Geovana Erlo e Lucas Sobroza


SAÍDAS A CAMPO: METODOLOGIA PARA O ENSINO INTERDISCIPLINAR EM ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL


A preparação do corpo discente, docente e da comunidade em geral para gerir as demandas sociais, políticas e econômicas se dá para muito além das paredes da escola. A convivência em sociedade já propicia a formação do indivíduo como cidadão. Para Maria Auxiliadora Dessen:

“A escola é como um microssistema da sociedade, ela não apenas reflete as transformações atuais como também tem que lidar com as diferentes demandas do mundo globalizado. Uma de suas tarefas mais importantes, embora difícil de ser implementada, é preparar tanto alunos como professores e pais para viverem e superarem as dificuldades em um mundo de mudanças rápidas e de conflitos interpessoais, contribuindo para o processo de desenvolvimento do indivíduo.” [Dessen et al., 2007, p. 25].

A educação integral se faz na sociedade pois a criança não depende apenas do educador [Paro, 1988, p. 27]. Todavia, a vivência em comunidade acaba por perpetuar conceitos deturpados de uma visão elitista de "cidadania" – esta, que baseia-se, na contemporaneidade, como integração no mercado de trabalho e contribuição assídua e ativa para economia do país. Esta realidade não alcança a todos. Assim, a função preparatória da escola deve ocorrer também nessa vivência, transmitindo a valorização do indivíduo como um todo.
        
A crítica à escola tradicional se desenvolveu tanto dentro de movimentos sociais populares como no liberalismo, mas foi através do lema “educação integral para o homem integral” que chegou ao Brasil [Gallo, 2002, p. 14]. A ampliação da jornada escolar foi pensada no contexto da realidade educacional brasileira por Anísio Teixeira e pelos Pioneiros da Educação Nova em 1932, onde 26 educadores redigiram o documento "A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo". Os educadores afirmavam que a escola tradicional deixava o indivíduo numa autonomia isolada e estéril; de tal forma, a Escola Nova objetivava ser pública, laica, obrigatória, gratuita, em tempo integral e que tivesse como preocupação a formação integral das pessoas para viverem na nova sociedade democrática e liberal que despontava no cenário brasileiro. Segundo o redator do documento, é "[...] assentado o princípio do direito biológico de cada indivíduo à sua educação integral, e cabe evidentemente ao Estado a organização dos meios de o tornar efetivo." [Azevedo, 1932, p. 23].
        
Segundo o Documento Projeto Escola Pública Integrada [2003, p. 6]:

“No planejamento da matriz curricular para ampliação do tempo pedagógico é importante manter equilíbrio entre atividades de caráter mais lúdico e aquelas com características mais acadêmicas. O currículo em tempo integral deve prever espaços para realização das atividades relacionadas ao lazer, ao desenvolvimento artístico e cultural, ao esporte, ao acesso a novas tecnologias e a práticas de participação social e cidadã, como componentes essenciais à formação humana.”.

Apesar das mudanças de conceito, de tempo, de espaço, de gestão e de ensino que a escola de tempo integral sofreu ao longo da história, sempre se manteve a ideia de que a ampliação do tempo qualifica o processo de aprendizagem e diminui as desigualdades. A luta pela democratização da educação passa a ser priorizada pelo governo brasileiro em 2007, pela Portaria Interministerial nº 17 e, posteriormente, pelo Decreto Presidencial nº 7.083/2010 que instaurou o Programa Mais Educação. A partir deste, a Rede Municipal de Ensino [RME] torna-se prioridade para a implantação das Escolas de Tempo Integral.
        
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Governador Leonel Brizola, espaço onde as saídas a campo foram implementadas como metodologia inovadora – objeto de estudo deste trabalho –, foi uma das quatro escolas de ensino fundamental do município de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, onde o conceito de Escola de Tempo Integral foi aplicado. Para Guimarães [2016, p. 13], foi inaugurada em agosto de 2014 com o objetivo de oferecer educação para o segundo ciclo do ensino fundamental [do 6º ao 9º ano], atendendo crianças e jovens moradores do Loteamento Campos da Serra – este, implantado para suprir a “demanda de habitação popular das famílias com renda de zero até mil e seiscentos reais que se inscreveram nos projetos habitacionais e outras famílias que, por necessidade de obras públicas, foram reassentadas”. Famílias de diversas localidades da cidade foram realocadas em um espaço comum, e alunos dos 11 aos 17 anos passaram a frequentar uma escola tida como “integral”. O loteamento edificado nos limites urbanos do município é bastante isolado do resto da cidade.

