POSSIBILIDADES DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE AXIXÁ/MA POR MEIO DAS FONTES
ORAIS
Com
o presente artigo objetiva-se analisar algumas possibilidades do ensino de
História por meio da história oral. Metodologicamente situa-se na dimensão da
História Cultural; abordagem da história oral; domínio dos estudos de gênero e
biográficos; temática do ensino de história. Usa-se como técnica a história
oral; como instrumento a entrevista semiestruturada; e como fontes relatos de
pessoas idosas. Apoia-se em autores como: Bosi [1994]; Chartier, [2002;2010];
Del Priore [2009] e Pinsky [2010].
A
História oral tem despontado como metodologia de reconstrução histórica
importante, em um processo de desvelamento do passado local que possibilita aos
alunos compreender indivíduos e fatos passados que fazem parte da proximidade
dos mesmos [Barros, 2013]. Tal perspectiva de ensino e aprendizagem da história
foi percebida quando realizamos entrevistas com antigos moradores do município
Axixá/MA para duas pesquisas, uma sobre a sociedade axixaense da década de 1960
e outra sobre a política local da década de 1950. Essa experiência nos
possibilitou verificar o quanto poderia se conhecer acerca da história do
município Axixá a partir das fontes orais.
Visto
que a disciplina História sempre enfrentou a dificuldade de ser considerada uma
disciplina enfadonha, de cunho decorativo e de trabalhar a ideia de passado por
si só, consideramos relevante o incentivo do trabalho com a história oral no
ensino de História, na perspectiva de que o manuseio de relatos de pessoas
comuns possibilita aos/às estudantes a desconstrução de noções equivocadas
acerca da construção do processo historiográfico, além do desenvolvimento da
imaginação do/a educando/a a viabilizar a formação de agentes históricos mais
autônomos.
Como sujeitos de nossa pesquisa entrevistamos 05 [cinco]
pessoas, que tiveram como critério de escolha ser pessoa idosa com conhecimento
significativo sobre a história da cidade. Eles são apresentados com nomes
fictícios e respectiva idade, sendo as pesquisas realizadas em 2015. São eles:
João, 75 anos; Pedro, 77 anos; Maria, 75 anos; Marizé; 85 anos; e Cezino, 89
anos.
Mulheres, gênero e representações: conhecendo a sociedade axixaense
Em pesquisa sobre a sociedade axixaense da década
de 1960, nos foi relatado que era costume da cidade a realização de bailes.
Relevante frisar que os relatos obtidos sobre esses bailes vieram de pessoas
que foram frequentadoras dos referidos bailes. Tais festividades eram
intituladas “Baile de Primeira” e “Baile de Segunda”, ambos realizados na mesma
localidade, e dia, porém, distantes geograficamente um do outro. Tais bailes
ocorriam ao som de instrumentos musicais [sopro, cordas, e
percussão] e eram realizados no período
carnavalesco, ou em festejos a santos católicos em seus respectivos meses:
Nossa Senhora da Luz [setembro], Nossa Senhora de Santana [julho], Santo
Antônio [junho], e Nossa Senhora da Saúde [novembro].
De acordo com os entrevistados, os “Bailes de Primeira” eram
frequentados apenas por famílias e moças consideradas “honradas” e geralmente
aconteciam em prédios públicos como escolas ou prefeitura, tinham representação
de um ambiente de respeito e ordem [JOÃO; PEDRO; MARIA; MARIZÉ]. Quanto ao
“Baile de Segunda”, era considerado o oposto do primeiro, sendo visto com
desprezo por boa parte das pessoas da cidade ditas de “bem”, possuíam
representação de lugares frequentados por “mulheres mal faladas”, das “camaradas” [nome dado às amantes], dos briguentos, e beberrões [JOÃO; PEDRO].
