O ESTUDO DA
HISTÓRIA LOCAL NO ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DE UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Quando discutimos conteúdos e metodologias no
Ensino de História, vem à nossa mente as perguntas: O que e como ensinar? Na
rotina diária da sala de aula, o professor tem a difícil tarefa de encontrar
estratégias pedagógicas capazes de proporcionar aos seus alunos, aulas que
estimulem suas habilidades e competências do saber fazer dentro de suas
possibilidades discentes. No Ensino de História não é diferente, ensinar
História não é um processo simples, pois lhe damos com sujeitos, objetos e
processos complexos. O próprio currículo demanda de nós professores/historiadores
muito jogo de cintura na hora de preparar e desenvolver nossas aulas, muitas
vezes temos que elaborar e reelaborar os conteúdos prescritos em novas
construções para tornar aqueles saberes possíveis de serem ensinados e
aprendidos. Por um longo período, a História Local era tema ausente nos
currículos escolares e até mesmo na historiografia.
O ensino de
História no sistema educacional brasileiro – em especial no ensino fundamental
e médio – esteve, desde a sua inclusão nos programas escolares e nos currículos
no Brasil, a partir do século XIX, permeado de tradições e concepções
europeias, expressamente francesas. Só a partir das últimas décadas do século
XX que a História vem sendo repensada, assim como suas metodologias e práticas
de ensino. Entretanto, quando se trata das questões relativas à História Local,
regional e as relações com o global, muitas dificuldades, dúvidas e problemas
aparecem. Buscarei, neste artigo refletir especificamente sobre aspectos
relativos ao ensino de História e de História Local, na perspectiva de enfocar
a sua aplicabilidade em sala de aula, buscando nas vivências dos educandos,
temas e fontes que permeiam seus cotidianos.
O tema
escolhido para compor esta experiência foi o estudo sobre as rezadeiras de João
Câmara e como o ofício dessas pessoas está ligado a História da cidade e das
comunidades que habitam. Resgatando através de suas memórias a força mística e
ao mesmo tempo religiosa que compõem essa tradição milenar no Brasil. O uso da História Local para o ensino de
História foi durante muito tempo ignorado, até mesmo pela narrativa
historiográfica que se dedicava única e exclusivamente a um recorte ocidental.
Goubert, nos traz uma definição de História Local e sua caracterização nos
séculos passados. Segundo ele:
“Denominaremos história local aquela que diga
respeito a uma ou poucas aldeias, a uma cidade pequena ou média [um grande
porto ou uma capital estão além do âmbito local], ou a uma área geográfica que
não seja maior do que a unidade provincial comum [como um county inglês,
um contado italiano, uma Land alemã. uma bailiwick ou pays
francês]. Praticada há tempos com cuidado, zelo, e até orgulho, a história
local foi mais tarde desprezada — principalmente nos séculos XIX e primeira
metade do XX —pelos partidários da história geral” [Goubert, 1972, p. 70].
Portanto, o passado era uniformizado, excluindo
qualquer forma de participação comunitária, ou de agentes sociais que não os
dominantes. Uma história oficial, eurocêntrica uma matéria decorativa. Esse
perfil de ensino também esteve presente durante décadas na realidade das
escolas brasileiras, variando, no entanto, de importância no período que vai do
século XIX ao atual.
Não é por outro motivo que observamos ainda hoje,
que muitos estudantes brasileiros relacionam a disciplina de História, a uma
matéria decorativa, estudo do passado, memorização de nomes, datas e fatos sem
nenhum sentido ou utilidade para suas vidas. Mas então qual o papel da História
Local neste contexto educacional? Como podemos definir esse tema na História?
Aryana Costa [2019] nos afirma que o uso da História Local para o ensino de
História pode ser considerado tanto a partir do seu próprio valor quanto um
grande ponto de partida para atividades que desenvolvem inúmeras outras
competências para a construção do conhecimento histórico. E, em outro momento
completou:
“Fazer/ensina/estudar história local pressupõe
tomá-la como objeto do conhecimento [quando nos concentramos em escalas
“menores” e mais próximas a nós nos nossos recortes, como o bairro, a cidade, o
Estado, mas também grupos sociais e cultura material que não necessariamente
correspondem aos limites geográficos e políticos dos lugares]ou como o lugar de
onde partem os conhecimentos [dos próprios professores e alunos, da comunidade,
de associações e organizações locais, das universidades]”[Costa, 2019, p. 132]
Essa afirmação nos faz refletir sobre os aspectos
necessário para buscar possibilidades de abordagens da história local em sala
de aula. Haja vista, que a realidade dos nossos estudantes é plural e complexa,
com diferenças regionais, culturais, sociais e econômicas. Por isso,
concordamos que a história local vai muito além dos limites geográficos, ou
políticos, a necessidade do estudo dessa abordagem para o ensino possibilita a
compreensão do entorno do aluno, identificando o passado presente nos vários
espaços de convivência – escola, casa, trabalho, congregações, associações etc.
