Marize Helena de Campos


BRINQUEDOS QUE CONTAM HISTÓRIAS: ELEMENTOS PARA UM ENSINO-APRENDIZAGEM, HUMANO, CRIATIVO E DIALOGAL



Um dos mais recorrentes argumentos de alunos em diversos anos do ensino Fundamental e Médio é que “estudar História é chato e sem propósito”. Por outro lado, muitos são os professores que reclamam de alunos desmotivados e desatentos e de conteúdos dissonantes do universo significativo e identitário das crianças e adolescentes.

Tal fato decorre, em larga medida, de uma educação conservadora e de um ensino pautado em conteúdos repassados com a imperativa preocupação de aprová-los para o ano seguinte, resultando em uma aprendizagem pouco ou nada significativa, a qual rapidamente torna-se esquecida e sem nenhuma relação com sua vida e visão de mundo.

Tomando a disciplina História como componente curricular, a intenção da proposta metodológica aqui apresentada é buscar identificar percursos possíveis e instrumentais criativos, com vistas a contribuir para um ensino-aprendizagem, que possibilitem aos alunos perceberem-se, a si próprios e os membros de sua família, como sujeitos históricos, transformadores e construtores da sociedade e sua própria realidade.

Ao conceber a história como construção derivada de conhecimento e prática social que redimensiona e instiga relações entre passado e presente, acreditamos que o conhecimento encontra significação em elementos fora da “caixa dos padrões” como, por exemplo, os brinquedos e os saberes da infância.

Nesse sentido, pretende-se revisitar os brinquedos que os avós tinham e brincavam quando crianças e ali encontrar capítulos de uma importante história, mas ainda pouco evidenciada, qual seja, a história de idosos e sua infância com os brinquedos.

Walter Benjamin provoca-nos a perceber a “complexidade das coisas simples” e a buscar elementos do contexto social que se materializam nos fragmentos do cotidiano. Os brinquedos podem, assim, ser uma janela aberta para outro tempo no qual podemos conhecer histórias dos nossos antepassados e nelas muito da nossa própria identidade.

Entendemos que, a cada etapa da história forjam-se subjetividades próprias, pertencentes à cultura que se consolida no tempo e no espaço. Brincando, a criança traz consigo traços do seu imaginário, e seus brinquedos são produto da cultura material da sociedade que a gerou. Enquanto ela crê, sonha, deseja, fantasia, inventa a partir de seu mundo significativo, o brinquedo vai acompanhando as transformações que estão ocorrendo no mundo. As bonecas [de palha, barro, madeira, osso, pedra], as bolas, as miniaturas aparecem nos mais antigos povos do mundo, depositadas nos túmulos, nas ruínas de cidades, nas escavações arqueológicas.

Essa forma de percepção traduz a perspectiva da produção do conhecimento histórico aliando-se a tese foucaultiana da arqueologia do saber em que as fontes são reunidas por meio da uma ampla coleta de informações, neste caso, sobre os brinquedos e suas mais diversas manifestações.

Para tanto, os sujeitos históricos decisivos desta proposta metodológica são os entes mais antigos do círculo familiar ou afetivo da criança, uma vez que serão os entrevistados para revisitarem sua infância e ali seus brinquedos e brincadeiras. 

Daí ser pertinente indagar: uma pessoa pode ser uma fonte? O que é história? Como se faz a história? Qual a base das informações para fazer história? O conceito adotado é o do historiador Marc Bloch que afirma: “a história é a ciência do homem no tempo”.

Sendo assim, não teriam nossos pais, avôs, padrinhos, madrinhas, vizinhos, feito história também? Some-se a isso a oportunidade para os alunos conhecerem a importância e as diferentes fontes de pesquisa sobre o tema: o relato dos avós: livros, filmes, reproduções de arte, mapas, postais, fotos, entre outras. Isso implica, para professor, graduando e aluno, reinvenção e coragem.

Em síntese, a finalidade metodológica de “Brinquedos que contam histórias: elementos para um ensino-aprendizagem, humano, criativo e dialogal” é, como o próprio título sugere, uma proposta de intersecção entre possibilidades criativas de ensino e aprendizado de História do qual decorram conhecimentos e com eles, a reflexão, a participação e o despertar de consciências. Como objeto central, histórias escondidas em brinquedos que os avós brincavam e que carregam inúmeras histórias.