Ainda quanto aos
critérios de escolha dos frequentadores/as desses bailes, é interessante
informar que, conforme relatos dos/as entrevistados, os homens do Baile de
Primeira podiam frequentar o Baile de Segunda, porém, aos homens dos Bailes de
Segunda não era permitido frequentar o Baile de Primeira, podendo-se observar
aí sérias imposições demarcadas pelo preconceito social. De sua parte, as
mulheres do Baile de Primeira eram proibidas socialmente de frequentar o Baile
de Segunda, assim como as mulheres frequentadoras deste último não tinham
permissão social para adentrar aos Bailes de Primeira. Diante de relatos tão
significativos, percebemos que tais informações nos abrem um leque de temáticas
a exemplo das relações de gênero, campo social, que podem ser trabalhadas em
sala de aula. Quão sintomático é a situação em que era permitido aos homens
frequentadores do Baile de Primeira o livre trânsito nos dois espaços festivos,
ficando a mulher restrita a um espaço festivo, clara discriminação de gênero.
No intuito de fomentar a discussão de gênero na escola, Pinsky adverte:
“O importante é fornecer aos estudantes elementos para um ‘olhar de
gênero’, ou seja, fazer com que eles percebam como o masculino e o feminino têm
sido e ainda são representados e, a partir disso, como as sociedades se
organizam com base nessas representações. Estamos falando das questões
de gênero” [2010, p. 29].
Como pode ser percebido, tais circunstâncias permitem ao docente o
trabalho em sala de aula com a noção de representação, de forma que o aluno
perceba a inteligibilidade sobre como as pessoas viam esses espaços festivos,
visto ser por estas representações que os indivíduos acomodavam/acomodam
concepções sobre o seu entorno, coisas, espaços, e pessoas aceitos por eles,
excluindo o que não lhes agradam. Acerca das representações Chartier esclarece
[2002, p. 35]: “[...] determinam posições e relações que constroem, para cada
classe, grupo ou meio, um ser percebido constitutivo de sua identidade”. Esse
mesmo autor corrobora essa afirmação em outra passagem do mesmo texto, em que
afirma que essas representações servem de elemento coesivo da sociedade em que
o indivíduo está inserido. Segundo Chartier, as representações determinam:
“[...] as formas institucionalizadas e objetivadas em virtude das quais
‘representantes’ [instâncias coletivas ou indivíduos singulares] marcam de modo
visível e perpétuo a existência do grupo, da comunidade ou da classe” [2002, p.
36]. Na perspectiva de Chartier [2002], é importante salientar que o indivíduo
realiza o “crivo” social, no qual seleciona o que lhe agrada e afasta aquilo
que o incomoda, quadro perceptível nas festividades axixaenses, cuja dinâmica
permite identificar uma moral internalizada nas pessoas, a exigir adequações
sociais à realidade vivida. um padrão social em conformidade com cada lugar.
Biografia e política – possibilidade exploratória
A segunda
pesquisa que realizamos procurou investigar a vida de um político local, década
de 1950, de nome Esaú Pacífico, personagem da história política do município
e ainda vivo na memória dos antigos
moradores de Axixá/MA. Esaú gozava do respeito e temor de muitos moradores,
apesar da deficiência física que possuía nas duas pernas, precisando da ajuda
de outros para se movimentar. Contudo, essa deficiência não o impossibilitava
de participação na disputa e liderança da política local, nas lutas com o
adversário político, João de Almeida. Esaú Pacífico era apadrinhado por
importante político do cenário maranhense, o deputado Lister Caldas, fazendo de
Esaú figura notável do cenário político local e estabelecendo forte relação
clientelista na sociedade axixaense.
[CEZINO, JOÃO, PEDRO, MARIA].
A partir dessas
informações obtidas por meio das entrevistas depreendemos que as fontes orais
de pesquisa nos possibilitam o trabalho em sala de aula de biografias,
sugerindo temáticas da História, como clientelismo, coronelismo e mandonismo,
no contexto em tese, a partir da esfera política. A presença do político Esaú
Pacífico pode ser notada na vida social e política de Axixá até os dias atuais,
seja no imaginário popular, nome da praça local, bem como no expressivo túmulo
erguido no cemitério desta cidade, configurando excelente material de
reconstrução da história local.
