Ingrid Taylana Machado


CULPADO OU INOCENTE: ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DO JULGAMENTO DE GETÚLIO VARGAS


O presente trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual João XXIII - Ensino Fundamental, Médio e Profissional, localizado em Irati-PR, por meio do subprojeto História de iniciação à docência, PIBID, que tem por objetivo elevar a formação dos acadêmicos, com base nas experiências em sala de aula e contribuir para a articulação entre teoria e a prática, o PIBID/História é supervisionado pela professora Fabiana de Godoy Rocha, docente regente de turma.

A extensão proporciona uma gama diversificada de experiências, possibilitando a interação com a futura profissão. Assim como baliza, Claércio Ivan Schneider [2014] os graduandos que participam do programa, tem estímulos as capacidades diferenciadas, em relação aos demais alunos e alunas, uma vez que desenvolvem habilidades e competências no campo de trabalho, obtendo experiências ímpares da prática, a saída do meio teórico vinculado dentro da instituição para a vivência da prática em sala de aula.

Durante o primeiro semestre do ano de 2016, desenvolvemos o trabalho sobre a Era Vargas, julgando ser inocente ou culpado de suas ações durante seu governo, por meio de um debate, com os alunos e alunas do terceiro ano do Ensino Médio. Houve inicialmente o planejamento da atividade, o reconhecimento dos discentes, para com a temática, a troca de conhecimento, sempre levando em conta, que o aluno e a aluna não são um ser nulo de saber. Consigo trazem sempre cargas de conhecimentos a partir do seu meio de vivencia.

Estabelecemos o vínculo entre o passado e o presente, contexto histórico e as principais problemáticas, bases econômicas e políticas. Vargas, é um personagem épico para a história do Brasil, em uma linha tênue de herói e vilão, sendo assim a sala se dissipou em duas partes, em defesa e a favor de Getúlio, a partir deste ponto, deu-se início às pesquisas em grupo, sob supervisão dos pibidianos. Os pibidianos e pibidianas são no seu total doze, divididos em duas equipes seis alunos e alunas da graduação em História da Universidade Estadual do Centro-Oeste, localizada no campus de Irati-PR presentes no Colégio Estadual João XXIII Ensino Profissional, Médio e Profissionalizante.

De acordo com o modelo metodológico proposto, eles estariam agindo como acusação e defesa do réu, Vargas. Ou seja, tomando partido nas discussões e tendo que mostrar as suas perspectivas de acordo com aspectos contra e a favor, no contexto da Era Vargas. Levando em consideração a coerência em suas declarações, a contextualização histórica, ligando com acontecimentos presentes, todos os argumentos plausíveis para o debate.

Educar vai além da capacidade de decorar dos alunos, problematizar é necessário, e foi o eixo norteador da atividade realizada. Fazer com que o processo de ensino-aprendizagem se torne dinâmico e estimulante pela procura de saber.

O subprojeto de História desvinculou-se da prática tradicional de ensino seguindo um modelo diferenciado, utilizando assim o debate como forma de desenvolvimento na argumentação e no senso de problematização dos estudantes, em meio aos fatos promovendo à oratória, constituindo o vínculo de trabalho em equipe e a organização. Ao fim, ficaria a escolha do júri sobre Vargas ser culpado ou inocente, mas procurou acima de tudo priorizar o grande vencedor, o saber.

Objetivos
A experiência com os alunos e alunas do terceiro ano, com base nas arguições dos pibidianos e pibidianas, objetivou desenvolver com os discentes a problematização e reflexão acerca do governo de Getúlio Vargas, ícone da história nacional, compreendendo o período denominado “Era Vargas” bem como seu ápice e declínio. Para posteriormente desenvolver o debate e julgamento acerca da representação contraditória na história.

