Dean Tarik Silva Araújo


APONTAMENTOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DO MÉTODO TRIVIUM NO ENSINO DE HISTÓRIA


Bons docentes estão sempre em busca do autoaperfeiçoamento que tem por resultado o aprofundamento de sua prática profissional. Além dos anos de formação, por vezes, continuada, o profissional interessado se encanta com tudo aquilo que é capaz de incorporar na prática docente, com todas as novas ferramentas encontradas que podem trazer novos formatos, texturas e cores ao aprendizado.

O século XX, por sua vez, viu a tentativa de recuperação de algumas das antigas ferramentas medievais de educação, as quais, desde o século XIV passaram, gradativamente, a ser menosprezadas, até o seu quase total desaparecimento na educação básica e superior [Joseph, 2008, p. 17]. Trata-se do Trivium, a primeira etapa das chamadas Sete Artes Liberais. A educação liberal, que desde a antiguidade grega até a modernidade ocidental educou filósofos, cientistas, teólogos, etc., fornece ainda hoje instrumentos úteis para pensarmos o ensino e o aprendizado.  

Sendo assim, este trabalho tem por objetivo a análise do método Trivium de educação, procurando observá-lo tal como desenvolvido contemporaneamente, a fim de encontrarmos ferramentas úteis a serem aplicadas ao ensino de história. Para isso, num primeiro momento, analisaremos o que se constitui como as Sete Artes Liberais, das quais o Trivium faz parte. Em segundo, voltaremos nossa atenção ao Trivium, procurando perceber como se constitui enquanto método educacional. Em terceiro lugar, examinaremos as conexões que o Trivium estabelece com a prática docente. Em quarto, observaremos como a própria disciplina escolar dialoga com o Trivium. Em quinto, exploraremos as relações entre o Trivium e os estágios de desenvolvimento infantil. E, por fim, buscaremos esboçar algumas propostas de aplicação do Trivium no ensino de História.

O que são as Sete Artes Liberais?

Durante a idade média vemos a formalização de um modelo educacional que vinha se desenvolvendo desde a antiguidade. Fruto da confluência do desenvolvimento filosófico grego, em particular, do aristotelismo, platonismo e estoicismo, e da contribuição cristã, as Sete Artes Liberais assumem forma completa no final do século VIII, e início do século IX, no estabelecimento do império de Carlos Magno [Nasser, 2008, p. 14].

As chamadas Sete Artes Liberais, como o próprio nome indica, eram as artes que voltadas ao homem livre, i.e., ao homem que não estava preso ao trabalho mecânico, e ao domínio das guildas e das corporações de ofício. Neste sentido, elas se distinguiam diametralmente das “artes utilitárias” ou “mecânicas”, e das “belas artes”, uma vez que ambas se manifestam como artes transitivas, ou seja, nelas a ação inicia no sujeito e termina em um objeto, enquanto nas artes liberais a ação é iniciada pelo sujeito e encontra nele mesmo o seu fim, revelando, deste modo, um aspecto de intransitividade [Joseph, 2008, p. 28].

As Sete Artes Liberais se distinguiam em dois grandes campos: O Trivium, e o Quadrivium. O Trivium se caracterizava como a etapa inicial da educação elementar. Era composto pelas artes da gramática, lógica [dialética] e retórica, e, deste modo, se constituíam como as artes da linguagem relativas à mente.

Por sua vez, o Quadrivium, etapa final da educação pré-universitária, era composto pelas artes da quantidade relativas à matéria, sendo dividas em dois grupos: no primeiro encontramos a Aritmética e a Música, ambas se referindo ao número [ou quantidade descontínua], sendo a primeira a sua teoria, e a segunda, a sua aplicação. No segundo grupo, temos as artes relativas à extensão [ou quantidade contínua], no qual encontramos a Geometria, sendo esta a teoria do espaço, e a Astronomia, sua aplicação.

Tendo o estudante concluído o Trivium e o Quadrivium, defendia uma monografia demonstrando as habilidades adquiridas, e, dessa forma, estava apto para o ingresso na educação superior liberal, que se restringia ao estudo do direito canônico, da medicina e da teologia [Nasser, 2008, p. 15].

