluno, quando reconhecemos que de modo espontâneo formulam
perguntas, em linguagem que demonstra que processaram às informações,
vincularam com seus interesses e produziram perguntas.” [GIACOMONI e PEREIRA,
2013, p. 37]
Com isso, poderá se perceber que
durante a aplicação da S.D consolidara-se uma interação e dinamicidade entre os
envolvidos. Dado que, em consonância com os PCN’s de História:
“Na transposição do conhecimento
histórico [...] é de fundamental importância o desenvolvimento de competências
ligadas à leitura, análise, contextualização e interpretação das diversas
fontes e testemunhos das épocas passadas – e também do presente. Nesse
exercício, deve-se levar em conta os diferentes agentes sociais envolvidos na
produção dos testemunhos, as motivações explícitas ou implícitas nessa produção
e a especificidade das diferentes linguagens e suportes através dos quais se
expressam”. [BRASIL,1998a, p.22]
Sendo assim, conseguiremos alcançar os
nossos objetivos, no que tange à análise da economia caxiense no século XIX a
partir de sua formação, consolidação, e diversificação; Aliás, a própria valorização do Ensino de História
Local é fruto de um pretenso rompimento de uma tradição escolar de cunho
positivista. Segundo Laville [1999, p. 125]:
“[...]durante muito tempo o ensino de
história não deu relevo as vivências dos estudantes e, muito menos, promoveu a
valorização de outros sujeitos nas construções das histórias e isso,
certamente, configurou um dos reforços – que permeiam a História do ensino de
história – de que a disciplina é algo demasiadamente abstrato e, porque não,
sem valor para a vida prática dos educandos. Uma narrativa linear de fatos
seletos, marcada por personagens [heróis] e acontecimentos simbólicos, com
causa e consequência e sem relações de utilidade na vida cotidiana dos alunos,
foi o que predominou nas aulas de História[...].”
Nessa
perspectiva, o alunado enquanto sujeitos históricos são capazes de identificar
às relações sociais no seu próprio convívio, bem como seu lugar social, para
assim desenvolverem uma linha interpretativa-racional concernente a História
Local, e suas temáticas conteudinais. Logo:
“O lugar social do sujeito é uma das condições da construção discursiva,
pois o discurso não é uma produção independente das relações sociais, pelo
contrário, nasce de certo entendimento das suas contradições. “[PALMA, 2012, p.
01]
Com
base nisso, é primordial levar a temática local para o espaço escolar,
instigando a participação e contribuição do alunado caxiense numa postura
crítica-reflexiva sobre o Ensino de História e suas propostas de intervenção em
sala de aula, apesar da ausência e descaso por parte do Poder Público, em não
repensar a introdução da História de Caxias nos livros didáticos escolares.
S.D: A Economia Caxiense no século XIX
De acordo com Bocchi [2011], no
oitocentismo, Caxias era evidente no âmbito nacional e regional, cidade que
respirava cultura e história. Além, de ser conhecida em todo o Brasil como o
palco central da Guerra da Balaiada, que aconteceu entre os anos 1838-1841, e
que teve na luta pobres, sertanejos e escravos contra a Coroa Portuguesa. Em
uma das principais reinvindicações estava o esquecimento do governo regencial
com relação aos poucos incentivos a economia na época, que já encontrava
dificuldades para seguir em frente.
Para Costa [1999], entre os principais
produtos cultivados em Caxias está o Algodão. Produto utilizado muito antes
mesmo da chegada dos Portugueses em 1500, sendo utilizado pelos indígenas das
regiões Norte e Nordeste.
Em todo o Maranhão e outras localidades
do Nordeste cultivava-se este produto, principalmente a partir do século XIX,
sendo Caxias uma das localidades que mais se plantava. Antes de seu uso
industrial, era usado para a fabricação de roupas que era usado pelos escravos,
pois a elite só usava tecidos finos vindos da Europa [ASSUNÇÃO, 2000].
Logo, conforme Costa [1999], este
produto era destinado principalmente a Exportação para alimentar as fábricas
têxteis da Inglaterra. Para que houvesse uma produção exportadora, torna-se necessário
ter um plantio de grandes proporções, conhecido no campo econômico de
Plantation. Para tal forma de plantio, o trabalho escravo veio a ser a
principal mão de obra na produção de algodão da cidade de Caxias.