Finalmente, espera-se que, a partir dos relatos dos avós, os alunos aprendam na prática capítulos silenciados da história. O produto deste trabalho resultará em uma produção de um material didático, uma fonte oral que servirá para compreender mais da história local.

Objetivo Geral e Objetivos Específicos

Geral: contribuir para a formação de futuros docentes capazes de criar situações onde os alunos sejam estimulados a pensar e problematizar os fatos históricos, seus conceitos e reflexos na sociedade utilizando métodos e técnicas que criem oportunidades para a formação de cidadãos críticos, donos de seu próprio pensar ativo.

Específicos: possibilitar ao[s] graduandos do curso de História perceber[em] outros sujeitos históricos para além dos comumente apresentados, sujeitos históricos transformadores e construtores da sociedade e sua própria realidade a partir de novas formas de [re]conhecer e [re]pensar o passado; conhecer e difundir o patrimônio cultural lúdico da infância ludovicense; resgatar brinquedos infantis maranhenses  e contribuir para que essas tradições não desapareçam; conhecer e compreender a origem dos brinquedos e brincadeiras, assim como sua localização; relacionar a forma de brincar com a situação social, ambiental, cultural e tecnológica de vários períodos da história; valorizar aspectos da realidade local e consequentemente aprendendo mais sobre história.

Fundamentação Teórico-Metodológica

Em tempos modernos, em que o computador com acesso à internet, o vídeo game e a televisão, no mundo globalizado, tem ganhado cada vez mais espaço, as brincadeiras tradicionais estão sendo “deixadas de lado” pelas crianças em favor das novas tecnologias.  Assim, muitas dessas brincadeiras típicas das crianças ou de algumas regiões do país acabam sendo esquecidas ou não “aprendidas” pelas novas gerações.

As brincadeiras antigas funcionam como pontes para o passado, pois quando as crianças brincam, elas se defrontam o tempo todo com vestígios que as gerações mais velhas deixaram. Por isso, resgatar a história de jogos tradicionais infantis como a expressão da história e da cultura, pode nos mostrar estilos de vida, maneiras de pensar, sentir e falar e, sobretudo, maneiras de brincar e interagir. Configurando-se em presença viva de um passado no presente [Fantin, 2000, p. 22].

Os brinquedos tiveram ao longo da história um papel primordial na aprendizagem de tarefas e no desenvolvimento de habilidades sociais, necessárias as crianças para sua própria sobrevivência. Segundo Elkonin [1998, apud Alves, 2003] o jogo deve se apresentar como uma atividade que responde a uma demanda da sociedade em que vivem as crianças e da qual devem chegar a serem membros ativos.

Quando transpostos para outros cenários históricos culturais, os jogos não permanecem exatamente os mesmos. Enquanto manifestação da cultura popular eles tem função de perpetuar a cultura infantil, ou nos dizeres de Brougere [1995, apud Alves, 2003] impregnar culturalmente a criança.

Já, o aporte teórico para esta pesquisa assenta-se nos estudos do historiador Philippe Ariès, que trata das diferentes visões de infância ocorridas ao longo da história, partindo da ideia de que até o fim do século XVIII não havia conhecimento de nenhuma concepção teórica que afirmasse que a criança era um ser social distinto. Como consequência dessa visão, os brinquedos eram produzidos dentro de casa, pelas próprias famílias ou então nas oficinas de artesãos como marceneiro, caldeiro, fabricantes de vela, entre outros.

 No brinquedo é possível alcançar aspectos da dimensão histórica e cultural tanto dos comportamentos quanto dos contextos culturais em que estão postos, em outras palavras, relações entre infância e imaginário. Hanah Arendt, trata esta relação como o modo mais vívido e apropriado de comportamento da criança no mundo, por ser a única forma de atividade que brota espontaneamente de sua existência como criança.

A ideias de Michel Foucault sobre o método arqueológico também servirão de referência nesta proposta metodológica. Foucault definiu como método arqueológico os procedimentos que o levaram construir seu pensamento filosófico. Suas pesquisas sobre a história dos sistemas de pensamento, expostas na obra As palavras e as coisas – uma arqueologia das ciências humanas, constituíram as bases das ideias que perpassam esta pesquisa. O filósofo define o objeto de estudo do campo arqueológico como sendo constituído por uma série de séries, seus recortes, por seus limites, suas defasagens, suas especificidades cronológicas, suas formas singulares de permanência e seus tipos possíveis de relação em permanente dispersão. Foucault investiga o mundo a partir do método arqueológico como meio de análise cuja principal função não é interpretar textos ou documentos, e sim organizar registros, dividi-los, distribuí-los, ordená-los, estabelecendo séries, descobrindo novos elementos.