Adler situa historicamente o desaparecimento da educação liberal nos currículos educacionais, ao escrever:

“Qualquer um que consulte o currículo das instituições de ensino deste país no século XVIII descobrirá que ele incluía educação gramatical, retórica e lógica, ainda consideradas artes ou habilidades do uso da linguagem - habilidades de escrita, fala e leitura, se não também de escuta. No final do século XIX, a gramática ainda resistia, mas a retórica e a lógica não mais faziam parte da educação básica. Então, em nosso próprio século a educação gramatical definhou, embora ainda existam vestígios dela num lugar ou noutro”. [Adler, 2013, p. 13]

Nougué e Nasser, no prólogo e prefácio da obra “O trivium: as artes liberais da lógica, da gramática e da retórica” de Miriam Joseph, recuaram um pouco mais no tempo ao situar a origem da negligência do Trivium na educação. Para eles, a educação liberal tem a sua decadência iniciada com o advento do Renascimento, e é confrontada de forma mais direta pelo padre tcheco Jean Amos Comênius [1592-1670], em sua Magna Didática, obra fundante para as concepções modernas de educação [Nougué, 2008, p. 9; Nasser, 2008, p. 17]. Segundo eles, as concepções modernas de educação, fazendo referência à tese de Ivan Illich no livro, “Sociedade sem escolas”, estão muito mais preocupadas com uma distribuição socioeconômica, do que com educação, propriamente.

O Trivium

As três artes que compõem o Trivium podem ser assim definidas:

“A lógica é a arte de pensar; a gramática, a arte de inventar símbolos e combiná-los para expressar pensamento; e a retórica, a arte de comunicar pensamento de uma mente a outra, ou de adaptar a linguagem à circunstância”. [Joseph, 2008, p. 27]

Sendo assim, segundo Sayers, o Trivium tinha por objetivo ensinar aos estudantes a utilizar as ferramentas da educação antes mesmo que eles se debruçassem sobre as variadas disciplinas [Sayers, 2010, apud Greggersen, 2010, p. 198]. Deste modo, gradativamente, o aluno passava de etapa à etapa, da gramática à retórica, aprendendo como aprender, se tornando cada vez menos dependente de um professor, e mais propenso, uma vez que dominasse tais ferramentas, a adquirir o autodidatismo.

Além de um currículo, um certo conhecimento a respeito do Trivium é requerido em toda e qualquer modalidade de comunicação, mesmo que não se tenha conhecimento formal de suas regras e aplicações. Por isso, deve ser encontrado em qualquer lugar em que haja efetiva comunicação, condição necessária para a educação, conforme escreve Joseph:

“O trivium é o órgão, ou instrumento, de toda educação em todos os níveis, porque as artes da lógica, da gramática e da retórica são as artes da comunicação mesma, uma vez que governam os meios de comunicar - a saber: leitura, redação, fala e audição”. [Joseph, 2008, p. 30]

Contudo, apesar de ser possível a sua aplicação a partir de conhecimentos práticos, o conhecimento formal das disciplinas do Trivium é essencial para a eficácia da educação, pois habilita o estudante a conhecer os mecanismos do aprendizado, a distinguir o motivo pelo qual “certos raciocínios e expressões estão corretos ou são eficazes, enquanto outros, exatamente o oposto” [Joseph, 2008, p. 73], e, ainda, nos leva ao conhecimento das regras inerentes aos meios de comunicação para o exercício mais efetivo da linguagem. Com isso Adler concorda, remontando à tradição, ao escrever:

“Platão e Aristóteles acreditavam, e aqui as universidades medievais os acompanharam, que as artes da gramática, da retórica e da lógica deveriam ser assimiladas para que a linguagem pudesse ser usada de maneira eficaz na escrita, na leitura, na oratória e na escuta”. [Adler, 2013, p. 13]

O Trivium e a docência

Não apenas necessárias ao aprendizado, a docência também requer as habilidades desenvolvidas pelo Trivium:

“Uma vez que a comunicação envolve o exercício simultâneo da lógica, da gramática e da retórica, estas artes são as artes fundamentais da educação: ensinar e ser ensinado. Consequentemente, devem ser praticadas simultaneamente pelo professor e pelo aluno”. [Joseph, 2008, p. 31]