Todavia, as características da instituição em questão fugiam aos aspectos básicos do projeto-piloto do município, que pressupunha que a escola estivesse dentro dos limites da comunidade que a utilizava e dispusesse de ambientes adequados para a permanência dos alunos por ao menos nove horas diárias, como quadra poliesportiva, sala adequada para refeições, laboratório de informática e química, sala de artes, dentre outros, para ser considerada integradora. A realidade enfrentada pelos alunos era bem diferente.

Incorporada temporariamente ao subsolo de um bloco localizado na Universidade de Caxias do Sul [bem distante do Loteamento Campos da Serra, local de origem dos alunos] e sem qualquer ambiente pensado para a permanência dos discentes nas idades referentes ao ensino fundamental, o prédio ainda era utilizado à noite por estudantes da Universidade, o que impossibilitava a utilização específica dos espaços pelos alunos. Ainda segundo Guimarães [2016, p. 20]: “[...] diante disso, há uma indagação sobre o quanto esses alunos se sentem pertencentes de fato a essa escola, do quanto eles sentem, de fato, esse espaço físico como seu”, e isso acaba por dificultar, ainda, na inserção da comunidade do Loteamento no cotidiano escolar – presença fundamental na construção da Escola Integral.

O Subprojeto Interdisciplinar do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência [Pibid] da Universidade de Caxias do Sul passou atuar na Escola Governador Leonel Brizola sob supervisão da Profª Dra. Eliana Rela e mediação do professor de História e Geografia, Márcio Rodrigues, a partir de agosto de 2016, tendo em vista a necessidade de acompanhamento lúdico à escola como um todo. No início do ano de 2017, o Grupo Interdisciplinar passou a contar com seis bolsistas, sendo estes, Andressa Bernardi de Jesus, Carla Josiane Born, Geovana Erlo, Lucas Sobroza, Natalia Ferreira e Steffany Cardoso, que participaram ativamente das atividades desenvolvidas pelo projeto até o fim do corrente ano – período onde as saídas a campo foram incorporadas como metodologia emancipadora e que será analisado neste estudo.

A busca por métodos de ensino eficazes e adequados é discutida nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais estimulam a busca de atividades diferenciadas e inovadoras que possam explorar o ambiente de aprendizagem por meio de uma abordagem multidisciplinar [BRASIL, 1998, p. 79]. A atuação do subprojeto interdisciplinar do Pibid-UCS no Governador Leonel Brizola, por meio do acompanhamento intrínseco nas aulas do professor de História e Geografia do turno da tarde, especificamente mediadas para os oitavos anos A e B, proporcionou uma série de inovações metodológicas no andamento do período letivo, desde aulas com ferramentas digitais, oficinas e saídas a campo – dessas, as saídas a campo foram as que mais evidenciaram uma efetiva mudança comportamental dentro e fora da sala de aula.

A saída a campo, quando vista como atividade complementar para o conteúdo visto dentro de sala de aula, favorece a interdisciplinaridade ao proporcionar ao aluno um ambiente pragmático de ensino-aprendizagem. Ela “permite aos estudantes o conhecimento do modo de vida e da cultura dos diferentes espaços que fazem parte da comunidade, sendo uma atividade importante para uma metodologia de ensino que favoreça o desenvolvimento integral do indivíduo” [Roncato, 2015, p. 3]. Nas disciplinas de História e Geografia, as saídas a campo desempenham papel ainda mais decisivo para a apreensão da teoria, pois os alunos põem em prática no ambiente de estudo o resultado da reflexão sobre o papel do homem na transformação do ambiente e das relações humanas ao longo do tempo [Leal, 2010, p. 14]. É esta a metodologia aqui descrita e analisada.

A primeira saída a campo se deu no dia 31 de agosto de 2016, por meio da ida ao LEPAR-UCS [Laboratório de Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Caxias do Sul] que se situava próximo ao bloco cedido à escola, de tal forma, os alunos foram a pé. A oficina ocorreu nos parâmetros teórico-práticos, isto é, com uma breve apresentação do trabalho do arqueólogo – desde suas funções até os objetos utilizados em uma escavação – por uma mediadora que acompanhou os alunos para o segundo momento da visitação; A prática, por sua vez, se deu através de uma escavação simulada, onde os alunos receberam os materiais necessários para escavarem em uma pequena área com objetos previamente enterrados, e, após isto, catalogar os que tiver encontrado. O comportamento dos alunos ao identificar peculiaridades que caracterizam a natureza e utilização de um artefato evidenciou empenho ao pôr em prática o que foi instruído na fala inicial da mediadora. Na volta, todavia, também a pé, alguns alunos se dispersaram e chegaram atrasados na escola.