Flávia Caimi, integra este rol ao suscitar pertinentes provocações conquanto aos conteúdos e suas superficialidades, quantidades e extensões em detrimento do raciocínio, da construção e da descoberta do conhecimento histórico.

Demerval Saviani, é teórico basilar para esta proposição, ao refletir sobre uma política educacional pautada na humanização da educação em contraposição à educação enquanto mercadoria.

Por fim, Ecléa Bosi, que analisa o discurso de idosos através da reconstrução da sua memória familiar e grupal, como também sua inserção na sociedade, utilizando teóricos que trabalham com a temática História, Memória e Sociedade.

Metodologicamente, o ponto de partida será uma reflexão sobre as origens do brinquedo e a tradição do brinquedo popular no Brasil, ou seja, um panorama histórico do “brinquedo”. A segunda parte consistirá em estabelecer um “mapa” dos alunos que tem avô e avó, ou avô, ou avó, madrinha, padrinho ou pessoa idosa que faça parte de seu círculo afetivo e a partir daí uma conversa com esses alunos para explicar o projeto e elencar aqueles que estão dispostos a participar da pesquisa.

Com o aceite dos alunos, será feito um minicurso de 4h, ministrado pelo[a] Professor[a] de história da Escola e graduando do curso de História, para apresentar a história dos brinquedos e a importância desses artefatos para conhecermos melhor aspectos da nossa própria história e identidade cultural e a elaboração de um roteiro de perguntas.

Nesta etapa será feita, com os alunos, uma análise da obra Jogos Infantis é uma obra do pintor Pieter Bruegel. Nesta obra, particularmente importante para este projeto, o pintor representa muitos jogos e atividades lúdicas do século XVI, sendo muitos deles identificáveis, ainda usados até os dias de hoje.

Com as bases teóricas fornecidas, a pesquisa será iniciada com as conversas entre alunos e seus avós, registradas em cadernos de campo e dialogadas no grupo da escola [Professor, graduando e alunos] a cada 15 dias para a sistematização das informações.
Acredita-se que, ao longo do trabalho, emergirão dados sobre as brincadeiras de infância e relação com a natureza em casos contados e que ficaram guardados na memória dos entrevistados.

Assim, resultado deste projeto, os alunos aprenderão sobre a história de sua família, da sua comunidade e outras realidades que não vivenciaram. Como registro final propõe-se a produção de uma fonte histórica no formato de material didático para instituição e que certamente expressará uma experiência pedagógica rica para professor e alunos com informações dos antepassados.

Ao fim do estudo espera-se que os brinquedos do passado e o próprio passado, tenham um novo significado para os alunos.


Programação da execução do Projeto
Duração:  5 meses

Mês 1 [APRESENTAÇÃO DO PROJETO] 3 AULAS
Apresentação do projeto para os pais e elaboração do “mapa” dos alunos e o membro da família ou círculo afetivo que participará. [Reunião de pais ou reunião específica sobre o projeto]. Pedir que sugiram previamente os nomes e idades de pessoas que acreditam poder contribuir com o Projeto.

2-3 História e Memória Oral. Será pertinente que @ Professor[a] de História dedique 1 ou 2 aulas para a abordagem da História e Memória Oral enquanto produção de conhecimento histórico e a importância da valorização de pessoas idosas e suas memórias, pois o trabalho com a memória aproxima diferentes gerações.