Humberto Silva, em sua dissertação de mestrado, na qual analisa e esboça algumas das contribuições de Adler e da educação liberal para o ensino de História, demonstra com eficiência a necessidade de o docente ter conhecimentos do Trivium em sua prática [Silva, 2016, p. 22-25, 130-134]. Além do conhecimento formal da disciplina que ministra, o que inclui a sua gramática e a sua lógica (o que iremos tratar no tópico posterior), fazendo referência ao trabalho de Ana Maria Monteiro e Fernando Pena, “Ensino de História: saberes em lugar de fronteira”, Silva demonstra que o docente deve ter conhecimento da retórica a fim de visar a

““negociação de distâncias” entre os universos docente e discente. O professor usaria a linguagem de maneira a facilitar o aprendizado dos alunos, fazendo-os acessar o conteúdo das matérias de modo a conferir sentido à transposição didática”. [Silva, 2016, p. 130]

Por semelhante modo, o professor opera nas três artes do Trivium, quando utiliza o quadro para condensar a conteúdo [Silva, 2016, p. 73], pois neste exercício, ele se apropria tanto da dimensão terminológica, quanto lógica do conteúdo que pretende sintetizar, além da tentativa de se expressar com eficiência, para ser compreendido pelos alunos. Fica claro, assim, que ao professor é necessário o bom conhecimento da língua, a fim de que as mentes do docente e do discente possam se encontrar para que a comunicação aconteça.

A dificuldade se encontra quando observamos o currículo de formação dos profissionais da educação, nos quais o Trivium é quase invariavelmente inexistente. O que em muitos casos é aprendido as duras penas, seja no percurso de uma pós-graduação [ainda que, por vezes, nem ela mesma se torne suficiente], seja em anos de prática profissional, o estudo das três artes da linguagem deveriam estar presentes, no mínimo, desde a graduação. Por isso, não são poucas as vezes que vemos profissionais habilitados ao trabalho docente, mas que não apresentam domínio algum de nenhuma das artes que compõem o Trivium, o que invariavelmente reflete negativamente na prática docente.

O Trivium e a disciplina escolar

Ademais, podemos somar ao campo de atuação do Trivium a própria disciplina a ser ministrada. Segundo Harvey e Laurie Bluedorn:

“Todas as matérias passam por três fases de desenvolvimento: 1. Toda matéria tem gramática própria, ou o conhecimento dos fatos básicos e das regras fundamentais - em outras palavras, de todas as partes individuais. 2. Toda matéria tem lógica própria, ou o entendimento das relações entre estes fatos e as regras - em outras palavras, como todas as partes se encaixam. 3. Toda matéria tem retórica própria, ou a sabedoria para expressar verbalmente e aplicar de modo prático o que se sabe e compreende - em outras palavras, como fazer bom uso de tudo isso”. [Bluedorn, 2016, p. 84]

Para eles, o aluno deve progredir no aprendizado do conteúdo através dessas três fases, o que foi nomeado por eles de “método do trivium para o ensino de matérias”: “Primeiramente, a gramática da matéria - os fatos - quem, quê, onde e quando. Em segundo lugar, a lógica da matéria - a teoria - por quê. Em terceiro lugar, a retórica da matéria - a prática - como”. [Bluedorn, 2016, p. 84-85]

Deste modo, a disciplina histórica, em semelhança às demais disciplinas, também apresentam tal divisão. Os fatos, eventos, lugares, personagem e datas, i.e., a parte narrativa ou factual da história, é a sua gramática. Já a compreensão e descoberta das razões dos acontecimentos, e das interrelações destes se constituem como sua lógica. Por fim, o diálogo estabelecido a partir da análise histórica com as perspectivas políticas, econômicas, sociais, culturais, artísticas, etc., são a sua retórica [Bluedorn, 2016, p. 85; Sayers, 2011, apud Greggersen, 2011, p. 131, 135].

O Trivium e o desenvolvimento infantil

Sayers, além de aplicar o trivium ao estudo das matérias, o adequou também às fases do desenvolvimento infantil, identificando em cada fase uma ênfase a ser trabalhada. Segundo a autora, cada criança passa por três estágios de desenvolvimento, aos quais denominou: estágio do “Papagaio”, do “Arrogante” ou “Arrojado”, e do “Poeta” [Sayers, 2011, apud Greggersen, 2011, p. 129]. Com respeito aos mesmos estágios, Harvey e Laurie Bluedorn preferiram a nomenclatura: estágio do “Conhecimento”, do “Entendimento, e da “Sabedoria” [Bluedorn, 2016, p. 86].