Os conteúdos trabalhados na aula expositiva buscaram desenvolver a consciência política e histórica, a partir da abordagem teórica que alçou identificar os benefícios da revolução de 1930 e o fim da política elitista café com leite, os principais pontos da constituição de 1934 e o começo do período constitucional. Estabelecendo a elementar reflexão sobre a legitimação de Getúlio Vargas para o estabelecimento do Estado Novo e como a população compreendeu este fato, produzindo conhecimento acerca de teses relacionadas ao comunismo, tratando da identificação dos principais investimentos deste governo na economia, educação, bem como na infraestrutura.

Desta forma, com o conteúdo possibilitando aos alunos e alunas associar os fatos ocorridos na Europa com a Segunda Guerra Mundial e quais as características associadas a Getúlio Vargas simpatizavam com o fascismo e as implicações perante isto, estabelecendo o período que se desenvolveu o queremismo entre o fim do estado novo e o início do novo governo de Vargas, analisando a crise que levou Getúlio Vargas ao suicídio, problematizando a historicização das cartas deixadas por ele, para desenvolver nos estudantes o interesse pelo tema abordado, assim como incentivar os discentes a entender a importância histórica deste momento vivido no Brasil.

 Objetivou-se tencionar estas problemáticas, todavia instigando os alunos e alunas à pesquisa de conteúdo, para que o debate fosse efetivado, os dois grupos compilaram argumentos de ataque e defesa de Vargas, e por fim o julgamento. Para além, pensamos na importância destas atividades não somente para os alunos e alunas, mas também para os pubidianos [a] no desenvolvimento enquanto profissionais de ensino de História.

Metodologia
Buscamos formas diversificadas para o ensino de História, desvinculando de métodos tradicionais, saindo da dicotomia, ensino e livro didático, “a aula de História é assim compreendida como espaço de interação e de experimentação” [MEINERZ, 2013, p.104]. O desenvolvimento do trabalho em sala de aula não vê limites, quando trata-se da busca pelo conhecimento. Este processo, se vinculado ao método de pesquisa diversificado, abre as portas para a criticidade

Um recorte temporal e teórico extenso como o presente exige as mais diversas formas de abordagem, estratégias como a exposição dialogada, a configuração em grupos, o debate construído a partir do uso da investigação em vários recursos, tais como biblioteca, obras cinematográficas e fotografias.

O trabalho metódico, atrelado aos recursos de pesquisa, acaba por agregar um potencial maior de problematização do tema e do desenvolvimento de uma consciência histórica, atraindo os discentes não só para a construção do saber, mas também para uma aproximação com o ofício de um historiador, no sentido da procura por vestígios, da contextualização e a síntese entre o conhecimento prévio e o adquirido.

Os trinta e seis estudantes do 3º A do Colégio Estadual João XXII do turno da manhã, foram divididos de forma aleatória em duas equipes de dezoito pessoas, após a aula expositiva sobre a Era Vargas. Por meio de sorteio ficou elencado que o grupo 1 defenderia Vargas e seus feitos com apoio de três pibidianos e pibidianas, e o grupo 2 atacaria Vargas pelos seus atos recebendo o mesmo apoio dos docentes.

A aula expositiva de conteúdo percorreu três horas aulas, uma aula fora utilizada para a organização e explicitação da atividade, outras três aulas para a pesquisa e duas para o debate. Ao longo das arguições se alternava entre uma equipe e outra iniciar os questionamentos, a réplica contou com cinco minutos, a tréplica quatro minutos e a quadruplica 2 minutos, desta forma ocorreu nas duas aulas, um grupo instigando o outro a criticidade de pensamento sobre o governo Vargas. Durante as duas aulas do julgamento e debate, uma pedagoga e uma professora fizeram a composição do júri para decidir se Vargas foi culpado ou inocente em suas decisões, perante ao povo, com embasamento nos pontos apresentados pelos alunos e alunas.