Mês 2 [INTRODUÇÃO DO TEMA DO PROJETO] 4 AULAS

1 - Explorar o que os alunos fizeram no final de semana buscando incentivar o diálogo, trabalhar a oralidade e aproximarmo-nos do tema do Projeto. Propor o registro dessas experiências.  Perguntas balizas: Como foi seu final de semana? Brincaram de quê? Como são essas brincadeiras? O que é brincar, em sua opinião? [1 aula]

 2 - Aprofundar as reflexões dos alunos sobre os brinquedos. Em uma Roda de Conversa, explorar:
Você tem algum brinquedo de que gosta muito? Qual?
Você gosta de brincar do quê?
Como você gosta de brincar: sozinho ou com mais crianças?
Você se diverte com algum brinquedo? Qual? 
Em sua opinião, é importante que as crianças brinquem? Por quê?
Desenhar os brinquedos que gostam de brincar [1 aula]

3 - Conversar com as crianças sobre os brinquedos de hoje e antigamente. Perguntar se conhecem os brinquedos que seus pais e avós costumavam brincar. Será que as pessoas sempre brincaram da mesma forma? Do que será que os pais ou avós costumavam brincar quando eram pequenos? Nós ainda brincamos de algumas dessas brincadeiras? Onde e com quem as aprendemos? [1 aula]

4 - Aula a história dos brinquedos e a tradição do brinquedo popular no Brasil, ou seja, um panorama histórico do “brinquedo”. [1 aula]

Mês 3 [DESENVOLVIMENTO DO PROJETO] 4 AULAS

1 - Análise da obra Jogos Infantis, do pintor Pieter Bruegel. Nesta obra, particularmente importante para este projeto, o pintor representa um grande número de jogos e atividades lúdicas do século XVI, sendo muitos deles identificáveis, ainda usados até os dias de hoje. A intenção da análise com os alunos será estimular a interpretação oral da imagem a partir das seguintes perguntas:
O que a tela mostra?
Você conhece essa brincadeira?
Onde as crianças estão brincando?
Quem é o autor da tela?
Qual o nome da tela?
Qual o nome você daria a essa tela se fosse o autor? [1 aula]

2 -3 – Elaboração do questionário. Explicação da Pesquisa para os alunos, levando-os a entender como será feita a entrevista e os registros da entrevista entre ele e pessoas idosas pertencentes ao seu círculo de sociabilidade e ou afetividade. A ideia é solicitar para que em casa realizem uma pesquisa com seus avós, tios, pais, sobre os brinquedos que usavam na sua infância e como brincavam, do que era feito o brinquedo e como o brinquedo era chamado. As crianças levarão para casa um questionário formulado pela Professora da sala, alunos e graduandos, para que tenhamos maior resultado da pesquisa que será realizada [Orientação] converse com seus avós, descubra e escreva uma lista de brinquedos do tempo em que eles eram crianças, não esquecendo que eles devem informar em que tempo isto ocorreu [data]. Peça que os pais/avós, se possível, ensinem como eram feitos os brinquedos. Pedir para que os alunos registrem em cadernos as informações. [2 aulas]

4 – Convidar os idosos participantes do projeto para passar um período na Escola. Os entrevistados poderão falar para os alunos da sala e de outros anos da Escola, sobre a sua infância, seus brinquedos e formas de brincar. [1 aula]


Mês 4 [DESENVOLVIMENTO DO PROJETO] 4 AULAS

1-2 – Construção do roteiro. Após a elaboração do questionário individual, a pesquisa será feita mais ao plano narrativo a partir de elementos vinculados ao campo conceitual da História e Memória Oral e com perguntas mais específicas e direcionadas que possibilite uma “fala” mais ampla. A construção do roteiro da entrevista deverá ser feita também entre a Professora da sala, os alunos e o graduando.  Ressalte-se que esta entrevista será o principal elemento narrativo do Livro. Anotar as respostas em um caderno a parte ou gravar no celular e transcrever.
Algumas perguntas sugeridas:
a-Qual é o seu nome? b- Qual é a sua idade? c- Em sua infância, você gostava de brincar? d- Quais eram as suas brincadeiras e seus brinquedos preferidos? e- De que brinquedo você gostava mais? Por quê? f- Com quem você gostava de brincar? g- Como eram as brincadeiras dos meninos e das meninas? h- Em algum momento, os meninos brincavam com as meninas? i- Como você se sentia quando não podia brincar? j- Você construiu algum brinquedo? Qual? k- Os adultos brincavam com as crianças? Quais eram as brincadeiras? l- Você gostaria de voltar a ser criança para brincar de tudo que brincou em sua infância? Justifique sua resposta. m- Você gostaria que os brinquedos que existem hoje tivessem existido em sua infância? Justifique sua resposta. n- E hoje, você gosta de brincar? Justifique sua resposta. o- Você acha importante brincar? Justifique sua resposta. p- Que recado você pode dar para as crianças de hoje sobre a importância de brincar? q- Você gostaria de contar algo que não lhe perguntei? o- você pode desenhar o brinquedo ou os brinquedos que mais gostava de brincar?  [2 aulas]
3 – 4 – Sistematização da entrevista que comporá o livro [2 aulas]