O primeiro estágio de desenvolvimento infantil [Papagaio ou Conhecimento] se caracteriza pelo aspecto gramatical do Trivium. Nele, a criança tem maior facilidade de absorver informações, por isso, deve-se privilegiar o acúmulo de dados, que posteriormente serão relacionadas, compreendidas e aplicadas de forma mais efetiva. [Bluedorn, 2016, p. 83] Segundo Sayers:

“O estágio do “Papagaio” é aquele em que se tem mais facilidade em decorar e, de uma maneira geral, isso é mais prazeroso; enquanto que o raciocínio é ainda difícil e, de uma maneira geral, pouco prazeroso. Nessa idade, memorizamos com facilidade as formas e as aparências das coisas; gostamos de recitar os números das placas de carros; divertimo-nos com rimas e ruídos guturais de polissílabos ininteligíveis; apreciamos o simples acúmulo de coisas, enquanto o raciocínio é penoso e pouco apreciado” [Sayers, 2011, apud Greggersen, 2011, p. 129]

O segundo estágio [Arrogante ou Entendimento], por sua vez, tem no aspecto lógico do Trivium a sua ênfase. Quando a criança atinge tal desenvolvimento, as informações anteriormente assimiladas através da memória, são agora relacionadas, discutidas, organizadas. Neste estágio, “a criança é mais questionadora e analítica” [Bluedorn, 2016, p. 83; Sayers, 2011, apud Greggersen, 2011, p. 129].

Por fim, no terceiro estágio [Poeta ou Sabedoria] verifica-se uma ênfase no aspecto retórico. Neste momento, a criança se torna mais criativa e expressiva. Esta é a hora de “colocar em prática e expressar o que compreendemos e entendemos” [Bluedorn, 2016, p. 83, 87] nas etapas anteriores. Nas palavras de Sayers:

“O estágio do “Poeta” é popularmente conhecido como a idade “difícil”. Nele o indivíduo se torna introvertido, tem forte necessidade de se expressar; torna-se, de certa forma, especialista em figurar como o incompreendido; é incansável e procura sempre alcançar independência; e, se tiver sorte e um bom encaminhamento, deve dar os primeiros sinais de criatividade. Trata-se de uma fase de busca por uma síntese do que já se sabe, e uma ânsia deliberada de conhecer o mundo e fazer alguma coisa para torná-lo melhor, em detrimento de tudo mais” [Sayers, 2011, apud Greggersen, 2011, p. 129].

O Trivium e o ensino de História

No percurso docente, com vistas a aperfeiçoar o ensino de História e a produzir uma educação mais completa que facilite ao indivíduo o acesso ao conteúdo por si mesmo, podemos nos utilizar de elementos provenientes do método Trivium de educação. Não é objetivo deste trabalho, contudo, propor um currículo com disciplinas extras que abranjam as três vias do Trivium, mas utilizar o método apresentado nas próprias disciplinas, buscando o aperfeiçoamento das práticas docentes atuais.

Por vezes incontáveis, nos deparamos no ambiente escolar com alunos que apresentam deficiência em alguns, ou até mesmo em várias das matérias que compõem a disciplina histórica. Por número quase semelhante, os problemas podem ser resolvidos de forma mais simples quando for dado atenção à uma das fases de desenvolvimento da disciplina. Por exemplo, imaginemos um aluno que não saiba relacionar o Neoimperialismo, o capitalismo, e a abolição da escravidão no Brasil. A sua deficiência pode se revelar no nível gramatical, ao demonstrar desconhecimento dos próprios termos [ex.: “neo”, “imperialismo”, “neoimperialismo”, “capitalismo”, “abolição”, etc.] ou ainda dos fatos e acontecimentos que estão interrelacionados [ex.: 2ª Revolução Industrial; leis relacionadas à abolição, Proclamação da República, etc.]. A sua deficiência, além do nível gramatical, pode se revelar no estágio lógico, ao apresentar incapacidade de articular os eventos ocorridos em um todo coerente [ex.: o imperialismo inglês e a pressão para a abolição no Brasil]. Por fim, a sua dificuldade pode estar relacionada meramente com a capacidade de expressar tal conhecimento, resultando em dificuldade em aplicá-lo às situações quotidianas da atualidade.

