A POTÊNCIA DO PROJETO DE DOCÊNCIA NA
FORMAÇÃO DOS FORMADORES DE PROFESSORES E NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO: ENSAIOS
SOBRE A CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM NO CURSO DE HISTÓRIA
Dentre os diversos desafios postos aos professores de Estágio Supervisionado dos cursos das Licenciaturas,
as dificuldades em mediar processos de construções dos projetos de docência, de
estágio, de ensino ou de sequências didáticas, com centralidade na equivalência
da “aula como texto” e “professores como autores” [Mattos, 2006], são
recorrentes. Os debates acerca da relação teoria e prática demonstram que a
formação inicial de professores, apesar dos avanços no campo da teoria do
currículo, ainda não superou efetivamente a desarticulação entre as áreas de
saberes específicos e de saberes pedagógicos. Um dos momentos em que essa
questão se consubstancia ocorre quando os discentes iniciam as práticas de
estágio.
Este trabalho tem por objetivo problematizar a
relação entre a prática pedagógica dos formadores de professores e o
enredamento dos estudantes-estagiários na elaboração de propostas pedagógicas
inovadoras e autorais em seus estágios. As análises têm por base, os dados
obtidos com a implementação de uma proposta pedagógica desenvolvida no
componente curricular Estágio Supervisionado I, do Curso de História da
Universidade do Estado da Bahia [UNEB/Campus
XVIII/Eunápolis]. Teoricamente, toma-se as discussões do campo da docência
universitária, que trata das “práticas relativas ao estudo e à intervenção nos
processos de ensinar e aprender que se dão na aula” [Lucarelli, 2007, p. 77].
Propõe confrontar o modelo de docência predominante nas universidades que
prioriza a transmissão de conteúdos técnicos, sem se comprometer em mobilizar
saberes que reverberam diretamente no desenvolvimento de atitudes, valores,
autonomia e protagonismo do profissional. Provoca ainda ruptura dos paradigmas que alicerçam
as “estruturas epistemológicas e de poder que sustentam cada ramo da ciência
[onde] privilegia-se a memória, a reprodução da resposta única e a erudição
como sinônimos de aprendizagem.” [Soares, 2012, p.10]. Ao considerar o
compromisso social da profissão docente, justifica-se a necessidade de ampliar
as discussões entorno de modelos formativos que invistam na formação integral
do futuro professor, visto que, quando isso ocorre, há desdobramentos tanto na
sua profissionalidade, quanto nos possíveis impactos na sua atuação na Educação
Básica.
A problematização tem centralidade no conceito de experiência de Bondia [2002, p. 26] que
se refere à “aquilo que nos passa, ou nos toca, ou nos acontece, e ao nos
passar nos forma e nos transforma. Somente o sujeito da experiência está,
portanto, aberto à sua própria transformação.” Considerando a potência da experiência na formação docente,
lançou-se o desafio de reestruturar o planejamento do componente curricular
Estágio Supervisionado I, do Curso de História da Universidade do Estado da
Bahia [Campus XVIII/Eunápolis], com
perspectiva de verticalizar ações e debates para situações que afetassem os
discentes/estagiários a complexizar sob duas ópticas: do seu lugar enquanto
discente e do seu lugar enquanto futuro docente.
É necessário esclarecer que a proposta deriva da
reflexão e ressignificação das bases teóricas e das práticas, enquanto
professora formadora, a partir da experiência
vivenciada na disciplina “Docência Universitária na Contemporaneidade:
Pressupostos epistemológicos, políticos e metodológicos”, do Programa de
Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade [PPGEDUC-UNEB/CAMPUS I]. Apesar de possuir uma
concepção de formação distante da perspectiva de educação bancária [FREIRE,
1997], com uma autoimagem de docente que articulava a prática com o campo
teórico, descortinou-se, a partir das leituras dos textos produzidos pelos
estudiosos do campo da docência universitária, elementos que estavam latentes
na atividade profissional. O efeito assemelhou-se ao que ocorre quando se
depara com um grande espelho com uma boa iluminação. Paradoxalmente, havia o
exercício de práticas que figuravam nas críticas dirigidas às propostas
pedagógicas dos estagiários. Destaca-se
dentre estas, a pedagogia centrada no docente ao invés da prática centrada na
relação aluno, professor e objeto do conhecimento, provocando assim um
“desequilíbrio cognitivo” da identidade docente estabelecida. Mas, qual a
necessidade de romper com o modelo pautado na transmissão de
conhecimentos, verticalizado no professor no âmbito da docência universitária?