Del Priore
[2009] explica que o uso da biografia na História não foi bem aceito durante
muito tempo, porém, sua importância passou a ser ressignificada a partir do
anos de 1970 e 1980 em que um novo entendimento passou a incidir sobre esse
tema identificando o mesmo como relevante na produção e compreensão da
história. Conforme essa autora:
“Foi uma
verdadeira mudança de paradigmas. A explicação histórica cessava de se
interessar pelas estruturas, para centrar suas análises sobre os indivíduos,
suas paixões, constrangimentos e representações que pesavam sobre suas
condutas. O indivíduo e suas ações situavam-se em sua relação com o ambiente
social ou psicológico, sua educação, experiência profissional etc. O
historiador deveria focar naquilo que os condicionava a fim de fazer reviver um
mundo perdido e longínquo” [2009, p. 09].
Logo, o método
biográfico nos viabiliza trabalhar na escola biografias como a de Esaú
Pacífico, metodologia de ensino que exerce atratividade em relação aos
discentes, segundo informa Silva:
“O trabalho com
biografia em sala de aula se justifica por duas razões principais: o forte
apelo que esse gênero exerce sobre o público leigo e o papel que a biografia
pode desenvolver como representação do contexto histórico ao qual pertence o
biografado” [2010, p.17].
As fontes orais
são fecundas sobre as lembranças de tempos passados, como no caso da cidade de
Axixá, onde moradores/as antigos ainda com vida podem fornecer dados valiosos
acerca da realidade social, política e cultural local. Situação verificada
relativamente aos Bailes de Primeira e Segunda, dos quais muitos/as foram
frequentadores/as. Assim como sobre as lembranças do político Esaú Pacífico,
figura determinante na construção de representações que demarcaram/demarcam as
relações sociais existentes. Sobre a importância das lembranças para a
historiografia, Bosi [1994, p. 83] comenta:
“Nas lembranças
de velhos aparecem e nos surpreendem pela sua riqueza. O velho, de um lado,
busca a confirmação do que se passou com seus coetâneos, em testemunhos
escritos ou orais investiga, pesquisa, confronta esse tesouro de que é
guardião. De outro lado, recupera o tempo que correu e aquelas coisas que,
quando as perdemos, nos fazem sentir diminuir e morrer”.
Para Chartier [2010, p.23]: “[...] o testemunho da memória é o fiador da
existência de um passado que foi e não é mais”. Os/as entrevistados/as que
residem em Axixá estão, quando da realização desta pesquisa, com idade
aproximada de 65 anos e a memória deles poderá ser significativamente
cooperadora como metodologia de ensino da história local, já que a mesma dá
respaldo à reconstrução do passado da cidade, consistindo as fontes orais
recurso profícuo para o trabalho docente em sala de aula.
A história oral
como possibilidade no ensino de história
A História oral
vem se constituindo como expressiva aliada na compreensão de tempos passados.
Embora não haja uma unanimidade sobre o que seja a história oral, sendo ora
compreendida como técnica, ora como uma disciplina, ou mesmo, como um método de
investigação, tais debates nos permitem perceber que a História oral colabora
para que as vozes dos diferentes sujeitos sejam ouvidas [analfabetos, mulheres,
prisioneiros, etc] [Ferreira, 2011]. Assim, o uso da História oral se adéqua a
diversos campos de pesquisa, tais como: história do cotidiano, história
política, padrões de socialização e de trajetórias, história de comunidades e
biografias [Alberti, 2004].
O uso da História oral como fonte de pesquisa promove o
enriquecimento do processo de investigação, revela histórias, fontes verdades.
Exige do historiador um exercício ampliado de análise, valorizando as
narrativas dos sujeitos envolvidos, em um rompimento com paradigmas centrados
em fontes escritas. Para Thompson [1992, p. 25], a História oral “[...] pode
devolver às pessoas que fizeram e vivenciaram a história um lugar fundamental,
mediante suas próprias palavras”, o lugar de sujeitos/agentes históricos.