Embora o resultado não tenha sido satisfatório em uma primeira saída a campo, o grupo de bolsistas não deixou de apostar na melhoria da postura dos alunos, e continuou a possibilitar saídas a campo após a reflexão sobre o que poderia ser feito para proporcionar uma experiência positiva.

Conforme o relato no blog do Subprojeto Interdisciplinar Pibid-UCS [2016-2017], na segunda saída a campo, ocorrida no dia 17 de maio de 2017, as turmas do 8º ano foram levadas ao Museu da Força Expedicionária Brasileira. A estrutura da visita foi alterada para introduzir conceitos trabalhados pelo período de guerras.

“[...] foram usadas 15 imagens, sendo 3 panfletos e 12 fotografias de diversos contextos: juventude hitlerista, fascistas em Caxias do Sul, meninas da metalúrgica Gazola, o monumento às que foram mortas na explosão, um menino sendo condecorado pelo Ministro da Propaganda Joseph Goebbels, um panfleto alemão incentivando brasileiros à deserção, um panfleto brasileiro incentivando alemães à rendição incondicional da tropa, outro panfleto brasileiro argumentando quanto à participação da FEB na Guerra, um grupo de civis italianos partigiani muito bem armados, uma mulher partigiani com uma arma, pilhas de corpos do extermínio dos campos diante de americanos, e uma ‘sombra nuclear’. Além destas imagens, foram utilizadas fotos do acervo da exposição ‘Nossos Pracinhas na Segunda Guerra Mundial’, como buracos da artilharia, uma peça de canhão, os alemães rendidos, o acampamento provisório, o sargento Max Wolff Filho, um soldado ferido sendo medicado, a FAB, dentre outras.” [BLOG PIBID-UCS, 2016].

As imagens servem para exemplificar alguns fatos e despertar problematizações e curiosidades, além de chocar os alunos. As imagens utilizadas durante a visita surtiram efeito ao despertar observações interessantes, diferentemente do que teria acontecido se elas fossem apresentadas em sala de aula, sem a ambientação para isso. O ensino se torna mais abrangente quando utiliza representações visuais, pois elas permitem a aprendizagem de tudo o que os textos escritos não conseguem revelar [Eisner, 2008, p. 10].

Na terceira visita, os alunos demonstraram maturidade, prestaram atenção no que foi dito, contribuíram para o bom andamento da visita, se interessaram, fizeram perguntas e participaram ao visitarem o Memorial da Marcopolo [empresa transnacional brasileira fabricante de carrocerias de ônibus com sede em Caxias do Sul] e a Escola de Fábrica [parte da empresa voltada para o aperfeiçoamento profissional de aprendizes]. Segundo o relato:

“[...] a monitora contou a história de um dos fundadores, senhor Valter Gomes Pinto, que dá nome ao Memorial, a história da empresa, seguida de um vídeo de alguns funcionários e alguns depoimentos escritos. Depois destes momentos, foi a hora de entrar no ônibus Nicola, modelo antigo produzido pela empresa, que gerou animação e curiosidade nos alunos. O professor que os acompanhou para a visita na Escola da Fábrica relatou sua experiência de Marcopolo e levou-os ao passeio pela escola. Os alunos se mostraram particularmente interessados neste momento, tiraram fotos e fizeram comentários. Ao final da visita, receberam um jornal comemorativo e um paper toy do ônibus Nicola. Houve muitos comentários posteriores demonstrando interesse em participar da escola da empresa.” [BLOG PIBID-UCS, 2017].

Na visita ao Instituto Hércules Galló [complexo de edificações históricas que remetem à industrialização da região de Caxias do Sul] e à vila operária, em Galópolis, quarta saída a campo dos alunos, ocorrida no dia 29 de agosto de 2017, os alunos aproveitaram a visitação, mantendo-se atentos durante as explicações sobre a imigração italiana, a vinda do empreendedor Hércules Galló e a indústria caxiense na sua primeira fase de adaptação, e questionando acerca do conteúdo apresentado e os espaços que integram o instituto e a vila. Ativeram-se, principalmente, nos espaços peculiares da segunda residência pertencente a Galló, como o porão e o sótão, além das peças do acervo pessoal da família que lá morou até a segunda metade do século XX, expostos nas diversas salas que compõem a residência. Já na vila operária, que circunda o espaço que hoje compreende a praça do bairro, dispersaram-se, mas retornaram ao transporte que os levaria de volta à escola no horário estipulado. Tiraram várias fotos, tanto para mostrar aos colegas, professores e familiares como para utilizá-las no posterior trabalho com diários de campo. O retorno à escola e os dias que se seguiram foram marcados por discursos vindos dos próprios alunos para professores e coordenação pedagógica sobre como foi a visitação e o que lá foi aprendido, todos ilustrados com diversas fotos.