Se podemos perceber a história local nos mais
diversos espaços que nos rodeiam, como podemos então usar essas informações no
ensino de história? Isso nos leva a repensar as relações entre o que nos trazem
os currículos prescritos e o que é vivido e construído no cotidiano escolar. A
LDB, aprovada em 1996, estabelece como diretrizes curricular para o território
nacional:
Art. 26 – Os currículos do ensino fundamental e
médio devem ter uma base comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e
estabelecimento escolar por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da
clientela.
Ou seja, os currículos escolares devem contemplar
conhecimentos comuns em âmbito nacional e as singularidades, as especificidades
do lugar de vivências dos alunos e professores. Podemos encontrar também no
documento curricular do Estado do Rio Grande do Norte o seguinte parâmetro para
o estudo da história local e o papel do professor nesse processo:
“Um outro conceito importante nesse processo é o de
professor pesquisador. Esse deve ser entendido com base em uma dupla dimensão:
a primeira é a do trabalho em sala de aula, como construtor do conhecimento
junto aos alunos, por meio do método histórico e do seu uso como ferramenta de
questionamento das realidades cotidianas locais; a segunda dimensão
relaciona-se ao constante processo de reflexão e atualização de seu fazer
docente, tornando a sala de aula um espaço para a aplicação de novas
experiências, assim como o lócus de suas investigações. Desse modo,
incentiva-se o professor à busca pela pesquisa constante sobre a história do
lugar e do estado, incentivando assim também os alunos a desenvolver e viver
sua própria história”. [Documento Curricular, 2018, p. 975]
Aprender e ensinar a história local é parte do
processo importante para a construção e desenvolvimento da consciência
histórica. Assim como é fundamental pra que os sujeitos possam se situar,
compreender e intervir no meio em que vivem como cidadãos críticos. [Santos,
2002, p. 106-107] afirma que: “ a importância de se estudar a “história do
lugar” tem se revelado ainda mais visível, nas últimas décadas, nas escolas,
nas ruas, nas famílias, nas comunidades de que fazem parte, nos lugares onde se
situam com suas particularidades”.
Apesar de vários elementos serem relevantes acerca
da importância da problematização e do estudo do local para a formação
histórica dos educandos, ainda encontramos uma série de dificuldades para
concretização desses objetivos. Dentre eles, podemos citar: A identificação do conceito de espaço, é
comum falar em história local como a história do entorno, do mais próximo, do
bairro ou cidade. Deve-se observar com cuidado, pois cada lugar tem suas
especificidades e precisa ser entendido por meio da série de elementos que o
compõem e de suas funções. Cada lugar é diferente de outro, tem sua
singularidade, mas é fração de uma totalidade, e uma das grandes dificuldades é
fazer o aluno compreender essas relações e esses conceitos. Assim como,
história local não precisa ser somente a história da cidade, Estado ou bairro,
mas infinidades de recortes possíveis.
Outro problema recorrente ao ensino do local é a
escassez ou inadequação das produções teóricas, bem como materiais didáticos
sobre as temáticas. Dificilmente, o material base com que trabalhamos em sala
de aula, ou seja, os livros didáticos e apostilhas, conseguirá dar conta das
nossas especificidades locais. O que não se caracteriza como algo ruim. Assim
nos fala Aryana Costa, quando ela trata do uso da História Local para o ensino
de história afirma:
“[...]para engaja-se num trabalho de história
local, os professores vão provavelmente ter que realizar suas próprias
investigações para a coleta e produção de material. Isso quer dizer, por outro
lado, que um trabalho de história local é uma ótima oportunidade para a atuação
dos próprios professores e alunos como sujeitos produtores do conhecimento
eleito como objeto de estudo, atendendo também as discursões psicopedagógicas
que prezam por uma educação centrada na promoção da autonomia, da
responsabilidade e da proatividade dos alunos”. [Costa, 2019, p. 134]
Logo, ao mesmo tempo que surgem os desafios no
trabalho com a história local, também surgem novas perspectivas de ensinar história,
novos objetivos, finalidades educativas, metodologias e novas práticas de
ensino. É importante destacar que o local sem um contexto geral, é apenas um
fragmento, bem como o geral sem os respaldos das realidades locais se torna
apenas uma abstração.