[Aulas extras na disciplina de Artes] [5 aulas]
1 – Concurso capa do livro [com as salas participantes do Projeto]. Com a supervisão d@ Professor[a] de Artes promover um concurso do desenho que será a capa do Livro sobre os brinquedos. Os desenhos serão expostos com uma numeração [o nome d@ autor@ ficará atrás]. Em caixas de papelão lacradas, durante uma semana a Escola será convidada a votar. [1 aula ARTES]
1-4 Confecção de lembranças e cartões para serem oferecidos aos entrevistados na Festa de Encerramento do Projeto. [4 aulas ARTES]


Mês 5 [FINALIZAÇÃO DO PROJETO] 4 AULAS
1-3 Preparação da Festa de encerramento do Projeto com a participação das famílias, comunidade, professores, coordenação e funcionários. [3 aulas]
4- Festa de Encerramento. Sugestões:
Apresentação do Projeto, equipe e as etapas do desenvolvimento;
Declamação de poesias
Homenagens aos entrevistados
Esquetes teatrais
Cartões, etc.

Produto
Livro. O [a] graduando do curso de História, juntamente com [a] professor [a] da sala deverá orientar e ajudar os alunos a produzirem um livro, contendo o rol dos brinquedos apontados pelos avós e as histórias que contaram. A roteirização ficará por conta do graduando, mas a capa ficará a cargo dos alunos que desenharão a capa que irá para votação secreta dos demais alunos na Escola [que assim também terão uma participarão do projeto].

Conclusão

Acredita-se que, ao longo do trabalho, emergirão dados sobre as brincadeiras de infância e relação com a natureza em casos contados e que ficaram guardados na memória dos entrevistados. Assim, resultado deste projeto, os alunos aprenderão sobre a história de sua família, da sua comunidade e outras realidades que não vivenciaram.

REFERÊNCIAS

Dra. Marize Helena de Campos é Professora Associada do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão - UFMA e do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História [ProfHistória UFMA]. É Investigadora Colaboradora do Centro de Humanidades - CHAM [Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores].

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro, 1981.

ARENDT, H. A crise na educação. In: ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1971.

BIANCHI, Roberto Carlos. Relação universidade – escola: o PIBID como instrumento de intervenção sobre o real da formação de professores. Orientadora: Profa. Dra. Marlize Rubin Oliveira Dissertação [Mestrado] - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional. Pato Branco, PR, 2016.

BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2002.
BOSI, Ecléa. Memória & sociedadelembrança de velhos. São Paulo, SP. T.A. Editor, 1979. 

CAIMI, Flávia E. “Por que os alunos [não] aprendem História? Reflexões sobre ensino, aprendizagem e formação de professores de História”. TEMPO, Volume 11, Número 21, junho 2006, p. 17-32.

FANTIN, Mônica. No mundo da brincadeira: jogo, brincadeira e cultura na Educação Infantil. 2. ed. Florianópolis: Cidade Futura, 2000.

FENELON, Déa R. “A formação do profissional de história e a realidade do ensino”. TEMPOS HISTÓRICOS. v. 12, 2008, p. 23-35.

SAVIANI, Demerval. Aberturas para a história da educação: do debate teórico-metodológico no campo da história ao debate sobre a construção do sistema nacional de educação no Brasil. Campinas, SP: Autores associados, 2013.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 2.ed. Petrópolis–RJ: Vozes, 2002.


16 comentários:

  1. Bom dia, professora Marize!
    Proposta muito interessante!
    Gostaria de pedir que comentasse um pouco a respeito do trabalho que irá realizar com o material produzido nas entrevistas, como fonte de historia oral. Entendi que os brinquedos serão reunidos em uma publicação, certo?
    Obrigada!