Na última saída a campo, ocorrida no dia 5 de outubro de 2017, os alunos visitaram a Feira do Livro de Caxias do Sul, evento anual que reúne leitores e autores em um mesmo espaço. Os alunos leram, previamente o livro “Meu Avô tem Oito Anos” de Sônia Travassos, autora carioca que os recebeu para uma sessão de debates sobre o livro e sua temática. Segundo o relato:

“Apesar do atraso em virtude do transporte, os estudantes chegaram animados, demonstraram interesse na fala da autora e entusiasmo principalmente no momento em que se viram nas fotos e vídeos que foram passados no telão do teatro. Ficaram tímidos para fazer as perguntas que haviam elaborado em aula, mas a atividade bem como a saída a campo foram enriquecedoras; ao final da conversa com a autora, a escola se dispersou pela Feira do Livro sem organização prévia, mas mesmo assim reuniram-se no local combinado e voltaram à escola com segurança.” [BLOG PIBID-UCS, 2017].

Uma Escola de Tempo Integral deve transformar o padrão tradicional da realidade educacional brasileira, criando uma perspectiva de emancipação para seus alunos que, em sua maioria, encontram-se nas periferias, justamente onde as Redes Municipais de Ensino atuam. Todavia, conforme o estudo acerca da Escola Municipal de Ensino Fundamental Governador Leonel Brizola, nota-se que a única modificação efetiva para a transformar em um ambiente de Ensino Integral vem por parte da direção, professores e funcionários – não dos órgãos que propuseram o projeto de Escolas de Tempo Integral. Isso evidencia-se no processo iniciado logo após a finalização das atividades do Subprojeto Interdisciplinar na instituição [dezembro de 2017], quando a Universidade pediu a restituição das suas dependências, o que culminou com a realocação da escola para a o prédio da Escola Professora Ivanyr, há 2,3 quilômetros da atual sede, onde as aulas passaram a acontecer somente no turno da tarde, já que no período da manhã ocorrem as aulas dos estudantes da escola estadual, perdendo ainda mais seu caráter integral.

Antes da saída definitiva do Subprojeto e da escola das dependências da UCS, realizou-se uma pesquisa com membros da comunidade escolar acerca da atuação dos docentes em formação na instituição. Conforme evidenciou o levantamento, cerca de 86% dos professores e funcionários da Escola Governador Leonel Brizola entrevistados notaram uma melhora significativa após as atividades propostas pelo subprojeto interdisciplinar Pibid-UCS, assegurando que esta melhora ultrapassa a sala de aula, atingindo desde o relacionamento entre colegas, profissionais, até mudanças na comunidade onde vivem. Ainda se constatou que cerca de 74% dos alunos entrevistados também notaram melhoras comportamentais nos colegas e em si mesmos, afirmando que as oficinas e saídas a campo desempenharam papel determinante para a construção de uma Escola de Tempo Integral mais íntegra, agradável e condizente com suas premissas. Além disso, foram importantes na medida em que propiciaram aos alunos a circulação em espaços e regiões da cidade aos quais por questões geográficas e de mobilidade urbana, estão privados no seu dia a dia.

Conclui-se, de tal forma, que a participação ativa do Subprojeto Interdisciplinar do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência [Pibid] nas aulas de Geografia e História mediadas às turmas do oitavo ano, além das oficinas ministradas a todos os alunos da escola e, em especial, as saídas a campo – conforme o estudo organizado, dirigido, aplicado e aqui analisado –, foram alternativas que surtiram efeito para a construção de um ambiente escolar e de trabalho adequado para o corpo discente, docente e demais funcionários, trazendo a escola próxima à uma perspectiva integral e integradora.

Referências
Geovana Erlo é licenciada em História pela Universidade de Caxias do Sul [UCS] e mediadora cultural do Instituto Hércules Galló [IHG], em Caxias do Sul [RS].
Lucas Fernando Sobroza é licenciado em história pela Universidade de Caxias do Sul [UCS].