Segundo o major Francisco de Paula Ribeiro,
em 1819 a Vila de Caxias detinha de grandes lavouras de algodão e com mais de
duzentos mil escravos trabalhando, e que:
“[...] fazendo até hoje por um nunca
interrompido tráfico comercial o principal motivo de sua opulência [...]”
[RIBEIRO, 2005. p.145]
Na perspectiva de Assunção [2000],
Caxias se encontrava naquele momento como uma das grandes produtoras de algodão
do estado, e também do país, por estar acontecendo na Europa à Revolução
Industrial, onde houve a melhoria dos processos técnicos de aproveitamento
expressivo do algodão, que posteriormente, vem a ser a principal matéria-prima
industrial.
O Maranhão era a segunda região
exportadora de algodão, sendo São Luís o quarto porto exportador do Brasil, e
sendo Caxias a maior concentradora de lavouras do Maranhão. Conforme Assunção
[2000], em 1812, 56% das exportações maranhense já eram destinadas diretamente
para a Inglaterra.
Muitas
cidades se desenvolveram durante esses períodos em que o Maranhão foi destaque
no plantio do algodão:
“São Luís e Alcântara eram cidades dos
barões, cujas propriedades em escravos, fazendas de algodão, de gado,
disputavam com os senhores do centro-sul do Brasil. Também na época da
opulência do algodão, construíram se casarões de azulejos e sobradões em
cidades como: Brejo, Itapecuru, Alcântara, Codó, Caxias e, em especialmente, em
São Luís.” [BOTELHO, 2010. p. 108].
Esta produção era transportada até o
porto de São Luís através de embarcações que percorria o rio Itapecuru, que
nessa época era navegável em toda a sua extensão, sendo o mais importante da
província para a entrada no sertão e o escoamento de produtos que tinha o
plantio em suas margens.
De acordo com o historiador Caio Prado
Junior [2006], a primeira remessa de algodão brasileiro para o exterior, data de
1760 e provém do Maranhão, que exportou 651 arrobas, e ele coloca Caxias como a
principal localização produtora.
Os
escravos também eram importantes nessa comercialização, onde muitos se faziam
presentes nas feiras da cidade, e também para venda do excedente das fazendas
de seus senhores.
Segundo Francisco de Paula Ribeiro,
major da Coroa Portuguesa, a vila de Caxias é:
“[...] uma continuada feira, onde
muitos distantes os povos dos sertões confinantes trazem à venda os seus
efeitos, que constam de algodões, solas, couros de veado e cabra, tabacos de
fumo, gados, escravaturas da Bahia [...]” [RIBEIRO, 2005. p.149].
Assim, Caxias era relevante pela sua
variedade de produtos acessível ao consumidor com poder aquisitivo de compra e
venda. Em relação ao processo de decadência da produção algodoeira, inicia-se a
partir da segunda metade do século XIX, sendo por diversos motivos, como a
Guerra da Balaiada [1838-1841]; uma extensa seca no estado; falta de
aprimoramentos nas técnicas de produção e colheita do algodão; e competição com
o algodão dos Estados Unidos.
Como já dito, Caxias esteve ligada a
cultura algodoeira durante o início do século XIX, onde era enviado a sua
produção para as fábricas da Inglaterra que naquele momento vivia o momento da
Revolução Industrial, com uma grande produção de tecidos.
Com isso, na cidade de Caxias, os
diversos jornais escreviam sobre o período de crise que a cidade estava
passando, transmitindo suas angustias, onde estes jornalistas, que faziam parte
da elite transmitiam as medidas que deveriam ser tomadas para tirar Caxias do
período de decadência que estava vivendo, como a construção de fábricas
têxteis.
De acordo com o historiador maranhense
Mario Meireles [2001], a implantação das têxteis em solo maranhense representou
uma loucura ou miragem industrial, enquanto que para os caxienses foi uma
redenção e o advento de novos.
Desse modo, um grupo de latifundiários,
elite e empresários locais formaram um grupo de discussão para que houvesse uma
saída da cidade daquele estado crítico de crise. Este grupo tinha como líder
Francisco Dias Carneiro, homem de mente brilhante, sendo, nessa ocasião enviada
a São Luís para conseguir ajuda dos empresários da capital para a instalação da
fábrica têxtil em Caxias, saído sem uma posição. Assim, a Companhia ‘Industrial
Caxiense’ decide seguir seus ideais de constituir uma Caxias fabril a todo
custo, mesmo sem apoio governamental e de empresários da capital, São Luís.