A lembrança de
idosos, por exemplo, merece atenção especial em função da idade avançada dos
mesmos, em que, às vezes, o relato de algo do passado é momentaneamente
esquecido por eles; mas relembrado em momentos fora da entrevista, conforme
observou Bosi [1994, p. 39]:
“[...] as mais
vivas recordações afloravam depois da entrevista, na hora do cafezinho, na
escada, no jardim, ou na despedida no portão. Dessa forma, é preciso saber
conduzir a entrevista com delicadeza para que a narração possa fluir
normalmente, sem que haja a obstrução da memória dos depoentes.”
Assim, a
História oral representa significativa metodologia para o ensino de História.
Com a cidade de Axixá/MA, rica em detalhes acerca de seu passado, não seria
diferente.
Nos depoimentos dos antigos moradores de Axixá, os alunos/as podem
imaginar a dinâmica dos diferentes espaços festivos axixaenses, bem como a
constituição da liderança do chefe político Esaú Pacífico, permitindo construir
uma compreensão sobre o passado axixaense, como reitera Aróstegui [2006, p.
374]: “As ações humanas e histórias não podem ser objeto de explicação, mas sim
de compreensão.”
A história oral
constitui metodologia capaz de mobilizar os estudantes no processo de recolha
dos dados, possibilitando um desenvolvimento de ações sugestivas da construção
da relação de pertencimento, ampliando processos de vínculos dos indivíduos com
a cidade, assim como, desconstruindo noções de sujeito histórico arraigadas,
tal qual a dos grandes personagens históricos como construtores da história
humana. Propicia ao historiador um acervo relevante na reconstrução do passado.
Conforme Ferreira [2011, p. 171]:
“Na história
oral existe a geração de documentos [entrevistas] que possuem uma
característica singular, isto é, são resultados do diálogo entre entrevistador
e entrevistado, entre sujeito e objeto de estudo, o que orienta o historiador a
afastar-se de interpretações fundadas em uma rígida separação entre
sujeito/objeto de pesquisa e a buscar caminhos alternativos de interpretação; a
pesquisa com fontes orais apoia-se em pontos de vista individuais, expressos
nas entrevistas, que são legitimadas como fontes [seja por seu valor
informativo, seja por seu valor simbólico], incorporando, assim, elementos e
perspectivas às vezes ausentes de outras práticas históricas – porque
tradicionalmente relacionados a indivíduos –, como a subjetividade, as emoções
ou o cotidiano.”
Elemento
importante no processo de construção do conhecimento histórico são as
representações produzidas nas relações sociais, aspecto visível nas pesquisas
que podem ser desenvolvidas em Axixá, como os Bailes de Primeira e de Segunda,
e a biografia de Esaú Pacífico. De acordo com Bittencourt:
“Fazer que os
alunos exponham suas representações sociais sobre o tema proposto para estudo
pode favorecer igualmente uma reflexão por parte deles próprios. Ao
possibilitar, por intermédio de debates e discussões orais e de respostas a
questionários cuidadosamente preparados, a exposição das representações sociais
dos alunos sobre determinado objeto, criam-se condições para que eles
identifiquem os diferentes tipos de conhecimento: o proveniente da vivência,
das formas de comunicação diária que organizam suas representações sobre a
realidade social [expressa notadamente pelas expressões “eu penso”, “eu acho”,
“na minha opinião...], e o conhecimento sobre essa mesma realidade proveniente
do método científico” [2018, p. 202].
A História Oral
faz-se, assim, significativa frente ao ensino de História, pois a mesma dá um
sentido de democratização tanto na importância que os relatos orais adquirem,
como também trata de temas antes renegados no paradigma tradicional, conforme
se conclui em François [2006, p. 04]:
“A história oral
seria inovadora primeiramente por seus objetos, pois dá atenção especial aos ‘dominados’, aos silenciosos e
aos excluídos da história [mulheres, proletários, marginais, etc], à história
do cotidiano e da vida privada [numa ótica que é o oposto da tradição francesa
da história da vida cotidiana], à história local e enraizada.”