AZEVEDO, Fernando [et al.]. Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova: a reconstrução educacional no Brasil – ao povo e ao governo. Rio de Janeiro: [...], 1932. Disponível em:
<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm>. Acesso em 10 nov. 2017.

BRASIL. Secretaria de Estado da Educação. Documento Projeto Escola Pública Integrada - EPI. Brasília: SED, 2003.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental – Temas Transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CAXIAS DO SUL. Plano municipal de educação. Lei Municipal nº 7.448, de 22 de maio de 2012. Disponível em:
<http://www.caxias.rs.gov.br/smed/portaldaeducação>. Acesso em 10 nov. 2017.

CAXIAS DO SUL. Parecer CME nº 030, de 12 de agosto de 2014. Disponível em: <https://www.caxias.rs.gov.br/_uploads/conselho_educacao/639/030-Politica-Ed-Integral-em-TempoIntegral-limpo>. Acesso em 10 nov. 2017.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental - Resolução nº 07/2010: Disponível em: <http://www.mec.gov.br/>. Acesso em 11 nov. 2017.

DESSEN, Maria Auxiliadora [et al.]. A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia, 2007, 17 [36], 21-32. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a03>. Acesso em 11 nov. 2017.

EISNER, Elliot E. O que pode a educação aprender das artes sobre a prática da educação? Currículo sem Fronteiras, v.8, n.2, pp.5-17, Jul/Dez 2008. Disponível em:
<http://www.curriculosemfronteiras.org/vol8iss2articles/eisner.pdf>. Acesso em 12 nov. 2017.

GALLO, Silvio. A educação integral numa perspectiva anarquista. In: In: COELHO, Lígia Martha Coimbra da Costa; Cavaliere, Ana Maria Villela [Orgs.]. Educação brasileira e [m] tempo integral. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p.13-42.

GUIMARÃES, Carmem Nunes. A escola como espaço coletivo: implicações na construção da identidade dos jovens como sujeitos sociais. Caxias do Sul, 2016. Monografia [Especialização em Coordenação Pedagógica] – UFRGS.

LEAL, Daniela Filipa Ruas. As saídas de estudo na aprendizagem da Geografia e da História. Porto, 2010. Dissertação [Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário] – Universidade de Porto.

PARO, Vitor Henrique [et al.]. Escola de tempo integral: desafio para o ensino público. São Paulo: Cortez. Autores Associados, 1988.
PIBID-UCS. Subprojeto Interdisciplinar Escola Leonel Brizola: relatos. Ago. 2016. Disponível em:
<https://pibid-ucs-interdisciplinar.blogspot.com.br/p/leonel-brizola .html>. Acesso em 12 nov. 2017.

RONCATO, Karine. As saídas a campo realizadas em aulas do ensino regular como uma possibilidade para o desenvolvimento de uma educação integral. Porto Alegre, 2015. Monografia [Especialização em Educação Integral] - UFRGS.

6 comentários:

  1. O texto deixa claro a eficácia da educação integral para o desenvolvimento dos discentes, desde que sejam empregadas metodologias inovadoras que busquem se contrapor a velha escola. Neste sentido o processo ensino-aprendizagem tem sido enriquecido e principalmente o desenvolvimento de um indivíduo protagonista que é o principal beneficiado pelo ensino multidisciplinar desenvolvido no projeto.
    Francisco Pereira Dos Santos Júnior.

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    1. Caro Francisco, obrigada por sua contribuição! Com certeza foi muito pertinente para reforçar o foco do trabalho: sem metodologias inovadoras, a educação integral não basta! É necessário que o educador, por meio das estratégias emancipadoras e interdisciplinares, como as citadas no texto e tantas outras que também podem ser referidas, incentive a autonomia do aluno.
      Abraços,
      Geovana Erlo.

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  2. Parabéns pelo texto. Uma leitura agradável e dinâmica. A vivencia como pibidiana é algo que tenho muito afeto, pois foi a minha primeira imersão na sala de aula. Foi através do PIBID que me descobri como professora e amando estar em sala de aula.
    A experiência pedagógica da aula visita pertence ao universo dos temas geradores de interesse dos alunos. Explorar os espaços educativos não formais é tentar compreender a importância dessa metodologia na interação com o cotidiano do aluno. Brandão (1981, p 10) nos ajuda a refletir: A educação existe onde não há escola e por toda parte pode haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra. Portanto, instrumentalizar os docentes para utilizar o potencial da aula passeio, contribui para a efetivação do conhecimento in loco. Para compartilhar minha experiência com vocês, tenho percebido com a utilização da metodologia da saída de campo, ou aula visita, que as turmas reagem de maneiras diferentes, mas 90% nunca esquecerão a saída.