À época, segundo o Jornal Commercio de
Caxias [28 de janeiro de 1888, p. 2-3]:
“Todos os aparelhos e maquinismo que
possui a fábrica são americanos e o expectador ao contemplar os movimentos
rápidos e desencontrados de todos os transmissores e operadores, guiados pelas
mãos delicadas de mulheres e crianças [...]”.
Com a chegada das fábricas em Caxias a
cidade assumia um discurso de ser uma cidade no período de modernidade, sendo
instaladas mais fábricas e companhias de bondes, de navegação, de exploração
telegráfica e de telefone e de aguas e também uma Usina Agrícola. Dentre essas
outras fábricas têxteis está a que conhecemos hoje como Centro de Cultura,
construído em 1889 e que recebeu como nome “Fábrica Manufatura União Caxiense”.
Dessa forma, mesmo estando no interior
do Maranhão, Caxias era interligada a Europa, quando se trata de normas,
hábitos e produtos vindos dessas terras distantes, sendo tais pessoas
participantes de tempos modernos que emergiram em contextos de dificuldades
econômicas, como o da construção das fábricas.
Reflexão
Metodológica
Este material propõe trazer a discussão
sobre a História de Caxias -MA como estratégico entreposto comercial no século
XIX em terras maranhense, é claro, a princípio será essencial um aparato
conceitual, levantando os seguintes questionamentos: O que é Economia? Quais são
os tipos de economias existentes? Quais os modos de produção decorrentes de
distintos contextos históricos? Quais teorias econômicas e setores da economia
coexistiram numa relação entre estabilidade e crises que atingiram determinada
sociedades, grupos ou sujeitos.
Nesta sequência, será trabalhado no 1º
capítulo, as seguintes categorias conceituais: economia, tipos, práticas,
setores, teorias, modos e relações econômicas. O 2º capítulo, aborda as
atividades econômicas e suas relações a fim de fazer com que os alunos
reconheçam e identifiquem o modo de produção, os tipos de economias e o modelo
de pratica econômica que perdurou no Brasil Oitocentista, e consequentemente no
Maranhão e em Caxias. A partir da experiência histórica decorrente das
especificidades do período fabril e seu declínio em solo caxiense.
O 3º capítulo irá retratar o processo
de formação do parque industrial caxiense no final do século XIX e seu impacto
para a expansão urbana e crescimento econômico interno e externo.
Posteriormente, no 4º capítulo os alunos terão a oportunidade de reconhecer as
fabricas têxteis da cidade e seu contributo para a formação cultural e
influências perante os sujeitos envolvidos na atividade algodoeira, sustentada
pela mão-de-obra escrava em tempos áureos, e direcionada para o mercado
exportador; adiante evidencia-se a crise da cotonicultura no final do
oitocentismo.
Além, do rol de exercícios de fixação
no término de cada capítulo, bem como complemento didático-pedagógico,
exemplificado com a presença de: algo mais, glossários, sugestões de filmes,
indicações bibliográficas, anúncios comercias, imagens para análise etc.
visando anexar os conhecimentos históricos a partir do desenvolvimento da
leitura mais a escrita do alunado, demonstrando na prática a efetividade da
aprendizagem.
Considerações
finais
Em suma, através deste recurso
metodológico o professor poderá criar e buscar situações
problematizante-reflexivas fruto da realidade do alunado, e de suas
experiências vivenciadas e que refletem no espaço escolar, e diretamente no
processo de ensino-aprendizagem.
Com isso, a intenção da Sequência
Didática [S.D] é proporcionar a formação e representação de uma identidade
regional composta de sujeitos e processos históricos excluídos pela
historiografia hegemônica, a partir de suas especificidades existentes. Assim,
esperamos que essa ferramenta auxilie o professor a difundir os saberes
históricos, e possibilitar um leque de oportunidades e novas perspectivas para
seus alunos, contribuindo positivamente para o processo de ensino-aprendizagem.
Referências:
Maykon Albuquerque Lacerda é graduando em Licenciatura Plena
em História, pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade
Estadual do Maranhão –CESC/UEMA. É membro do Núcleo de Estudos, Pesquisa e
Extensão sobre África e o Sul Global – NEAFRICA. E-mail:
maykonalbuquerquelacerda@gmail.com
David
da Silva Sousa é graduando em
Licenciatura Plena em História, pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias, da
Universidade Estadual do Maranhão –CESC/UEMA.