Resultados
Ao longo das aulas e do debate, a construção do saber proporcionou aos alunos e alunas o contato com a reflexão crítica da sociedade, interligando passado e presente, possibilitando as problematizações sociais forma geral, tanto o eixo econômico, político e social, aguçando o senso crítico e a desenvoltura argumentativa perante aos conhecimentos adquiridos. Levando em conta, todos os aspectos envolvidos, tais como a dinâmica trabalhada, os níveis alcançados foram satisfatórios, em relação ao processo de ensino-aprendizagem.

Constituímos o trabalho em diferentes escalas, desde seu início com a movimentação dos alunos [a] em busca de conteúdo, ou seja, o material teórico, até o debate final, onde demonstraram o seu interesse e domínio da temática, expressados na oralidade e a forma como construíram os argumentos. Aos pibidianos e pibidianas, foi possível percorrer a ponte entre a teoria adquiria na graduação para a prática em sala de aula, sob a ótica da experimentação, agindo como agentes, no presente trabalho, de organização e na busca pelo conhecimento.

O debate fez o uso do lúdico e outros métodos transversais no processo de ensino-aprendizagem trazendo consigo, o prazer e o aprender, constituído em um só. O lúdico e o estimulo, são tencionados a prender a atenção dos estudantes. Para além, por ser um método diferenciado, dinâmico, aguça o senso de competição, liderança, argumentação, busca pelo conhecimento, acentuando à vontade para o saber, como coloca Euclides Redin [2000], o lúdico é a mediação universal para o desenvolvimento e a construção de todas as habilidades humanas, estas interações podem desenvolver a capacidade de raciocínio lógico, bem como o desenvolvimento social e cognitivo. A vivência do dia-a-dia demuda um cotidiano algumas vezes maçante professor, quadro e giz.

Com o decorrer do debate os discentes puderam responder questões referentes do seu país ao longo da História, possibilitando o entendimento de uma parte da política nacional. Nas fotografias abaixo observamos os alunos e alunas durante o debate, juntamente com os pibidianos e pibidianas.


Fonte: Acervo pessoal. Alunos do Colégio Estadual João XXIII - Ensino Fundamental, Médio e Profissional, após o júri simulado.

O que percebemos ao fim da atividade e da aplicação do conteúdo, foi majoritariamente os discentes interessados pela temática Vargas, demonstrando interesse e reflexão pelo conteúdo estudado, aguçando o senso crítico para questões política e socias no Brasil.

Uma ponte entre a teoria e a prática: pibid história e a construção do profissional de história
Algo importante a ser evidenciado trata-se da simultânea troca de conhecimento que é arrolada no espaço escolar, pois os pibidianos [a] aprendem juntamente com os alunos e alunas a cada comutação de experiências. Para tanto, pensando na relevância para os discentes universitários do programa de docência, fazemos a utilização do aporte teórico construído sobre ensino da história e PIBID, teorizado pelos autores Ferreira e Scheneider [2015].

Os historiadores especialistas em ensino e educação histórica Ferreira e Scheneider [2015] enfatizam que o PIBID oportuniza aos bolsistas o desenvolvimento da consciência histórica do seu campo de trabalho, de formação e da profissão, pois o PIBID se elenca em uma tríade ensino, pesquisa e extensão “proporcionando um contato de maior intensidade dos bolsistas , futuros professores, com seu campo de trabalho, uma vez que o projeto envolve o planejamento da ação didática, centrado na observação, na pesquisa, na experimentação e na intervenção’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.2].

Durante o decorrer da graduação a universidade oferece a experiência do Estágio Supervisionado I e II. O Estágio Curricular I compõe 118 horas, já o Estágio Curricular II são 56 horas, estando centrados no 3º e 4º ano da graduação, para a inserção dos estudantes em sala de aula, efetivando a experimentação da profissão, “o Estágio curricular e o PIBID proporcionam aos licenciados o contato com o imprevisto, descoberto aos poucos pela convivência através da inserção no cotidiano escolar’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.5].