As fontes caracterizam outra dificuldade recorrente
na pesquisa sobre o local, dentre elas, a dificuldade de encontrá-las, o estado
de preservação, o acesso muitas vezes negado, manipulação de dados e tendências
elitistas. Para Fonseca:
“As fontes de estudo, os documentos disponíveis aos
professores, em geral são constituídos de dados, textos, encartes, materiais
produzidos pelas prefeituras, órgão administrativos locais, com o objetivo
implícito ou explícito de difundir a imagem de grupos detentores do poder
político ou econômico. Assim, professores e alunos, muitas vezes, têm como
fontes de estudo evidências que visam a preservação da memória de grupos da
elite local”. [Fonseca, 2003, p. 240]
Porém, esse não é um problema exclusivo da história
local quando se trata do uso das fontes, isso é uma realidade dos documentos
históricos em todo país. Todavia, ao se tratar de trabalhos de cunho regional a
situação é mais agravante. Reafirmando essa teoria dos documentos Janaína Amado
nos diz:
“[...]a documentação local, necessária às pesquisas
geralmente está nas mãos de pessoas que se consideram “donas” e não querem
cedê-la. Isto talvez aconteça porque, em locais menores, onde predominam
relações de tipo pessoal e privado, haja mais dificuldade em identificar
patrimônio histórico com patrimônio público. Mas acontece também porque, nestes
lugares, muitos “donos” da documentação pertencem às oligarquias locais, estão
habituados a mandar, e não hesitam em usar este poder contra o
pesquisador[...]”. [Amado, 1990, p. 11-12]
Apesar das dificuldades diante de tudo que foi
exposto sobre os desafios que permeiam o ensino de história e a história local
no contexto escolar é reconhecido que as pesquisas educacionais,
historiográficas e as práticas pedagógicas indicam a necessidade de novas
configurações do ensino e aprendizagem da história local. Por isso, decidi
compartilhar uma experiência ocorrida em sala de aula com turmas do sétimo ano
[Ensino Fundamental], na escola em que leciono.
Neste sentido, passo a relatar uma experiência
realizada por mim como professora de História em uma escola pública de João
Câmara, cidade onde moro. Enquanto professora, costumo observar na rotina
diária, as conversas dos meus alunos durante as aulas. Suas curiosidades, as
fofocas, os anseios, medos e tantas outras histórias que surgem no decorrer das
aulas. Foi em uma dessas conversas que o assunto sobre as rezadeiras surgiu.
Uma aluna, falava com duas colegas, sobre ter ido se curar na casa de uma
senhora que mora em sua rua. As outras meninas começaram a afirmar também já
terem sido curadas por rezadeiras. Logo, outros alunos foram participando do
diálogo.
Foi neste momento que percebi o potencial daquele
tema para trabalhar a história local em sala de aula a partir dessa referência
dos alunos. Perguntei então a classe: quem de vocês já foi curado por uma
rezadeira? E quase todos os alunos levantaram a mão. Continuei questionando
sobre o que eles conheciam do assunto. Em uma roda de conversa informal
surgiram várias curiosidades por parte dos educandos e então propus
pesquisarmos sobre o tema. Eles concordaram e se mostraram entusiasmados.
Paulo Freire, já considerava desde a década de 70,
como ponto fundamental no processo de alfabetização de adultos o conhecimento
que o sujeito cognoscitivo possui, a “leitura de mundo” imersa no pensamento de
cada um. Cabe ao professor, na perspectiva freiriana, reconhecer e estabelecer
um diálogo com esse conhecimento. A partir do conhecimento do vivido,
denominado também de senso comum possibilitando aos educandos que efetivem suas
aprendizagens provenientes do conhecimento acumulado durante suas vidas e
sistematizando-os por métodos científicos. Foi levando em consideração uma
conversa paralela em sala de aula que me despertou a ideia de juntar uma
proposta de ensino - a história local – com a vivência e as experiências de
vida dos alunos.