É membro do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre África e o Sul
Global – NEAFRICA. E-mail: dividsilsou@gmail.com
ASSUNÇÃO, Mathias Röhrig. Exportação, Mercado
interno e crises de subsistência numa província brasileira; o caso do Maranhão
[1800-1860]. In: Estudos, sociedade e agricultura. Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro: número 14, Abril de 2000.
BOCCHI, João Ildebrando. Século XIX: Renascimento Agrícola,
Economia Cafeeira e Industrialização. In: REGO, Jose Marcio; MARQUES, Rosa
Maria Marques [Org.] Formação econômica
do Brasil. Ed. Especial Anhanguera. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 73-97.
BOTELHO,
Joan. Conhecendo e Debatendo a História
do Maranhão. São Luís: Fort Gráfica,
2010. p. 108.
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros curriculares nacionais: história. Brasília: MEC/SEF,
1998.
COSTA, Emília
Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. 6.
ed.São Paulo: Fundação editora da UNESP, 1999.
GIACOMONI, Marcello Paniz; PEREIRA, Nilton
Mullet [orgs.]. JOGOS E ENSINO DE
HISTÓRIA. 1ª ed. Porto Alegre: Evangraf, 2013.
LAVILLE,
Christian. Guerra das narrativas:
debates e ilusões em torno do ensino de História. Revista Brasileira de
História. São Paulo, v. 19, n. 38, p.125-138. 1999.
MEIRELES, Mario. História
do Maranhão. São Paulo: Editora Siciliano, 2001.
PALMA,
Gloria Maria. O lugar social e as condições de produção do sujeito autor:
Machado de Assis e Carolina Maria de Jesus. Disponível em:
http://publicacoes.unifran.br/index.php/colecaoMestradoEmLinguistica/article/download/546/436.
Acesso em: 05 de fev. de 2020.
PRADO, Caio Jr. História
Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2006.
RIBEIRO; Francisco de
Paula. FRANKLIN; Adalberto Franklin. CARVALHO; João Renôr Ferreira de. Desbravador dos sertões de Pastos Bons:
a base geográfica e humana do Sul do Maranhão. Rio de Janeiro: Ética, 2005.
Fonte
hemerográfica:
Jornal Commercio de Caxias,
28 de janeiro de 1888.
Prezados Maycon e David, parabéns pelo texto! Também cumprimento vocês pela iniciativa de produzir um conjunto de atividades que fomentam o conhecimento crítico-reflexivo e, sobretudo, científico e contra-hegemônico a respeito da História Local na sala de aula.
ResponderExcluirPercebi no texto que a necessidade de revisar a historiografia tradicional sobre Caxias-MA - e fazer com que essa revisão seja interessante para os educandos – foi um dos motivos que levaram vocês a elaborar a Sequência Didática. Assim, gostaria de saber qual é a influência da historiografia tradicional, isto é, não-problematizadora, no contexto escolar de ensino-aprendizagem observado por vocês, e por quê é socialmente necessário disputar o espaço do conhecimento histórico contra essa historiografia.
Vitor Luiz Soares Figueiredo
Olá, Vitor Figueiredo!
ExcluirPrimeiramente, agradeço suas considerações iniciais, e percepção contundente. No tocante, à historiografia tradicional, observamos que é notória sua herança positivista deixada no Ensino escolar vigente, sobretudo, através de métodos de memorização e reprodução de uma história-narrativa enquanto matéria decoreba, perpetuada ainda na prática de alguns docentes da disciplina de História. Em contrapartida, percebe-se na realidade escolar caxiense, a atuação de alguns professores que se utilizam de renovações metodológicas em sala de aula, é claro, sabemos que o campo histórico é uma disputa de relações de forças e poder, e consequentemente, uma história-escolar problematizadora é tido enquanto uma ameaça aos interesses de segmentos conservadores dominantes. Nessa conjuntura, a disputa do espaço do saber histórico, pelo viés contra-hegemônico é essencial para proporcionar a criticidade do alunado em refletir sobre sua realidade e problemas vivenciados, em prol de capacitá-los para uma transformação cidadã e sensibilizadora, referente à visão de Homem, mundo e sociedade. Por isso, os revisionismos históricos são basilares na legitimidade ou refutação de paradigmas, discursos e produções historiográficas.
Espero ter-lhe respondido com êxito !
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda
Perfeito!
ExcluirObrigado pela resposta, e sucesso para vocês!
Saudações.
Vitor Luiz Soares Figueiredo
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