A HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: UM OLHAR PARA AS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO
SÉCULO XX
O século XX foi marcado pela criação de
vários dispositivos legais, engajados na tentativa de garantir a inclusão
social e educacional das pessoas com deficiência. Contudo, há no Brasil,
grandes dificuldades para a implementação destas leis, Kassar e Meletti ”.
[2012, p. 54], afirmam que, 'como qualquer política pública, a política educacional
não é efetivada sob uma relação unidirecional, em que leis são assimiladas
'automaticamente' e homogeneamente por todo país'.
As legislações devem garantir os
direitos sociais para todos os cidadãos, independente de suas especificidades.
Os dispositivos legais promulgados no século XX, como a Constituição Federal
[BRASIL, 1988], o Estatuto da Criança e do Adolescente [BRASIL, 1990] e a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional [BRASIL, 1996], já deveriam ser o
suficiente para garantir a inclusão educacional dos alunos com deficiência.
Seus textos trazem garantias de que toda criança deve ter direito a frequentar
escola e desenvolver aprendizagem. Porém, mesmo com todos os avanços do século
XX com relação ao atendimento da criança especial na escola regular, e apesar
de tantas outras leis e diretrizes já formuladas e aprovadas no século XXI, a
inclusão real e efetiva segue como um sonho distante, ou como meta para se
alcançar no futuro. Capellini defende que, “direitos explicitados nas leis nem
sempre são efetivados e, muitas vezes, não haveria a necessidade de tantas leis
específicas para determinadas populações, se as leis comuns a todas as pessoas
da sociedade fossem cumpridas plenamente”. [CAPELLINI, 2003, p. 02].
As propostas de inclusão empenham-se em
findar a negação dos direitos, dos atos segregativos e discriminatórios,
visando à inserção social, educacional e profissional de todos os cidadãos,
além de buscar eliminar os possíveis distanciamentos entre aquilo que é
proposto e o que é executado na prática.
Montoan defende uma educação escolar
inclusiva, baseada em aspectos que dão ênfase ao desenvolvimento social e
afetivo dos alunos, pois desta forma, a escola será um ambiente realmente vivo
e estimulador de potencialidades.
“Uma
escola distingue-se por um ensino de qualidade, capaz de formar pessoas nos
padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária quando
consegue: Aproximar os alunos entre si; tratar as disciplinas como meio para
conhecer melhor o mundo e as pessoas que nos rodeiam; e ter como parceiras as
famílias, a comunidade na elaboração e no cumprimento do projeto político
pedagógico. [MONTOAN, 2012, p. 46]”.
Montoan defende ainda que:
“As
escolas de qualidade são espaços educativos de construção de personalidade
humanas autônomas, críticas, espaços onde crianças e jovens aprendem a ser
pessoas. Nesses ambientes educativos, ensinam-se os alunos a valorizar a
diferença pela convivência com seus pares, pelo exemplo dos professores, pelo
ensino ministrado nas aulas, pelo clima socioafetivo das relações estabelecidas
em toda a comunidade escolar, sem tensões, competições, com espírito solidário
e participativo. [MONTOAN, 2012, p. 46]”.
A inclusão escolar de crianças com
deficiência está fundamentada e protegida por leis, decretos, diretrizes,
tratados, e programas tanto nacionais, como internacionais e, foi garantida em
razão da luta, do esforço e de constantes conflitos e reivindicações das
famílias, entidades e movimentos interessados na causa, objetivados em eliminar
todas as formas de discriminação que impedem o exercício pleno da cidadania das
pessoas com deficiências.
Para a Organização das Nações Unidas, o
princípio básico da Educação Inclusiva é que todos os alunos, independentemente
de suas condições socioeconômicas, raciais, culturais ou de desenvolvimento,
sejam acolhidos nas escolas regulares [UNESCO, 1994]. Mas não devemos nos
iludir acreditando que a qualidade de ensino ofertada para os alunos especiais,
tenham crescido da mesma forma como cresceu o acolhimento a eles, o que nos
leva a questionar os paradigmas estabelecidos e refletir sobre a necessidade de
reformas educacionais, que busquem alterações nos currículos, nas formas de
avaliação, na formação dos professores, nas estruturas reais e concretas das
escolas e na defesa de uma política educacional mais democrática [MENDES,
2006].
Utilizaremos como suporte teórico, os principais
documentos legais direcionados, em parte, ou exclusivamente à Educação
especial, promulgados no século XX, assim como, alguns documentos e
programas internacionais, como, a Conferência Mundial de Educação para Todos,
em Jomtien, na Tailândia no ano de 1990, a Conferência Mundial sobre Educação
Especial, em Salamanca, na Espanha, em 1994 e a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de
Deficiência, que aconteceu na Guatemala em maio de 1999.