O primeiro passo foi planejar as etapas do projeto,
decidir as fontes, abordar os conceitos e dividir os grupos. Iniciei lançando
aos alunos as perguntas mobilizadoras: De que maneira o ofício das rezadeiras
contribui para se conhecer melhor o passado de João Câmara? Que importância tem
esse saber popular para os habitantes do lugar? e deixando-os levantar
hipóteses. Para o trabalho em sala de aula, preparei leituras, imagens e
documentários acerca do tema, buscando referências de outros lugares. Trouxe
para aula, textos sobre história oral e fontes orais, justificando sua
importância para o ensino e principalmente por se tratar de abordagens que
aproximam a história de suas realidades.
Para aprofundar a reflexão sobre o assunto,
organizei a turma em grupos, pedi que fizessem uma pesquisa com as rezadeiras
que moram próximas de suas casas ou que fazem parte da sua própria família.
Solicitei que elaborassem um questionário para realização de entrevistas que
tivessem relação com as perguntas mobilizadoras. Entendo que dessa forma o
conhecimento da história local e do uso das fontes orais através da escola
permite aos educandos desenvolverem competências e habilidades essenciais para
o conhecimento histórico. Pois como afirma Guimarães:
“As atividades com fontes orais favorecem a
aquisição de habilidades e atitudes de investigação, indagação, análise,
responsabilidade, ética e respeito os diferentes sujeitos e seus pontos de
vista”. [Guimarães, 2012, p. 345]
Deste modo, os alunos foram motivados a compreender
que a história não é algo morto, mas ao contrário, está viva, pulsando, em
construção e todos nós temos oportunidade de fazer e escrever história. No
segundo momento, socializamos em sala de aula, o resultado das entrevistas
realizada com as rezadeiras e o que aprenderam com essa experiência. Alguns
grupos tiraram fotos e outros gravaram as entrevistas e fizemos um discursão
colaborativa, comparando os relatos das pessoas entrevistadas, observando as
semelhanças e diferenças. Na etapa de produção, cada grupo construiu uma
narrativa acerca do tema, relacionando com a história da cidade, do bairro ou
da comunidade [deixei eles a vontade para decidir] e como culminância,
apresentaram cartazes ilustrativos, pequenos textos que produziram, e uma
encenação de como as rezadeiras exercem seu ofício, expondo para a comunidade
escolar a relevância nacional, estadual e municipal que tem esta prática
religiosa.
A avaliação do projeto foi feita por etapas, para
verificar o desempenho e o grau de envolvimento e comprometimento de cada aluno
e da turma nas diferentes situações de aprendizagem, bem como quais foram e
como foram solucionadas as dificuldades encontradas ao longo de sua realização.
Outros fatores a serem avaliados estão relacionados a aspectos como: a
pesquisa, a interpretação textual, a comunicação e argumentação, a exposição de
ideias oralmente e por escrito, as habilidades técnicas, além das impessoais
observadas no trabalho em equipe. Lembrando que os critérios de avaliação foram
apresentados aos alunos desde o início do projeto.
O ensino de história vem passando por várias
modificações desde as últimas décadas. Os objetivos, as finalidades, os
materiais didáticos e a formação dos professores têm se modificado. As
investigações historiográficas atentaram para o fato de que uma história que
trata somente de temas institucionais, biográficos, políticos e elitista não
dão conta dos desafios e objetos que se estuda no chão da escola. Os estudos da
história local, se torna então, relevante e indispensável para a construção do
conhecimento histórico.
Pois, a associação entre o cotidiano e história de
vida dos alunos possibilita contextualizar essa vivência em uma vida em
sociedade e articula a história estudada a uma história vivida. A minha
intenção neste artigo foi contribuir para o aprofundamento das reflexões sobre
os saberes e as práticas pedagógicas no ensino de história. Analisando como
proposta pedagógica o uso da história local em sala da aula, identificando suas
dificuldades, problemas ressaltando alguns consensos construídos e apontando
possibilidades de trabalho com essa abordagem.
As propostas
pedagógicas que privilegiam os estudos do local e sua relação com o regional,
nacional e o global caminham no sentido de romper com as dicotomias, a
fragmentação, a separação entre espaços, tempos e sujeitos. Além de
possibilitar aos educandos pensar em suas comunidades locais, considerando suas
histórias de vida e sobretudo sua situação social, cultural, política e
econômica.
REFERÊNCIAS
Kainara Fernandes da Silva é professora da rede
estadual do Rio Grande do Norte, mestranda do Profhistória na UFRN.
BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da Educação
Nacional – Lei n. 9394, 20 de dezembro de 1996. Brasília: Presidência da
República – Subchefia para Assuntos Jurídicos, 1996.