O reconhecimento do professor universitário não advém justamente da sua capacidade
de dominar o campo de saber que atua? Quais os impactos dessa descentralizar
nas produções do discentes-estagiários no campo da História?
O sentido
do conhecimento histórico e a formação docente
Um fundamento presente na elaboração das propostas
didáticas para atuação no campo de estágio em História é o que refuta a
exposição do conteúdo pelo conteúdo, como um fim em si mesmo, sem articulação
com o contexto social e a vida dos estudantes. Defende-se amplamente que as
noções de significância são fundamentadas para ampliação da consciência
histórica e compreensão dos sentidos do passado no presente. [Sobanski, 2010]
Mediar a formação de sentidos portanto, é fulcral para o desenvolvimento da
aprendizagem. Não se consegue mobilizar sujeitos sem provocá-los. E, para tanto, é necessário colocá-los como
protagonistas na construção do seu próprio conhecimento. Dessa forma, práticas
pedagógicas circunscritas na passividade não promovem mediações entre os
sujeitos e o conhecimento.
Esse entendimento é ponto pacífico enquanto
abordagem nas aulas de História da educação básica, porém, é preciso considerar
tais princípios na docência universitária também. Parece haver uma
naturalização na universidade sobre a exposição de conteúdos “técnicos”
centrada nos docentes, independente se ocorrem impactos [e como acontecem] nas
aprendizagens ou nos sujeitos. Em geral, segue-se por três a cinco aulas
expondo unilateralmente os conteúdos sem que isso cause nenhum questionamento
metodológico e pedagógico ao docente universitário. Os discentes também já
incorporam o modelo como algo normal e não apresentam nenhuma demanda em
relação a novas metodologias e práticas. Mas refletindo sobre a questão,
pode-se inferir que os problemas eclodem de outras formas tais como: desistência,
reprovação, dificuldade de aprendizagem, formação desumanizada, ausência de
competências cognitivas para resolução de problemas, dentre outras. A crítica
não se centra ao uso da metodologia “aula expositiva”, que é necessária sob
perspectiva dialógica e problematizada. Deve-se questionar os fundamentos que
alicerçam essa metodologia de ensino quando é essencialmente baseada na
transmissão estabelecida na lógica em que os papéis estão definidos entre o
professor que fala, por dominar todo o conhecimento, e o discente que ouve para
captar todo o conhecimento. Fica implícito que o processo de
ensino-aprendizagem, a relação professor-aluno, o desenvolvimento de
competências cognitivas e protagonismo dos discentes não são considerados
cenário, afinal o processo é verticalizado no docente.
Refletir que não apenas os estudantes da educação
básica precisam de novas estratégias e mediações para efetivar aprendizagens,
mas também os discentes das universidades, decorre do fato que ambos são
oriundos do mesmo contexto social, cultural e político, bem como em considerar
que os universitários advém da educação básica e chegam “a universidade
trazendo novas e diferenciadas experiências em sua história de vida”
[Anastasiou; Alves, 2004, p. 69). Portanto, demanda-se repensar a forma
tradicional da relação entre professor, alunos e conhecimento, compreendendo
que o objeto do trabalho docente não se limita a transmissão de conteúdo, mas
contempla “um processo que envolve um conjunto de pessoas na construção de
saberes, seja por adoção, seja por contradição.” [Anastasiou; Alves, 2004, p.
69].
Assim, os professores dos professores precisam
mediar processos que ofereçam aos discentes a possibilidade de “fazer aula” e não apenas “assistir aula”. Anastasiou e Alves
[2004] utilizam o termo “estratégias de
ensinagem”, para englobar tanto a ação de ensinar quanto a de aprender, num
processo onde a dialogicidade orienta as ações. Revisar práticas mobilizam
esferas que estão além da racionalidade técnica e acadêmica presentes na relação
existente na universidade, versam em considerar “o saber de experiência”, dando
sentido ao que somos e ao que acontece.
Com a finalidade de superar a distância entre as
construções pedagógicas requeridas aos estagiários e as desenvolvidas na condição
de docente de um curso de licenciatura, surgiu a proposta em estruturar o
componente Estágio Supervisionado I/História, com uma metodologia que
promovesse o protagonismo dos discentes-estagiários e convertesse as práticas
pedagógicas da docente formadora em objeto a ser problematizado e discutido,
norteado pelo conceito de experiência
[Bondía, 2002].