Este artigo se organiza da seguinte forma, num
primeiro momento analisaremos as mudanças nas concepções educacionais trazidas
pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, depois discorreremos sobre as
implementações das Políticas Públicas e programas nacionais e internacionais
que se referem ao atendimento educacional das pessoas com deficiência, a partir
da década de 80.
As
primeiras grandes transformações na educação especial trazidas pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos
Ao longo das últimas décadas, o Brasil
passou a levantar a bandeira de “Educação para Todos”, um discurso a fim de
garantir a inclusão social e educacional de um grupo de indivíduos que durante
um longo período, viveu à margem da sociedade, distanciados de seus direitos
civis, sociais e políticos, ou seja, impedidos de exercerem cidadania.
Para
Marshall, a cidadania consiste na conquista de três direitos:
“O
direito civil diz respeito basicamente à liberdade individual: liberdade de ir
e vir, de pensamento, de fé, de imprensa, de fechar contratos legais, igualdade
perante a lei e direito à justiça, direito ao próprio corpo e direito à
propriedade privada. Deve-se entender o direito político como a possibilidade
de participar do exercício do poder político, candidatar-se, votar e ser
votado, criar e filiar-se a partidos políticos, participar de movimentos
sociais, entre outros. Por último, os direitos sociais dizem respeito ao
atendimento das necessidades básicas de um ser humano que garanta o mínimo de
bem-estar, e que ele leve a vida de um ser civilizado. Por exemplo, direito à
alimentação, à moradia, à educação, à saúde, a um salário digno. [MARSHALL,
1967. p.63]”.
Ao compreendermos o percurso histórico
do atendimento educacional direcionado ao aluno com deficiências no Brasil
durante o século XX, salientamos que, a primeira iniciativa em prol da educação
das pessoas com deficiências aconteceu quando nossa pátria dava seus primeiros
passos como país independente. Eram práticas advindas de modelos com resultados
satisfatórios na Europa e dos Estados Unidos, porém tratavam-se ações
provenientes, na maioria das vezes, de instituições particulares, além de serem
experiências e ações isoladas, ligadas ao modelo clínico e assistencial. A educação desses indivíduos era vista como
secundária, e, em grande medida, voltada ao desenvolvimento de atividades
básicas da vida diária [GLAT& BLANCO, 2007].
Mazzotta explica que, somente no final
do século XX, a inclusão de pessoas com deficiência na rede pública de ensino
passou a ser uma iniciativa governamental e meta do sistema educacional,
[MAZZOTTA, 1996].
O primeiro momento em que as políticas
públicas governamentais direcionaram-se à pessoa com deficiência foi em 1948, a
partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos [DUDH] que garantiu a
proteção dos direitos humanos, em especial, os direitos garantidos à pessoa com
deficiência. “Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação.” [Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948].
Consta na DUDH [Declaração Universal
dos Direitos Humanos] em seu Artigo VII que, “Todos têm direito a igual
proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.” [Declaração Universal dos Direitos
Humanos, 1948].
Ao analisar o artigo supracitado,
constatamos que a Declaração defende a perspectiva existencial, valorizando a
convivência social dos indivíduos de modo que as especificidades tornam-se
intrínsecas à existência humana. A Declaração dos Direitos Humanos tornou-se
também um marco norteador para as legislações que promulgariam os direitos
fundamentais das pessoas com deficiência:
“Parágrafo 1º - Todo ser humano tem
direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução
técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior,
está baseada no mérito.
[...] Parágrafo 2º - A instrução será
orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade
entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. [Declaração
Universal dos Direitos Humanos, 1948]”.
Desta forma, para a DUDH todas as
pessoas serão beneficiadas com o acesso a educação, independente de
apresentarem limitações físicas e/ou cognitivas.
Após a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, aflora-se em alguns indivíduos, grupos e instituições, a
consciência de que todas as pessoas têm direito à vida e ao acesso ao
conhecimento construído no decorrer da história humana.
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos trouxe também o desejo de se romper com sistemas sociais excludentes,
contrapondo-se a processos de discriminações sociais, numa tentativa de
minimizar os danos e trazer à cena aqueles que, historicamente, foram
discriminados por causa de uma diferença.
As
Implementações das principais Políticas Públicas e programas nacionais
internacionais após a década de 80
Em nosso país, a partir da década de
80, foram criadas algumas leis, decretos, diretrizes e políticas públicas que
almejavam proporcionar maior visibilidade aos direitos das pessoas com
deficiência, no entanto, mesmo depois de transpassado um espaço temporal de
cerca de quatro décadas, é possível notar que há ainda grandes dificuldades
para o cumprimento da legislação, e que alguns incisos destas leis, decretos e
diretrizes, seguem como um sonho distante, ou como meta para se alcançar no
futuro.
No início da década de 80, entidades
que representavam os interesses de pessoas com deficiência, além de alguns
movimentos sociais, integraram-se, no intuito de organizar uma proposta que
abarcasse os interesses das pessoas com deficiência, o objetivo era de que
esses interesses fossem agregados à nova Constituição Federal, que naquele
momento estava sendo desenvolvida.