A entrada no espaço escolar, não somente estar em sala de aula, mas estabelecer contato tudo ao seu entorno, outros profissionais seja eles funcionários [as] ou professores [as], bem como, a vivencia do espaço biblioteca, secretária, sala de informática e os diferenciados espaços, faz com que os estudantes façam uma inserção enquanto futuros docentes.

Como baliza histórica Ferreira e Scheneider [2015] se trata de um leque de aprendizagem, pois tanto o estágio como o programa fomentam um desenvolvimento plural, pautado tanto nas metodologias de ensino aprendizagem, mas também no reconhecimento do campo profissional e de gestão escolar. “O PIBID é entendido como um programa que pode agregar novos significados ao Ensino, dando espaço para diferentes intervenções neste campo, auxiliando na necessária e urgente ressignificação da formação do profissional de História’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.7].

O PIBID/História propõe entrar em sala de aula nas intervenções fazendo problemáticas que conciliem o ensino e o lúdico, com base nas experiências para possamos refletir a aprendizagem desenvolvida, durante a construção do conhecimento, que obtemos em sala de aula, vivenciando as adversidades da escola pública, como evasão escolar, violência, desinteresse, alunos e alunas desestimulados, possibilitando a reflexão sobre a educação histórica, assim como os próprios métodos de ensino-aprendizagem para os futuros docentes, possibilitando a constituição enquanto profissional de ensino. [...] o conhecimento não é dado nem na bagagem hereditária nem nas estruturas dos objetos: é construído, na sua forma e no seu conteúdo, por um processo de interação radical entre o sujeito e o meio, processo ativado pela ação do sujeito, mas de forma nenhuma independente da estimulação do meio. O que se quer dizer é que o meio, por si só, não constitui estímulo. E o sujeito, por si só, não se constitui sujeito sem mediação do meio; meio físico e social. É nesta direção que vai a concepção piagetiana de aprendizagem: sem aprendizagem o desenvolvimento é bloqueado, mas só a aprendizagem não faz o desenvolvimento. O desenvolvimento é a condição prévia da aprendizagem; a aprendizagem, por sua vez, é a condição do avanço do desenvolvimento. [BECKER 1993, p. 25]

Entendemos que o conhecimento é algo construído gradativamente, e pensamos o PIBID, como elementar neste processo, para o pensar profissional, tencionado na identidade de ser professor (a), pois a partir da prática que ganhamos a experiência frente as adversidades posicionadas. Fortalecendo a formação profissional, pois faz uma ponte entre a teoria e a prática, em consonância com os saberes e experiências com base na atuação em sala de aula, “o campo formativo a partir do estímulo à formação da consciência histórica dos futuros professores de História para com o seu campo de atuação é meta central do subprojeto’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.8,9 ].

A identidade enquanto professores [as] acaba sendo construída a partir de experiências intensas como estas vivenciada pelos discentes graduandos em história, uma vez que o PIBID se integra em uma constituição única de formação de consciência histórica, “desenvolvimento da consciência histórica torna-se essencial para a formação profissional dos licenciados. Eles conseguem aliar às experiências práticas na escola as teorias debatidas na universidade a fim de orientar suas concepções de ensino, de história e de sociedade’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.9].

Para além, o programa de docência, possibilita uma ponte entre a universidade e escola pública, levando os acadêmicos e acadêmicas da graduação da disciplina histórica, para o espaço escolar com o intuito da ressignificação do ensino e construir.

Considerações finais
Como o modelo de ensino brasileiro exige métodos avaliativos durante o processo de aprendizagem, os pibidianos [a] analisaram o comportamento e a participação frente ao debate e o julgamento de Vargas, pois, a proposta é que todos os alunos e alunas contribuíssem com pelo menos uma fala e assiduamente no processo de pesquisa. Observando os resultados orais sobre os conhecimentos adquiridos direcionadas sobre a experiência do julgamento, o PIBID agindo como auxiliar na construção positiva de sujeitos “e se essa construção é sinônimo de ressignificação do próprio campo formativo, o pibid não deveria ser apenas para alguns acadêmicos, mas para todos’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.21].