As fontes orais proporcionam para os professores de História uma
variedade de possibilidades de temáticas, porém, nesta proposta de ensino
destacamos os âmbitos da sociedade e política axixaense devido à coleta de
dados para as pesquisas mencionadas neste trabalho. Entretanto, esta proposta
pode ser usada por professores de História que lecionam em diferentes
localidades permitindo a reconstrução da história de quaisquer bairros,
municípios e/ou localidades.
Considerações
finais
O uso da
História oral vem se ampliando nas últimas décadas como possibilidade
metodológica de reconstrução do passado de pessoas, instituições, locais, entre
outros âmbitos. Nesta pesquisa objetivamos analisar possibilidades do ensino de
História por meio das fontes orais. Tais possibilidades foram percebidas quando
da realização de duas pesquisas no município de Axixá/MA: uma sobre a vida
social em Axixá, década de 1960; e outra sobre a vida política, anos 1950.
Nestas pesquisas foram realizadas entrevistas com antigos moradores/as de
Axixá, quando verificamos a possibilidade de ensino e aprendizagem em História
de diferentes temáticas nas escolas locais. Porém, neste artigo destacamos
somente sociedade e política como temáticas mais amplas e a partir destas
respectivamente: gênero e biografia.
Sobre a
sociedade axixaense, foi identificada a existência de bailes, considerados pela
comunidade local como bailes de primeira e bailes de segunda, assim designados
em função de seus frequentadores. Ou
seja, a dinâmica desses bailes explicitava as diferenças sociais da época e,
portanto, as relações discriminatórias construídas em função das diferenças
sociais e de gênero, por exemplo. Isto porque os/as frequentadores/as desses
bailes eram selecionados/as pela condição social e gênero. Posturas construídas
e construtoras de representações que formataram e ainda formatam as relações
sociais locais.
Na pesquisa sobre a política axixaense, verificamos
nas entrevistas a existência do político local Esaú Pacífico, personagem que
construiu em torno de si sentimentos de temor, respeito e competitividade. A
partir da política de apadrinhamento este político constituía um dos principais
líderes políticos locais, estabelecendo sólidas relações de mandonismo e
clientelismo. Portanto, visto que pouco se sabe sobre a sua biografia, contudo,
ainda é um nome bem presente no imaginário social axixaense, consideramos
viável o trabalho com biografias como a de Esaú Pacífico no ensino de História.
Bem verdade, a pesquisa com a História oral suscita
cuidados metodológicos como em toda pesquisa científica, contudo, tal pesquisa
não busca verdades, mas valorizar as experiências dos/as sujeitos, fazendo
emergir representações demarcadoras das relações que se estabelecem no meio
social. Permite a compreensão.
Assim, pelas pesquisas realizadas por meio das
entrevistas constatamos ser a História oral um domínio da História capaz de
inúmeras possibilidades para o ensino de História em sala de aula. Segundo
Ferreira [2010], tal metodologia não é capaz de solucionar questões, contudo,
configura-se problematizadora, viabilizando o afloramento de temáticas e acima
de tudo o desenvolvimento da imaginação discente e docente, ação propiciadora
da construção da consciência histórica dos/as sujeitos e logo de maior
autonomia da pessoa no mundo.
REFERÊNCIAS
Darlan Mélo. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Gestão do
Ensino da Educação Básica/PPGEEB da Universidade Federal do Maranhão/UFMA;
Graduado em História Licenciatura Plena pela UFMA; Membro do Grupo de Pesquisa
e Estudos Fundamentos e Metodologias do Ensino de História na Educação
Básica/GRUPEHEB.
Professor
de História na modalidade Educação de Jovens e Adultos.
Delcineide
Maria Ferreira Segadilha. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte/UFRN; Graduada em História Licenciatura Plena pela UFMA;
Professora adjunto do Departamento de Educação I e Programa de Pós-Graduação em
Gestão do Ensino da Educação Básica/PPGEEB da Universidade Federal do
Maranhão/UFMA; Coordenadora do Grupo de Pesquisa e Estudos Fundamentos e
Metodologias do Ensino de História na Educação Básica/GRUPEHEB.