Cabe ao facilitador da educação, identificar onde se localizam as imperfeições, e junto ao estudante, tratá-las. Isso pode ser realizado de diversos modos. Nesse sentido, Humberto Silva fornece um excelente apoio, pois aplica de forma apropriada algumas das ferramentas liberais propostas por Mortimer Adler, no aprendizado da disciplina histórica. Dentre elas, cabe destacar a realização de seminários [Adler, 2013, p. 149-157], os quais exigem e exercitam, por sua vez, as três vias do Trivium, e, sobretudo, fornecem parâmetros para a realização de colóquios não somente dentro dos muros escolares, como também na vida privada, política, econômica, pública, comercial, etc. [Adler, 2013, p. 161-174].

O intercurso entre o Trivium e o ensino de História se evidencia, de modo similar, na realização de aulas expositivas, nas quais o docente deve estar atento aos três distintos estágios do trivium aplicado às matérias, a fim de empregá-los de forma adequada ao estágio de desenvolvimento do público escolar. Deste modo, aos que possuem idade apropriada, na medida em que for possível, o conteúdo deve ser trabalhado em suas três dimensões.

Considerações finais

O presente trabalho procurou contribuir com a discussão contemporânea a respeito da utilização do método Trivium de educação, aplicado ao ensino de História. Trata-se, contudo, de uma discussão ainda em fase inicial, que aguarda maiores reflexões e pesquisas. Contudo, desde agora, foi possível verificar a utilidade de se pensar a educação em História à luz do método, uma vez que este fornece ferramentas úteis ao trabalho docente. Firmamos, destarte, um convite a todos que se interessarem no assunto, que venham estudar um pouco mais a contribuição que o próprio ocidente tem de legar à educação, na expectativa de encontrarmos jóias preciosas que depurem nosso exercício profissional.

REFERÊNCIAS
Dean Tarik Silva Araújo é graduando do curso de bacharelado e licenciatura em História na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e desenvolve pesquisas na área de Teoria e Filosofia da História, com ênfase na tradição filosófica reformacional.

ADLER, Mortimer J. Como Falar, Como Ouvir. São Paulo: É Realizações, 2013.

BLUEDORN, Laurie; BLUEDORN, Harvey. Ensinando o trivium: o trivium teórico. Volume 1. Brasília: Monergismo, 2016.

GREGGERSEN, Gabriele. “As ferramentas perdidas da educação: tradução comentada [parte 1]” in Caminhando, v. 15, n. 2, Jul-Dez, 2010, p. 189-203.

GREGGERSEN, Gabriele. “As ferramentas perdidas da educação: tradução comentada [parte 2]” in Caminhando, v. 16, n. 1, Jan-Jul, 2011, p. 125-141.

JOSEPH, Irmã Miriam. O trivium: as artes liberais da lógica, da gramática e da retórica. É Realizações, 2008.

NASSER, José Monir. “Prefácio”. In JOSEPH, Irmã Miriam. O trivium: as artes liberais da lógica, da gramática e da retórica. É Realizações, 2008.

NOUGUÉ, Carlos. “Prólogo”. In JOSEPH, Irmã Miriam. O trivium: as artes liberais da lógica, da gramática e da retórica. É Realizações, 2008.

SILVA, Humberto Serrabranca Campos. Mortimer Adler e o ensino de História: educação liberal, letramento e didática. Orientador: Fernando Luiz Vale Castro. 2016. 174 p. Dissertação [Mestrado Profissional em História] - Instituto de História, UFRJ, Rio de Janeiro, 2016.

7 comentários:

  1. Bem legal seu texto, Dean! Uma consideração: Disciplina por disciplina, até que ponto as habilidades buscadas para os alunos pelo recorte metodológico do “trivium” (lógica, gramática e retórica) já não está presente (mas sob outras sequências didáticas, conceitos e métodos) no recorte atual das “Linguagens” (Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa), no Ensino Fundamental, e da “Linguagens e suas tecnologias” (Língua Portuguesa), no Ensino Médio, da BNCC? O problema não seria mais o da efetividade do trabalho com essas disciplinas junto aos alunos que o recorte escolhido para elas?

    Fabrício Pinto Monteiro

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    1. Olá Fabrício, obrigado pelo comentário! Sua observação foi muito perspicaz!