Rio Grande do Norte. Secretaria de Educação e da
Cultura. Documento Curricular do Estado do Rio Grande do Norte: Ensino
Fundamental [recurso eletrônico] /Secretaria de Educação e da Cultura – Dados
eletrônicos – Natal: Offset, 2018.
AMADO, Janaína. História e Região: reconhecendo e
construindo espaços. SILVA, Marcos Antônio da. [Org]. República em migalhas:
História Regional e Local. São Paulo: Marco Zero,
ANPUH, 1990. GOUBERT, Pierre. Local History. IN: Historical Studies roday. Ed.
by Felix Gilbert and Stephen R. Graubard. N.Y. Norton & co. 1972.
COSTA, Aryana Lima. História Local. Dicionário de
Ensino de História/coordenação: Marieta de Morais Ferreira, Margarida Maria
Dias de Oliveira. – Rio de Janeiro: FG editora, 2019.
FONSECA, Selva G. Didática e Prática de Ensino de
História. Campinas: Papirus, 2003.
GUIMARÃES, Selva. Didática e prática de ensino de
História: Experiências, reflexões e aprendizados. - 13ª ed. Ver. e ampl. –
Campinas, SP: Papirus, 2012. – [Coleção Magistério: Formação e Trabalho
Pedagógico]
SANTOS, Joaquim Justino Moura dos Santos. História
do lugar: um método de ensino e pesquisa para as escolas de nível médio e
fundamental. Hist. cienc. saude-Manguinhos [online]. 2002, vol.9, n.1,
pp.105-124. ISSN 0104-5970.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-59702002000100006.
Nara, gostei muito do seu artigo, também pretendo trabalhar com História local, mais especificamente focado na educação patrimonial. Gostaria de saber quais são os desafios postos a História local na atualidade.
ResponderExcluirOlá Árison, Dentre eles, podemos citar: A identificação do conceito de espaço, é comum falar em história local como a história do entorno, do mais próximo, do bairro ou cidade. Deve-se observar com cuidado, pois cada lugar tem suas especificidades e precisa ser entendido por meio da série de elementos que o compõem e de suas funções. Outro problema recorrente ao ensino do local é a escassez ou inadequação das produções teóricas, bem como materiais didáticos sobre as temáticas. Dificilmente, o material base com que trabalhamos em sala de aula, ou seja, os livros didáticos e apostilhas, conseguirá dar conta das nossas especificidades locais.As fontes caracterizam outra dificuldade recorrente na pesquisa sobre o local, dentre elas, a dificuldade de encontrá-las, o estado de preservação, o acesso muitas vezes negado, manipulação de dados e tendências elitistas.
ExcluirEspero que tenha ajudado, qualquer coisa estou as ordens.
Grata,
Kainara Fernandes da Silva
Muito bom o texto. Pude perceber no texto que a história local foi inserida como conteúdo e não como metodologia de ensino. Gostaria de saber, como foi estabelecida a relação de entre o conhecimento local com o conhecimento ou conteúdo escolar?
ResponderExcluirRicardo Rocha Balani
Olá Ricardo, obrigada por ler meu texto, trabalhei com a turma conteúdos sobre a idade média, e as práticas de curas realizadas nesse período.Concomitantemente, relacionamos os rituais dessas práticas no medievo com as realizadas vivenciadas pelos alunos no seu cotidiano. Quando estávamos trabalhando a Idade Médias, estudamos como algumas mulheres eram perseguidas e acusadas de bruxaria por realizar rituais de curas. Foi trabalhado também os conceitos de História local, Identidade entre outros. Não sei se ficou claro a resposta. Qualquer coisa estou a disposição. Obrigada!!
ExcluirKainara Fernandes da Silva
Olá Kainara! Gostei muito de sua abordagem sobre história local, porém me pergunto se não é o caso de realizar uma abordagem tecnológica para sua dinâmica em sala de aula. Pois estudar a história local requer muita pesquisa dos profissionais e para ser explana de forma mais eficiente aos alunos, acredito que deveria utilizar recursos tecnológicos, até mesmo para não recair sobre opiniões pessoais sobre o tema exposto.
ResponderExcluirEspero ter auxiliado!
Felipe Severo Sabedra Sousa
Olá Felipe, obrigada pela dica, na verdade não foi citado no trabalho, mas os alunos utilizaram o celular para registrar as entrevistas e fotografar alguns entrevistados. Em sala de aula, utilizei ferramentas tecnológicas como: Vídeos e documentários sobre as rezadeiras. Concordo que faltou dialogar no texto com essas fontes. Obrigado!!!