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    1. Olá, Gabriela! Muito obrigada pelo seu comentário!
      Fico feliz que tenha gostado da proposta! Eu também acredito muito nesse projeto. Que envolve História e afeto. Vc está correta. A ideia é sim reunir as histórias contadas pelos “mais velhos” em um trabalho final em formato de um E-Book com o selo da Editora da Universidade Federal do Maranhão. Nossa intenção é envolver alunos e membros do círculo familiar em torno de lembranças da infância, brinquedos e brincadeiras que os coloquem como protagonistas de importantes vivências e experiências nas quais possam ser observados, por exemplo, elementos como tempo e cotidiano. Nesse sentido, como registro final a proposta é a produção de uma fonte histórica no formato de material didático para instituição e que certamente expressará uma experiência pedagógica rica para professor e alunos com informações dos antepassados. Ao fim do estudo espera-se que os brinquedos do passado e o próprio passado, tenham um novo significado para os alunos. Um grande abraço. Profa. Marize Campos.

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  2. Meu nome completo é Gabriela Barreto da Silva scramingnon

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  3. Meu nome completo é Gabriela Barreto da Silva scramingnon

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  4. Olá Professora Marise! parabéns pelo artigo! Como é gostoso lembrar dessas brincadeiras e brinquedos ! Parabéns pelo Projeto !

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    1. Querida Ana! Muito obrigada pelas suas palavras. Eu comungo com você que sim, de fato é muito gostoso lembrar dessas brincadeiras e brinquedos que marcaram a nossa infância. Em tempos modernos, em que o computador com acesso à internet, o vídeo game e a televisão, no mundo globalizado, tem ganhado cada vez mais espaço, as brincadeiras tradicionais estão sendo “deixadas de lado” pelas crianças em favor das novas tecnologias. Assim, muitas dessas brincadeiras típicas das crianças ou de algumas regiões do país acabam sendo esquecidas ou não “aprendidas” pelas novas gerações. Nesse sentido, a ideia central do Projeto buscou revisitar os brinquedos que os avós tinham e brincavam quando crianças e ali encontrar capítulos de uma importante história, mas ainda pouco evidenciada, qual seja, a história de idosos e sua infância com seus brinquedos e brincadeiras. A ideia foi transpor o modelo de aulas pautado em formas tradicionais de ensino e aprendizagem que privilegiam a memorização em detrimento da compreensão da história do mundo e suas relações com a sua própria história. Mais uma vez, obrigada pelo seu comentário. Um grande abraço. Marize.

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  5. Olá prezada, professora Marize,parabéns pelo projeto, em história em especial os anos iniciais é importante criar abordagens que possibilite as crianças construir seus conhecimentos históricos e isso implica que o docente promova aprendizagens significativas. Como os brinquedos,podem ajudar as crianças a ampliar suas relações sócias? É quais contribuições esses estudos poderão ter em suas formação cidadã?
    At.te Lídia Viana dos Reis

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    1. Olá Lídia! Obrigada pelo seu interesse. Ao conceber a história como construção derivada de conhecimento e prática social que redimensiona e instiga relações entre passado e presente, acreditamos que o conhecimento encontra significação em elementos fora da “caixa dos padrões” como, por exemplo, os brinquedos e os saberes da infância. Sabemos que o brincar é uma manifestação eminentemente humana que se constrói a partir do contexto sociocultural no qual o sujeito está inserido. Nesse sentido ao olhar os membros da família como alguém que também já foi criança, pode-se criar pilares para um olhar que perceba o outro na sua dimensão humana oferecendo à criança uma possibilidade de maturar a sua cidadania. Mais uma vez muito obrigada, Marize Campos.

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  6. Como o uso dos brinquedos podem contribuir nas articulações de histórias na vida pessoal das crianças com histórias no coletivo?
    Lídia Viana dos Reis

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    1. Lídia, dando continuidade ao nosso diálogo, em relação à pergunta acima, o que posso pontuar é que ao conceber a história como construção derivada de conhecimento e prática social que redimensiona e instiga relações entre passado e presente, acreditamos que o conhecimento encontra significação em elementos fora da “caixa dos padrões” como, por exemplo, os brinquedos e os saberes da infância. Sabemos que o brincar é uma manifestação eminentemente humana que se constrói a partir do contexto sociocultural no qual o sujeito está inserido. Assim, os brinquedos e brincadeiras sempre existiram na história da Humanidade, porém, com construções e até conotações diversas. Nesse sentido, a pesquisa em causa pretende revisitar os brinquedos que os avós tinham e brincavam quando crianças e ali encontrar capítulos de uma importante história, mas ainda pouco evidenciada, qual seja, a história de idosos e sua infância com os brinquedos. Veja no portal da "Nova Escola", ou no Portal do Porofessor - MEC alguns planos de aula muito interessantes que utilizam os brinquedos como fonte de estudo da História. Um abraço, Profa. Marize Campos.