      Então, primeiro é necessário distinguir entre o método trivium (puro e simples, eu diria), e o método trivium para ensino das matérias. Quanto ao primeiro, há uma ampla diferença entre a modo de utilização/aplicação do método e a BNCC. Contudo, não foi este o foco do artigo. Mas a ressalva é útil para não fazermos confusões posteriormente.

      Quanto ao segundo ("o método do trivium para o ensino das matérias"), de fato, muito do que foi dito já está previsto nos recortes previstos na BNCC. Aliás, em um outro momento pretendo explorar as semelhanças que podemos encontrar entre eles. Tais afinidades se dão justamente pela tese de que qualquer nível de educação acontece de forma "triviúnica", i.e., precisamos compreender a gramática, a lógica e a retórica das disciplinas para assimilá-las e, evidentemente, ensiná-las.

      Por fim, procurando ser o mais breve possível, o objetivo não foi apontar um novo método que substituísse os métodos de educação vigentes ou qualquer "reinvenção da roda". Pelo contrário, procurei demonstrar que ter ciência dos três níveis de aprendizado (gramático, lógico e retórico) podem ajudar os profissionais da educação na identificação e resolução dos problemas encontrados no exercício da docência, e, além de tudo, podem guiar a prática do professor em si mesma. Ou seja, através do conhecimento do trivium o professor pode planejar as suas aulas, atividades e avaliações de forma mais precisa, procurando desenvolver cada uma das habilidades, e sem pular etapas (e.g. realizar um exercício de debate (retórica) sem que a classe não conheça os temas (gramática), etc.). Deste modo, creio que o "método do trivium para o ensino das matérias" só tem a somar ao que já é previsto na BNCC.

      Dean Tarik Silva Araújo

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  2. Olá Dean, parabéns pelo excelente texto e pela ligação singular do trivium com o ensino, em especial de História. Há um trecho em que você comenta que segundo o teórico Sayers, o trivium objetivava ensinar os discentes a usar as ferramentas da educação antes de estuda-las isoladamente em disciplinas. Ou seja, sua prática era subsidiar os jovens numa autonomia que ia crescendo; nesse sentido, você concorda que o trivium era uma das ferramentas de emancipação do período, uma vez que ele permitia a construção de uma autonomia e até, de adquirir um autodidatismo, como você mesmo indica?
    Obrigado, Junior Pleis.

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  3. Olá Junior, muito obrigado pelo comentário!

    Sim, acredito. Além disso, acredito que o Trivium *continua* sendo uma ferramenta capaz (e, talvez, uma das mais eficazes) de nos levar ao autodidatismo.

    Nesse sentido, estou lendo um livro que auxiliará nesta discussão. Nele, o autor faz uma análise de cunho histórico da utilização do Trivium desde a antiguidade até o início da modernidade. O livro se chama "O Trivium Clássico", de Marshall McLuhan.

    Dean Tarik Silva Araújo

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  4. Oi Dean! Gostei muito de seu texto e confesso que para mim o Trivium é praticamente uma novidade. Gostaria de saber que as etapas que você menciona são as mesmas, independente do contexto histórico vivenciado pelo(a) aluno(a) ou elas podem ser modificadas/deslocadas mediante tal contexto.
    Abraço
    Márcia Teté

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  5. Parabéns pelo texto!!

    Achei interessante a sua proposta de utilizar o “método Trivium de educação”, na aplicação “ao ensino de História”. Isso na tentativa de resolução de entendimento do conteúdo e melhor aprendizado. Mas ainda sobre a transição, ou mesmo o abandono do método, “com o advento do Renascimento”, lhe pergunto: “as concepções modernas de educação” não são capazes de fornecer a compreensão da linguagem, a relação entre as coisas e a transmissão da mensagem, para dialogo e entendimento? Ou será que o método Trivium, e mesmo os modernos, do ponto de vista didático - pedagógico, tem o mesmo objetivo, mas, por outros fatores, não conseguem trazer ou transmitir autonomia, criticidade ou mesmo autodidatismo aos alunos?

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  6. Parabéns pelo texto Dean!!
    O método Trivium é novidade para mim e gostei de como você menciona ele introduzindo em outras disciplinas e principalmente na disciplina de História. com esse método introduzido seria mais fácil a compreensão e aprendizagem do que os métodos já aplicados trazendo o autodidatismo aos alunos?

    ANA SARINA VALENTE MARQUES

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