O Debate, concomitante com o júri simulado, sobre a Era Vargas, tratando enquanto inocente ou culpado, visou o senso de problematização de fatos históricos pelos alunos do Ensino Médio. Tal trabalho gerou reflexões profundas sobre o eixo principal, Vargas sendo herói ou vilão, juntamente com a problemática do universo político brasileiro atual.

Após as arguições, o consenso decidiu por declarar Getúlio Vargas, culpado, por todas as questões argumentadas ocorridas durante seu governo. O subprojeto História desempenhou o papel proposto, com as contribuições no decorrer da atividade, para o desenvolvimento da criticidade, consciência histórica dos discentes e a busca pelo conhecimento, não somente se atendo ao conteúdo dado pelo livro didático.

Bem como, houve o seu enriquecimento como profissional, com a possibilidade de atuar em sala de aula, juntamente com aproximação com a realidade escolar, presenciando os desafios do meio, pois “os pibidianos estendem na escola relações com os debates feitos na Universidade favorecendo, dessa forma, cotidianamente, o desenvolvimento de novas habilidades e de novas competências’’ [FERREIRA; SCHNEIDER, 2015, p.12].

Ao fim, as experiências pibidianas abrem uma dimensão de problemáticas para serem desenvolvidas, cada uma com suas nuanças únicas, onde no debate final o grande vencedor é o conhecimento adquirido, levado para a vida.

REFERÊNCIAS
Ingrid Taylana Machado: Mestranda em História - História e Regiões na UNICENTRO, (Universidade Estadual do Centro - Oeste). Possui graduação em História - UNICENTRO (Universidade Estadual do Centro - Oeste) campus Irati (2017). Pesquisa temas relacionados a Relações de Gênero, História das Mulheres, Práticas e Representações, Saberes Populares, História Cultural, Partos, Ensino de História. E-mail: ingriditaylana@hotmail.com.

ABREU, Martha & SOIHET, Rachel (orgs). Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra: 2003.

BECKER, Fernando. A epistemologia do professor. Petrópolis: Vozes, 1993.

FERREIRA, Silveria Aparecida; SCHNEIDER, Claércio Ivan. As contribuições do subprojeto PIBID/história da UNICENTRO para a profissionalização docente, Irati-pr [2012-2014]. Irati: História & Ensino, v. 20, p. 31-58, 2015.

MEINERZ, Carla Beatriz. Jogar com a história em sala de aula. In: GIACOMINI, M; PEREIRA, N. M. Jogo e ensino de história. Porto alegre. 2013.

LEE, Peter. Em direção a um conceito de literacia histórica. In: Educar, Curitiba, p. 131-150, 2006.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. REDIN, Euclides. O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente brinca. Porto Alegre: Mediação, 2000.

SILVA, A.F.F; E. C. M, SANTOS. A Importância do brincar na educação, 2009.

SCHENEIDER; Claércio Ivan; FERREIRA, Silvéria Aparecida. As contribuições do subprojeto PIBID/ História da Unicentro para a profissionalização docente, IratiPR [2012-2014]. História e Ensino, Londrina, v. 20, n. 2, p. 31-58, jul./dez. 2014.

 VARGAS, Getúlio. Diário – Volume I: 1930-1936. [Apresentação de Celina Vargas do Amaral Peixoto; edição de Leda Soares]. São Paulo: Siciliano; Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1995.

VARGAS, Getúlio. Diário – Volume II: 1937-1942. [Apresentação de Celina Vargas do Amaral Peixoto; edição de Leda Soares. São Paulo: Siciliano; Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1995.