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  7. Boa noite, Marize. Primeiramente parabéns pelo projeto.

    Um trecho muito pertinente que me chamou a atenção foi: Tal fato decorre, em larga medida, de uma educação conservadora e de um ensino pautado em conteúdos repassados com a imperativa preocupação de aprová-los para o ano seguinte, resultando em uma aprendizagem pouco ou nada significativa, a qual rapidamente torna-se esquecida e sem nenhuma relação com sua vida e visão de mundo.

    Segundo sua colocação e a leitura do artigo, além dos Brinquedos, quais são outras possibilidades / elementos / abordagens / metodologias que o docente pode trabalhar em sala de aula para que a aprendizagem se torne mais significativa para o aluno, ou seja, uma aprendizagem que pode desenvolver sentidos associados a sua vida e visão de mundo?, vale ressaltar, princípio educação mais inclusiva, cidadã, democrática e crítica.

    Seygon da Silva Santos

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    1. Olá Seygon. Muito obrigada pelo seu comentário. Em relação a sua pergunta, para além dos brinquedos há sim muitas outras possibilidades de elementos, abordagens e metodologias que nós Professores podemos utilizar em sala de aula tornando a aprendizagem, de fato, significativa para @ alun@ e que @ possibilite desenvolver percepções e posturas frente a sua vida e ao mundo a partir de princípios pautados na inclusão, democracia e crítica. Dentre algumas possibilidades destaco um projeto, que venho amadurecendo, e que envolve a coleta seletiva do lixo produzido na Escola, estendendo-se a casa e a alguma cooperativa de catadores de materiais para reciclagem. Um projeto envolvendo a aula de História, Ciências, Geografia, Português; Outro projeto promissor pode trabalhar Música e Cidadania, a partir de músicas que falem da cidade, do estado e de fatos locais ou regionais, levando-o a conhecer a história a partir das letras das músicas, em um entrelaçamento entre História, Português, Música, Artes. Há uma infinidade de ideias. O que eu penso é que precisamos aplicar mais projetos interdisciplinares que envolvam as crianças de um modo lúdico e ao mesmo tempo crítico. Um grande abraço, Marize.

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  8. Deixo aqui minhas congratulações pela narrativa apresentada, muito instigante. É de fundamental importância que nossos alunos se reconheçam na História ensinada, pois através da identificação com determinada temática surge o gosto pelo aprender. Essa proposta apresentada seria destinada a que faixa etária? Na sua opinião, esse projeto além de fornecer um ensino mais significativo também oferece subsídios para uma maior participação da família na escola? SARA PEREIRA FERREIRA

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    1. Olá Sara, muito obrigada pelo seu comentário. De fato, é um projeto que eu gostei muito de desenvolver. Com relação a sua pergunta, o projeto “Brinquedos que contam histórias: elementos para um ensino-aprendizagem, humano, criativo e dialogal” está voltado para os primeiros anos do nível de ensino Fundamental Inicial. Sua estrutura alinha-se ao tópico 4.4.2. História da Base Nacional Comum Curricular – Ministério da Educação – BNCC – Ensino Fundamental, fundamentalmente no que diz respeito ao diálogo do passado com o presente, ao estímulo à leitura crítica da História e ao envolvimento nas aulas. Com um abraço, Profa. Marize Campos

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    2. Complementando: O projeto prioriza a integração das disciplinas, de modo que o professor deve buscar a articulação da sua disciplina com os demais componentes curriculares. O Projeto “Brinquedos que contam histórias: elementos para um ensino-aprendizagem, humano, criativo e dialogal” tem como disciplinas integradas e articuladas: LÍNGUA PORTUGUESA – BNCC: (EF15LP13) Identificar finalidades da interação oral em diferentes contextos
      comunicativos (solicitar informações, apresentar opiniões, informar, relatar experiências etc.); ARTES – BNCC (EF15AR24) Caracterizar e experimentar brinquedos, brincadeiras, jogos, danças, canções e histórias de diferentes matrizes estéticas e culturais.

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