ExcluirParabéns pelo texto! É uma leitura muito significativa. Mediante o exposto tenho a seguinte pergunta: quais metodologias contribuem para que a História local seja efetivamente trabalhada em sala de aula?
ResponderExcluirCamilla Mariano
Olá Camila, obrigada pela leitura do texto. É necessário ante de tudo avaliar cada contexto escolar, fazer uma sondagem com a turma sobre o que eles entendem por História Local, se tem ou não algum conhecimento prévio a respeito do tema. A partir daí, dialogar sobre temas de suas vidas cotidianas, é de extrema relevância que os estudos sobre História Local partam de interesses dos próprios alunos, curiosidades que eles externem na sala de aula. E a partir daí elencar as fontes e as ferramentas que serão utilizadas durante o processo. Não esquecendo de fazer relações com a História regional, nacional ou geral. As metodologias partem muito do perfil do professor, alguns preferem utilizar aulas expositivas a partir de conteúdos, outros optam pelo método histórico investigativo e outros preferem trabalhar a partir de projetos didáticos interdisciplinares. Espero que tenha ajudado.
ExcluirKainara Fernandes da Silva
Kainara, parabéns pelo texto e pela experiência que expôs.
ResponderExcluirTrabalhar a História Local, quando não se tem fontes suficientes é um desafio. Nossa função como historiadores também é estimular estas reflexões nos órgãos municipais que trabalhem com Educação e Cultura.
Minha colocação é nesse sentido: no seu Município como a Secretaria de Cultura trata estas questões. Existe uma preocupação ou um tipo de incentivo à essa construção da História Local em seu Município? Pergunto, pois onde moro não tem essa preocupação com a pesquisa e a formalização do conhecimento informal
CAROLINA BITENCOURT BECKER
Olá Carol, obrigada pela leitura do texto! Na minha cidade, João Câmara- R/N, a Secretaria de Educação já desenvolveu alguns projetos sobre a História do município, quando a cidade comemorou 93 anos de emancipação política, todas as escolas desenvolveram o planejamento voltado para a História Local. Várias figuras do município foram contempladas, desde os nomes oficiais aos artesões e artistas da cidade. Assim como a cultura, com festivais e apresentações feitas pelos alunos. Com relação a pesquisa, não temos muito esse incentivo, alguns livros publicados sobre a História local são de iniciativas privadas de alguns memorialistas da cidade.
ResponderExcluirOlá Kainara, bom texto! Partindo do contexto do seu artigo, quais metodologias você propõe para quem pretende como aluno do curso de História, estudar ou até mesmo ensinar à futuros alunos, sobre História Local, em cidades que se encontram saturadas com mesmas fontes e temas?
ResponderExcluirAgradecido. Att. Felipe Araujo Machado
Olá Felipe, obrigada pela leitura! Recomendo que você comece dando voz aos alunos, uma roda de diálogo pode surgir questões e objetos maravilhosos para uma aula de História local. Ou se você quiser escolhe o objeto a ser trabalhado, sugiro que você busque personagens, lugares, lendas, objetos místicos ou até mesmo acontecimentos que tenham feito parte do cotidiano dos alunos. Sempre potencializando os saberes que eles já trazem para sala de aula. Todo conhecimento que o aluno traz para sala de aula tem um grande potencial de estudo e pesquisa. Espero ter ajudado.
ExcluirKainara Fernandes da Silva
Olá Kainara,belo texto! Muito bem colocado e ressaltada a importância de despertar os alunos para a História local. Percebi-se uma iniciativa das escolas como um todo para essa temática ?
ResponderExcluirHenrique da Silva Filho
Olá Henrique, obrigada pela leitura! Vou falar pela minha cidade, aqui no município de João Câmara R/N, existe nas escolas tanto públicas como privadas uma forte aceitação com relação ao trabalho com História Local, já acompanhei exposições belíssimas sobre temas relacionados a História do município, as lendas, as vaquejadas, e outras muitas coisas.Com relação ao Brasil, acredito que a História Local tem crescido bastante nos contextos escolares, principalmente por tratar de objetos na vida cotidiana, das questões de identidade e memória. Então sim, tem existido muitas iniciativas como um todo para trabalhos com essa temática. Espero ter ajudado.
ResponderExcluirGrata,
Kainara Fernandes da Silva