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Janeiro: Editora FGV, 2004.
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Memória e sociedade: Lembranças de velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia das
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UFRGS: 2002. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-4014199100010001&script=sci_arttext>. Acesso em 09 fev.2019
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A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
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Parabéns professora Delcineide e Darlan! Belíssima pesquisa oral! Tive oportunidade de trabalhar em Axixa-MA pelo Pronatec e de fato a cultura e a história do município são objetos de representação social! Essa pesquisa foi socializada com os professores da localidade e como essa receptividade e compreensão? Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirBoa tarde!!!Obrigado!!
ExcluirAna, entrei em contato apenas com 1 professora lá em Axixá, contato viabilizado por uma prima que tenho nesse município, sendo que essa professora se mostrou receptiva a essa metodologia. O contato com os outros professores de História ficou prejudicado por causa da suspensão do calendário letivo devido à pandemia, e não conseguimos entrar em contato com a direção de algumas escolas, a fim de obter o contato deles, e comunicar sobre o presente trabalho. Portanto, o trabalho será disponibilizado a esses professores através da direção da escola, em que será feita um contato com esta assim que as aulas retornarem ao normal, e os possíveis questionamentos serão feitos através de meu Whatssapp, que será dado a eles.
Também, estamos aguardando os possíveis questionamentos da professora contactada.
DARLAN MÉLO
Darlan Mélo e Delcineide Maria Ferreira Segadilha. Parabéns pelo texto. Gostaria de saber quais os criterios para escolhas dessas pessoas, que através da sua oralidade poderiam contribuir com o ensino de historia.
ResponderExcluirBom dia !!!Obrigado!!
ExcluirFrancivaldo, o critério de escolha foi o entrevistado ser contemporâneo aos bailes ou à liderança de Esaú Pacífico. Á medida que íamos entrevistando um depoente, eles próprios indicavam outro morador que pudesse também contribuir sobre os bailes ou sobre Esaú Pacífico. Axixá por ser um município pequeno, em que é possível localizar as pessoas, ficou mais fácil.
DARLAN MÉLO
BOA NOITE, FRANCIVALDO! OBRIGADA! COMO JÁ RESPONDIDO PELO PROFESOR DARLAN, O CRITÉRIO DE ESCOLHA DOS/AS ENTREVISTADOS FOI A IDADE DOS/AS MESMOS/AS, OU SEJA, TEREM VIVENCIADO O CONTEXTO DOS BAILES E DA ATUAÇÃO DE ESAÚ PACÍFICO. A PREOCUPAÇÃO MAIOR FOI COMPARAR OS DEPOIMENTOS, SELECIONANDO AS REPETIÇOES.
ExcluirDELCINEIDE MARIA FERREIRA SEGADILHA
Primeiramente gostaria de parabenizar os autores pelo texto e pela escolha temática!
ResponderExcluirGostaria de saber a avaliação dos autores quanto ao uso de fontes orais nas pesquisas? Faço esse questionamento, no sentido de perceber que, pelo menos nos espaços acadêmicos onde frequento, as narrativas orais ficam minoradas ou constantemente postas a questionamentos diversos, em razão, pelo meu entender, da persistência de um estatuto de fonte escrita, documental.
Imagino que no campo da educação, as discussões sejam um pouco mais avançadas nesses sentidos em termos de pesquisa, sendo a História um bom instrumento para corroborar com as análises.
Agradeço desde já a atenção dispensada.