    1.Gostaria de saber quais foram os procedimentos antes da saída de campo? Poderia fazer parte do texto, desta forma os professores teriam uma sequência de preparação.Autorizações, acertos antecipados de transportes, argumentar com os alunos sobre o comportamento no local visitado e como serão as anotações, etc...
    2. Deixaram claro que não seria um passeio, mas uma aula visita?
    3. A primeira saída foi com a turma de 8º ano?
    Abraços
    Maria Cristina Pastore

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    1. Bom dia, Maria! Obrigado por sua contribuição!
      O PIBID realmente marcou uma geração de professores. Poder ter as primeiras experiências como docentes ainda antes dos estágios currículares e com o suporte do professor titular e do orientador é uma experiência fantástica. Poder perceber e refletir sobre o ambiente escolar, não mais como alunos e sim como futuros professores, foi muito importante e potencializou o significado dos conteúdos apreendidos nas disciplinas pedagógicas da nossa graduação.
      Sobre os aspectos mais burocráticos da visita, autorizações, contratação do ônibus, etc... recebemos todo o apoio do professor titular e da secretaria e direção da escola, sempre muito parceiros!
      Sim, foram os dois oitavos. Os alunos foram preparados e orientados pelos membros do grupo do PIBID e da escola, sobre qual a postura que era esperada deles durante as visitas. Além de ser mencionado que as saídas à campo seriam retomadas durante as aulas e que faríamos atividades. Não tivemos problemas durante as visitas, os alunos cooperavam muito bem com os mediadores dos espaços que visitamos!
      Abraços,
      Lucas Sobroza.

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  3. Primeiramente, gostaria de parabenizar-los pelo texto, ao retratar essa abordagem importante, mas pouco discutida, o tema ganha notoriedade na sociedade e novas formas de viabiliza-los.
    Cursei todo o meu ensino médio em escola de período integral, além disso possuía um currículo técnico o que estimulava bastante as saídas de campo.
    Entretanto, algo crucial que percebi durante esse período é que nem todos os alunos possuía pleno acesso a essa vivência, tendo em vista que ela não era totalmente gratuita e alguns gastos tinham que ser acardos. Sendo assim, se tornava seletiva e ao voltar para a sala de aula se abordava um novo conteúdo.
    Dessa forma, quais critérios podem ser adotados para que a vivência das saídas de campo se torne mais homogênea e não excludente?
    É quanto aos alunos que não puderem, por motivos maiores, frequenta-las, como trazer a experiência externa para sala de aula abordando o mesmo conteúdo?

    Cinthia Mirelly Gomes Barbosa

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    1. Bom dia, Cinthia! Muito obrigada pela sua contribuição!
      As suas colocações e questionamentos são muito pertinentes, uma vez que somente com o pleno acesso dos alunos aos espaços visitados garante-se a efetividade da metodologia - embora, como levantaste, isso raramente aconteça.
      Posso afirmar que as saídas a campo aqui analisadas se enquadram nestes raros casos, uma vez que todas elas foram custeadas pela Universidade de Caxias do Sul por meio de valores destinados ao Pibid e os alunos, mesmo os com baixa frequência nas aulas, compareceram.
      Todavia, os que não conseguiram frequentá-las por motivos maiores, puderam inteirar-se do que foi abordado e visto nas visitas com as discussões feitas em sala de aula nos dias que seguiram, onde os bolsistas e alunos que estiveram presentes puderam compartilhar suas vivências verbalmente e por meio de fotografias tiradas para o projeto do Diário de Bordo, que também foi importante para frisar os debates propostos.
      Com certeza a experiência dos que compareceram e dos que não o fizeram foi diferente, mas a abordagem posterior, em sala de aula, do que foi visto, foi determinante para recapitular e focar nos objetivos propostos para as visitas - que em sua maioria, foram cumpridos satisfatoriamente.
      Uma sugestão para os casos onde o comparecimento dos alunos é limitado por motivos financeiros ou outros, é gravar a saída e disponibilizar o vídeo posteriormente - quando for possível.
      Espero ter esclarecido suas dúvidas e colocações e, novamente, agradeço pela contribuição!
      Abraços,
      Geovana Erlo.

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