9 comentários:

  1. Prezada autora Ingrid Taylana Machado, boa tarde!

    Sou professora da rede pública de ensino do Estado do Paraná, e atuo tanto nos anos finais do Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. Aproveito da oportunidade da temática trazida pelo seu trabalho, para dizer que acredito que o PIBID é uma conquista histórica de muito sucesso na política de formação docente. Feitas essas considerações, gostaria de elencar duas questões sobre o trabalho: 1) Considerando que existem muitas formas de abordagem em uma aula expositiva, como os conceitos de trabalhismo, populismo e fascismo foram trabalhados previamente nas aulas expositivas citadas no trabalho?; 2) Qual foi o resultado do trabalho desenvolvido pelos estudantes? Os alunos conseguiram elaborar uma síntese conclusiva sobre a personalidade política de Getúlio Vargas em seu “julgamento”?

    Atenciosamente,

    Amanda Cristina Ribeiro


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    1. Obrigada pela gentileza Amanda C. Ribeiro!
      Concordo plenamente, o PIBID tem a capacidade de trazer para o futuro profissional do ensino a oportunidade de atuar na prática docente, vivenciando o espaço da escola como um todo. Respondendo o questionamento número um, primeiramente explicamos como ocorreria a atividade, e que ocasionalmente seria divida em equipes, o que aguçou o senso competitivo e a busca pelo conhecimento. Nossas aulas expositivas acerca da temática foram dividas em três etapas, primeira demonstrado o conteúdo teoricamente, utilizando artigos e o material didático, no segundo momento mostramos algumas fontes e contextualizamos, que foram documentos e fotos, e no terceiro momento, utilizamos fontes cinematográficas, como o filme Olga, após a inserção do tema, os alunos e alunas, pesquisaram a fundo as perspectivas e concepções sobre Vargas, até o julgamento. Para a questão dois, durante o julgamento obtivemos o corpo docente julgando e avaliando os argumentos dos alunos e alunos, que estudaram os ambos lados prós e contras para a atacar e defender, no final o corpo docente (júri) decidiu que o Vargas foi culpado, pela forma como foi argumentado contra ele, e os próprios alunos e alunas posteriormente concordaram, gerando um debate crítico acerca do tema. No final após muitos argumentos e conversas entenderam que a vitória estava no conhecimento adquirido.

      Assinado: Ingrid Taylana Machado

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  2. Parabéns pelo texto, Ingrid.

    Lecionei durante um tempo como professora substituta no Ensino Fundamental em uma escola pública de minha cidade e peguei o conteúdo para revisar justamente no período da Era Vargas. Percebi por parte dos alunos do 9º ano uma perspectiva que até fugia da noção dualista herói/vilão de Getúlio Vargas, os alunos o consideravam integralmente um herói. Fui tentando desconstruir algumas coisas e utilizei essa mesma dinâmica que você.

    Visto que você trabalhou com uma turma do Ensino Médio e alunos já mais amadurecidos, minha curiosidade é, antes de você ministrar a aula sobre o período os alunos já conheciam/possuíam opiniões pré-formadas acerca de Getúlio? Como eles foram separados aleatoriamente e o resultado foi que Getúlio fora considerado culpado, você percebeu por parte dos alunos que estavam no grupo da defesa de Vargas alguma insatisfação? Seja com o resultado ou com as exposição de argumentos do grupo da acusação?

    Krisley Aparecida de Oliveira

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    1. Obrigada pelas considerações Krisley!
      Então, como tratou-se de uma turma grande com 36 alunos e alunas havia muitas opiniões na época culpado/vilão, principalmente pelo cenário político que estávamos vivendo, alguns acontecimentos que estavam ocorrendo no presente eram conectados ao passado, como eram alunos e alunas mais madurados, estávamos se preparando para os processos seletivos de vestibular e ENEM, havia certa crítica política. Já alguns realmente viam como herói pelo o que pais contavam e estrutura social, assim como existia aqueles que não tinham uma opinião ou conhecimento, que o estudo passaram a ter, amadurecer a idéia sobre ser culpado ou inocente. Pois apesar do júri decidir que a argumentação em favor de ser culpado tenha ganho, sabemos que isso não significa que seja uma opinião unânime sobre Vargas, visto que cada um seleciona as informações e usa seu senso crítico para ponderá-las. Alguns alunos e alunas queriam trocar de grupos mais por questões de afinidades do que propriamente de defesa ou ataque, mas no final conversamos sobre os resultados e alguns discentes revelaram que achavam mais fácil realmente atacar um ponto de visto do que defende-lo. Obrigada!