O primeiro passo foi criar estratégias para formar
a comunidade de aprendizagem, tencionando romper com paradigmas que estabelecem relações de poder e hierarquia
entre discentes e docentes para valorizar os diferentes saberes dos sujeitos
que os detém, com o foco na promoção da protagonismo, na autonomia e na
emancipação. Refutou-se decisões unilaterais na condução das ações do
componente, considerando todos colaboradores e aprendizes de uma profissão,
cuja principal característica é a capacidade de tomar
“decisões de
forma autônoma. A aprendizagem do ser profissional se constrói a partir da
vivência de tomada de decisões, conscientes, refletidas e fundamentadas, no
processo formativo” [Soares; Oliveira, p. 160].
Nesse sentindo, foi apresentada a turma a ementa da
disciplina para que eles pudessem elaborar proposições de plano para o
componente. Os resultados dos discentes foram apresentados, problematizados e
comparados com o plano construído pela docente. Desse processo dialógico surgiu
o plano da disciplina. Essa ação também foi utilizada para discutir a temática
“planejamento”, subsidiada por textos teóricos da área.
Outra estratégia importante na construção da
comunidade de aprendizagem foi a construção do contrato didático para
descentralizar as decisões da figura do docente, formando e fortalecendo o
sentido de grupo. O estabelecimento de um contrato didático, segundo Freitas e
Gessinger [2008, p. 60]
“requer uma negociação em que as responsabilidades
são compartilhadas, à medida que os alunos se assumem cada vez mais como
protagonistas do seu processo de aprendizagem. Para tanto, a explicitação do
contrato é fundamental por proporcionar que os alunos compreendam os motivos
para estudar determinado conteúdo ou desenvolver uma atividade.”
A construção do contrato didático provocou debates
e negociações para estabelecimento dos acordos do que deveriam constar no
contrato didático. Uma questão que gerou muitas reflexões e incômodos foi a que
tratou sobre como deveriam ser as formações dos grupos para trabalhos: seriam
uma escolha do docente? dos discentes? escolhas alternadas? Aleatórias?
Sentimentos de exclusão, de inferioridade, de superioridade, falta de
alteridade e preconceitos vieram à tona. As dificuldades em negociar foram tão
grandes que a turma chegou à conclusão que o melhor a fazer seria “a professora
decidir”, evidenciando como as relações de poder estão internalizadas da
interação professor-aluno. As reflexões permitiram problematizar as relações
interpessoais não apenas no âmbito da turma, mas pensar a realidade da educação
básica. Ao criar uma situação que pudessem vivenciar, como discentes, as
dificuldades em negociar em um universo composto por adultos, em uma
universidade, abriu-se a possibilidade de compreensão da complexidade das
relações existentes na educação básica, onde os sujeitos são crianças e jovens.
A questão sobre as relações de poder na docência foi tensionada, estimulando-os
a se colocarem como docentes diante da situação-problema posta, contudo foi
aprofundada teoricamente como um tema específico em outra ação. O contrato
didático acordado resultou no compromisso com as leituras, com as produções,
com a aprendizagem e com o outro.
Como posto, o foco esteve no conceito de experiência, no mais profundo sentido
que a palavra pode ter, com articulação entre as diversas ações,
intencionalidades que tinham por objetivos permitir formação de sentidos e a
transformação dos sujeitos a partir de uma vivência. Os diários de experiência das aulas,
registros onde os discentes refletiam sobre o que e como foram afetados [se
foram] nas aulas foi a ferramenta utilizada para provocar a reflexão sobre a experiência. Esses escritos foram
socializados nas aulas para promover a escuta empática sobre a experiência do outro, seus dilemas e
objetivos. O “sentir” a aula transmutado em uma escrita reflexiva com
avaliações e autoavaliações dos processos de aprendizagem, almejaram criar
pontes e provocar “desequilíbrios cognitivos”. Pode-se ainda identificar que os
diários de experiência produzidos foram acompanhando o crescimento da turma,
trazendo novas problematizações e complexidades sobre o exercício da docência,
afinal “a experiência do ato de registrar é exercida – como testemunha Paulo
Freire – como um apoio à teorização da prática”, e de fato contribui para a
promoção da autoria de pensamento.” [Freitas, 2008, p. 120). Todas as aulas
buscaram estabelecer uma relação entre teoria e prática investigativa e
dialógica.
Toda trajetória, que envolveu a prática, discussões
teóricas e as produções dos diários de experiência das aulas, resultou na
produção de Projetos de Docência dos discentes-estagiários, que podem ser
definidos como registros reflexivos com dimensões teóricas e
prático-vivenciais no âmbito da docência, problematizando os “desequilíbrios
cognitivos” provocados pela experiência. O projeto de Docência é fundamental para
conceber e ressignificar a identidade do docente em toda a sua trajetória,
podendo ser revisto constantemente. Investir na sua construção requer complexizar
questões como: conceito de docência, de aprendizagem, as relações de poder e
afetividades nas relações interpessoais, os compromissos [ou ausência desses]
na construção de valores dos profissionais da educação, a concepção de inovação
pedagógica e avaliação. É um arcabouço que traz referências sobre intencionalidades docentes e sobre a natureza
relacional da docência, pois a sua elaboração implica na necessidade de
aspectos éticos. O projeto de docência deve ser entendido como um
princípio formativo com grande potência quando articulado ao conceito de experiência.