Caio Corrêa Derossi
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ExcluirBOM DIA, CAIO!! OBRIGADO
ExcluirÓTIMA, POIS NÃO POSSUÍAMOS FOTOS DA ÉPOCA DOS OCORRIDOS (BAILE E LIDERANÇA DE ESAÚ), NÃO HAVIA NENHUM DOCUMENTO DISPONÍVEL (NO CASO DOS BAILES, POSSÍVEIS REGISTROS DO BOLETIM DE OCORRENCIA DAS BRIGAS OCORRIDAS NO BAILE DE SEGUNDA), E NEM DE DOCUMENTAÇÃO SOBRE O PERÍODO ELEITORAL ( DA ÉPOCA DA ELEIÇÃO E DO GOVERNO DE ESAÚ PACÍFICO). ENTÃO, PENSAMOS: NÃO PODEREMOS DEIXAR ESSA HISTÓRIA ESQUECIDA, E SEM REGISTRO PARA A COMUNIDADE EM GERAL. DESSA FORMA, FIZEMOS ENTREVISTAS INDIDUALMENTE COM OS DEPOENTES, E ATRAVÉS DA COMPARAÇÃO DE DEPOIMENTOS CONSTATAMOS A VERACIDADE DOS RELATOS. NÃO CONTENTES AINDA, PENSAMOS EM SUGERIR UMA METODOLOGIA DE ENSINO VOLTADA PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE AXIXÁ A FIM DE QUE OS MESMOS SE APROPIASSEM DESSA FONTE (ORAIS) E TAMBÉM O CONTATO DELES COM O PASSADO DO MUNICIPIO CONTIDO NOS RELATOS.
DARLAN MÉLO
BOA NOITE, CAIO! CONCORDO COM VC QUE REALMENTE NA MAIORIA DOS MEIOS ACADÊMICOS A METODOLOGIA DA HISTÓRIA ORAL VENHA SENDO COLOCADA EM POSIÇÃO MENOR. CONTUDO, DESDE O MOVIMENTO DOS ANNALES TEMÁTICAS E METODOLOGIAS ANTES EXCLUÍDAS DO MEIO CIENTÍFICO COMEÇARAM A GANHAR ESPAÇOS RELEVANTES NA PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA, ANCORADAS, É CLARO, AOS AVANÇOS DO CAMPO DA LINGUAGEM, DA PESICOLOGIA, DA ANTROPOLOGIA E DA SOCIOLOGIA, PARA CITAR ALGUMAS ÁREAS. NO CASO DA HISTÓRIA ORAL, IMPORTANTE FRISAR, TRATA-SE DE UMA METODOLOGIA QUE NÃO PROCURA VERDADES, MAS COMPREENDER CONTEXTOS. ADEMAIS CABE DIZER, NO CAMPO CIENTÍFICO A COMPARAÇÃO DE DEPOIMENTOS, PESQUISA EM JORNAIS ANTIGOS, ARQUIVOS E OUTRAS FONTES DE PESQUISA SEMPRE DEVEM SER UTILIZADAS PELO HISTORIADOR/PESQUISADOR NA PESPECTIVA DE ALCANCE DO RIGOR CIENTÍFICO.
ExcluirDELCINEIDE MARIA FERREIRA SEGADILHA
Parabéns pelo trabalho! Muito bom ver o Professor Darlan Mello com esta grande contribuição! Gostaria que contassem um pouco mais como os entrevistados se sentiram em falar sobre suas histórias.
ResponderExcluirObrigado, querida Marize!!Bom dia!!!
ResponderExcluirEles se sentiram muito valorizados, empolgados, pois ninguém ainda tinha se preocupado em reconstruir essas lembranças deles. Falar algo pertencente à vida deles fez aflorar neles sentimentos diversos: tristeza (na lembrança dos pais, e pessoas que já se foram), alegria (na lembrança do entusiasmo que sentiam em poder ir ao/s baile/s), respeito (ao lembrarem da pessoa de Esaú Pacífico, e da formalidade imposta no Baile de Primeira), medo (ao lembrarem da pessoa de Esaú Pacífico, e também, das brigas ocorridas no Baile de Segunda). Em alguns momentos, a memória falhava, mas devido ao clima agradável da entrevista, ela era recuperada logo após.
Foi muito significativo para mim e a cada relato dado por eles, me fez remeter ao passado que eles viveram, além de poder contribuir com a auto-estima desses senhores e senhoras.
DARLAN MÉLO