      Assinado: Ingrid Taylana Machado

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  3. Bom dia, Ingrid!
    Muito bacana essa proposta!
    Queria pedir que você comentasse um pouco a participação dos docentes e pibidianos na divisão dos grupos para o debate. Eles foram responsáveis pela elaboração de argumentos ou isso ficou a critério dos alunos da turma? Como o debate foi encaminhado em relação a isso? Obrigada!

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    1. Obrigada pelas considerações!
      O PIBID de História da Universidade Estadual do Centro-Oeste campus Irati, possuía uma equipe de seis pessoas que trabalhava com o ensino médio no Colégio Estadual João XXIII Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante. Durante a chamada “intervenção” que era o momento quando atuávamos em sala de aula, sempre éramos observados pela professora supervisora regente, tínhamos total liberdade para a busca de conteúdo e metodologia de ensino, a professora auxiliava e orientava quando necessário. No julgamento de Vargas os pibidianos se dividiram em duas equipes de três pessoas, uma das partes auxiliando a defesa e a outra o ataque. A divisão dos alunos e alunas foi desenvolvida de forma aleatória por sorteio de modo que deixasse a turma mesclada entre eles, e para que houvesse uma dinâmica e interação maior do decorrer da atividade. Ambas as partes trabalharam em equipe, posteriormente as aulas expositivas sobre a temática os alunos e alunas juntaram-se com seus pibidianos nas aulas seguintes para articular suas falas e expor idéias, muitas delas organizadas em casa e grupos via mídias sociais, os discentes que decidiram qual abordagem usar, os pibidianos auxiliaram nas dúvidas e questionamentos. O senso de competição os motivou de forma saudável para o desenvolvimento da atividade. Obrigada!

      Assinado: Ingrid Taylana Machado

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  4. Meu nome completo é Gabriela Barreto da Silva scramingnon

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  5. Boa noite Ingrid! Primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo trabalho, seu texto é muito bom e a experiência apresentada é muito rica. Com certeza o PIBID é um ganho importantíssimo para a formação dos professores e professoras de história. Um dos principais desafios para o ensino de história, principalmente, para o ensino médio é suscitar nos adolescentes a importância do conhecimento histórico não só como conhecimento do passado, mas principalmente como forma de entender o presente. Dessa forma, fiquei muito curiosa para saber mais como foi feita a relação entre a Era Vargas e o período atual (2016). Vocês criaram alguma estratégia com esse objetivo ou essas relações foram surgindo por parte dos próprios alunos? Mais uma vez parabéns pelo trabalho.

    Atenciosamente
    RAQUEL LOPES DA SILVA

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    1. Obrigada Raquel pelas considerações!

      O PIBID proporciona uma rica experiência na formação docente, uma delas é o contato direito com os alunos e alunas, percebendo como eles entendem a dinâmica política e de mundo a partir da sua visão de vida. Durante o ano de 2016 passamos por muitas questões políticas colocadas para a problemática, como a lava jato, impeachment, golpe, populismo, protestos, marchas da família/verde e amarelo, e as concepções cunhadas pelo atual presidente Bolsonaro. A historiografia parte do presente para o estudo do passado, e compreende com o passado uma lição para o futuro. Dito isso, os alunos e alunos fizeram uma ponte destas questões ditas, ao passo que foram estudando, vinculando com as políticas e estratégias de Getúlio Vargas e o que estava acontecendo no cenário atual, principalmente para utilizar como ataque aos que defendiam Vargas. Obrigada!

      Assinado: Ingrid Taylana Machado

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