Nos Projetos de Docência dos estagiários da turma
de Estágio Supervisionado I, do Curso de História [UNEB/CAMPUS XVIII] é
possível identificar compromissos que consideram a inter-relação entre os
saberes dos diferentes sujeitos no processo de construção do conhecimento:
“Meu objetivo como professora de História é proporcionar,
uma maior relação entre teoria e prática, ou seja, uma maior aproximação entre
a formação universitária e a prática de sala de aula. Utilizar as orientações
ensinadas na universidade com maior frequência tentando diversificar as
metodologias aprendidas, fazendo com que o aluno participe, reflita e questione
o conteúdo aplicado. [Projeto de Docência da estagiária “Estratégia”]”
“O professor transmissor de conhecimentos e o aluno
receptor já não condiz com a nova realidade do mundo que estamos inseridos. Fui
fruto de uma geração onde os professores eram detentores do conhecimento, e nós
alunos meros depósitos. Onde estudar era sinônimo de decorar e repetir o que
fora dito, sem lugar para reflexão e muito menos para a crítica. Hoje vejo que
o conhecimento é construído a partir da troca, no dia a dia, respeitando as
particularidades de cada aluno, ao mesmo tempo que buscamos os instigar a busca
do conhecimento. [Projeto de Docência do estagiário “Inovador”].”
“Desejo que os alunos participem das minhas aulas,
não sendo apenas espectadores mas que façam parte do processo de ensino. Essa
participação deve estar acompanhada de disciplina, visto que a indisciplina é
algo que me incomoda bastante. Acredito que ensinar é uma atividade constante e
por isso, a relação de professor e aluno deve acontecer sempre embasada pelo
respeito, a compreensão, o equilíbrio e parceria. Não quero ser vista como
alguém superior ou uma pessoa que sabe tudo, mas sim que os alunos tenham
liberdade de me corrigir (claro que com um limite entre algo respeitoso e algo
pejorativo), de compreender minhas falhas e que o processo de aprendizagem é
mais eficaz quando acontece em conjunto. [Projeto de Docência da estagiária
“Autonomia”].”
“Para que o estudante participe ativamente das aulas de
História, o planejamento irá considerá-lo como o centro do processo educativo,
sendo assim serão evitadas aulas em que o estudante apenas ouve passivamente. É
necessário pensar em uma aula que apresente um questionamento ou um problema a
ser resolvido pelo estudante e o leve a mobilizar suas explicações sobre o
assunto. O estudante deve participar ativamente, observando, registrando,
realizando inferências e propondo hipóteses. O importante é que o estudante se
sinta motivado. [Projeto de docência da estagiária “Protagonista”].”
“O estudante tem que estar ligado às minhas
práticas, não como obrigação, mas digo um ser incluso e atuante dentro dos
assuntos, que não seja invisível ou pacífico, mas que ele possa compreender que
sua opinião e vivência têm lugar no âmbito escolar. Educar, a partir da
interação do aluno com o “processo de ensino e aprendizagem, no qual o
professor assume um papel de orientador e o aluno é percebido em sua
singularidade.” [Almeida, 2014). O fundamento de minha utopia da relação
professor-aluno é poder trazer propostas dialógicas que, onde o professor atua
como mediador do conhecimento e assume um papel humanizado e acaba por ganhar
seus estudantes. [Projeto de Docência da estagiária “Experiência”]
Os trechos dos Projetos de Docência perspectivam
profissionais que reconhecem a importância da autonomia, da capacidade de
resolver problemas complexos e da necessidade de uma atuação profissional
comprometida socialmente. Também é possível inferir que no exercício da
docência buscarão oportunizar aos discentes experienciar “ensinagens”, que contribuam para a ampliação da consciência
histórica de crianças e jovens, mediando leituras críticas do mundo.
Conclusões
Desenvolver
práticas com foco na autonomia dos sujeitos é um desafio. Entretanto,
acredita-se que essa é uma alternativa viável para o redimensionamento das
diretrizes formativas de professores- o docente formador e o docente em
formação inicial. Não é
possível trilhar outro caminho, visto que a formação é sempre a autoformação.
Problematizar a relação entre a escola, a comunidade escolar e os saberes
acadêmicos, superando modelos de formação pautados em instrumentalização
técnica, é urgente, tão quanto superar a perspectiva em que o profissional fica
reduzido a aspectos exclusivamente práticos e reprodutivistas.
REFERÊNCIAS
Sandra Regina Mendes- Doutoranda do Programa de
Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade [Universidade do Sudoeste da
Bahia- UESB]. Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia [UNEB/Campus XVIII/Eunápolis], Colegiado de
História, ministra componentes curriculares na área de Ensino de História e
Estágio Supervisionado.
ANASTASIOU, Léa das
Graças Camargos; ALVES, Leonir Passate. Processos de ensinagem na universidade:
pressupostos de estratégias de trabalho em aula. 3. Ed. Joiville, SC: UNIVILLE,
2004.
BONDIA, Jorge Larrosa.
Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de
Educação, jan/fev/mar/abr, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia
da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997
FREITAS, Ana Lúcia Souza
de. Diário de aula. In: A gestão da aula universitária na PUCRS. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
FREITAS, Ana Lúcia Souza
de; GESSINGER, Maria Rosana. A gestão da aula universitária na PUCRS. Porto
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LUCARELLI, Elisa.
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MATTOS, Ilmar Rohloff de. “Mas não somente assim!”
leitores, autores, aulas como texto e ensino-aprendizagem em História.
Disponível em: www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/v.
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MONTEIRO, A. Reis.
Profissão docente: profissionalidade e autorregulação. São Paulo: Cortez, 2015.
[Introdução, capítulos 1 e 2]
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In, SOARES, Sandra Regina e MARTINS, Ediva de Sousa. [Orgs.] Qualidade do
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SOBANSKI, Adriane de Quadros; CHAVES, Edilson
Aparecido; BERTOLONI, João Luis da Silva; FRONZA, Marcelo. Ensinar e aprender
História: História em quadrinhos e canções. Curitiba: Base Editoria, 2010.
Sandra, parabéns pela temática. Sobre a aula expositiva para alunos de graduação quando ele está ouvindo uma aula, interagindo mentalmente com assunto que é exposto, podemos considerar que ele está passivo?
ResponderExcluirMarisa Noda
Olá Marisa! Obrigada pela sua interação com a nossa discussão. Na perspectiva da dialogia e com base dos pressupostos da docência universitária, sim. Isto porque o sujeito não é retirado do seu lugar de conforto, diante de uma situação problema a resolver. Como não há interação entre saberes (dos discentes e docente), assim não há como acessar o processo de produção do sujeito o que obstaculariza promover ressignificações e trocas. Observe que o docente continua sendo o centro da aula. O que precisamos, como eu coloquei, é criar estratégias para situar todos como protagonistas, onde os discentes deixam de "assistir" e passam realmente a "fazer" a aula.
ResponderExcluirObrigada Sandra.
ExcluirMarisa Noda
Olá cara colega, o estudo realizado por vocês é instigante. Parabéns! Sem mais delongas, minhas indagações vão no sentido de saber como vocês pensam a questão discorrida acima. Se é viável e como poderíamos pensar essa mesma questão para a estudantes da educação básica (E. Fundamental II e E. Médio)? Abs
ResponderExcluirolá Jander! A discussão que trazemos no texto é justamente no sentindo de, ao passar pelo processo da experiência de ser colocado como protagonista, como centro da construção do saber, este discente-estagiário, possa sofrer "desequilíbrios cognitivos" que o leve a buscar práticas dialógicas no contexto da educação Básica. Tivemos iniciativas como esses fundamentos, não nesse estágio discutido no texto, visto que ele é um estágio de OBSERVAÇÃO (O que permitiu centrar a observação no outro e em si, a partir de uma uma postura investigativa), mas no PIBID. Neste, utilizando o campo da Educação História, partíamos sempre do "conhecimento prévio dos estudantes" (BARCA) ou como prefere Rüsen, "protonarrativas". Não estamos aqui desconsiderando as dificuldades de uma aula dialógica diante de um cenário de turmas cheias e da indisciplina. Contudo, uma coisa é mais que provada por todos nós: a dialogia pode ser difícil, mas ainda mais difícil é dar significado e significância para o conhecimento histórico das crianças e jovens quando se faz uma narrativa desproblematizada, sem desafios, baseada no monólogo e repetição. Esta realidade sim, não se sustenta e pior, causa uma imensa frustração em nós professores. Afinal não efetiva nosso objetivo maior que é potencializar a leitura de mundo dos nossos estudantes! Precisamos ter ousar para que reencontremos o sentido de ensinar história. Abs!
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