No ano de 1988, a Constituição Federal, Lei
máxima em nosso país, foi promulgada e trouxe consigo um cenário de inúmeras
transformações sociais, principalmente no que diz respeito à educação escolar
de pessoas com deficiência, destacando como uma das bases para o ensino “a
igualdade de condições de acesso e permanência na escola”. [art. 206, inciso
I].
O movimento de inclusão escolar avançou
muito com o grande impulso que recebeu ao consideramos as transformações
propostas pela Constituição Federal. [BRASIL, 1990].
Em 1990, através da Lei n.8.069, mais
conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, as crianças e adolescentes
com alguma necessidade especial, ganharam prioridade nas ações e políticas
públicas de prevenção e proteção integral.
Alguns programas internacionais, como a
Conferência Mundial de Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia no ano de
1990, a Conferência Mundial sobre Educação Especial, em Salamanca, na Espanha,
em 1994 e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, que aconteceu na
Guatemala em maio de 1999, também contribuiu com a diminuição da discriminação,
diferenciação e restrição que pudesse impedir ou anular que algum direito
humano ou liberdade fundamental fosse negado, principalmente na escola. Esses
programas foram fundamentais no sentido de tomar medidas de caráter
legislativo, social, educacional, trabalhista e de qualquer outra natureza que
buscasse eliminar a discriminação e proporcionar a integração das pessoas com
necessidades especiais à sociedade, além de buscar estabelecer novas diretrizes
que levantassem reflexões sobre a necessidade de reformular e reformar as
políticas e sistemas educacionais com a finalidade de fortalecer o movimento de
inclusão educacional.
A LDB 9394/96, popularmente conhecida
como Lei Darcy Ribeiro. A LDB é a legislação máxima no que se refere à
educação, e tem a função de reger e regulamentar o sistema educacional
brasileiro.
A LDB trouxe diversos avanços no
atendimento escolar prestado aos alunos com necessidades especiais, um deles
foi a determinação de que, “haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela
de educação especial” [BRASIL, 1996], garantindo, desta forma, as adaptações
curriculares, quando necessárias, utilização de métodos, técnicas, recursos
educativos e organização que possam proporcionar a melhor possibilidade de
desenvolvimento e aprendizagem para dos alunos especiais.
Conforme consta na LDB, as práticas de
ensino na escola regular devem comtemplar as mais diversas necessidades,
inclusive eventuais necessidades especiais, além de buscar maneiras de eliminar
as barreiras arquitetônicas e oferecerem alternativas que contemplem a
diversidade, ademais, devem também buscar recursos de ensino e equipamentos
especializados que atendam a todas as necessidades educacionais dos educandos,
com ou sem deficiências, de forma a cumprir os princípios constitucionais da
igualdade de direito ao acesso e à permanência na escola básica, bem como do
acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um. [MONTOAN, 1999, 2001; FOREST, 1985].
No ano de 1999, através do Decreto nº
3.298, a educação especial é definida como uma modalidade transversal a todos
os níveis e modalidades de ensino, último marco legal da educação especial
ocorrido ainda no século XX.
Considerações finais
As Leis, documentos e programas,
aprovadas ao longo de século XX, na teoria, já deveriam garantir a disponibilização
de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminassem as
barreiras para a plena participação do indivíduo com necessidade especial na
sociedade. Contudo, há ainda uma distância entre o que a lei prevê e aquilo que
é oferecido na prática.
As políticas públicas governamentais
visam, em relação à educação, incluir os alunos com deficiências, altas
habilidades/superdotação e transtornos globais do desenvolvimento, na rede
regular de ensino. Mas entendemos que, a priori, é preciso estruturar as salas
de apoio especializado, preparar os professores, desenvolver estratégias e
metodologias específicas para os atendimentos, levando em consideração o tipo e
grau de deficiência.
Facíon [2008] defende que as políticas
de inclusão, têm o objetivo de formar uma sociedade igualitária, no entanto, os
decretos e leis, tantos os já existentes como os que estão a caminho, devem ser
criteriosamente analisados e estudados, pois, apesar da crescente inserção de
alunos especiais no ensino regular, a qualidade de ensino ofertado a eles, não
melhorou na mesma proporção, o que nos leva a questionar os paradigmas
estabelecidos e refletir sobre a necessidade de reformas educacionais, que
busquem alterações nos currículos, nas formas de avaliação, na formação dos
professores, nas estruturas reais e concretas das escolas e na defesa de uma
política educacional mais democrática [MENDES, 2006].
Concluímos que, embora a legislação
brasileira que atende a educação especial tenha avançado muito no século XX, e
siga progredindo no século XXI, esse progresso não garante a inclusão efetiva
destes alunos. Entendemos que não basta receber na escola, é preciso
reorganizar as estruturas escolares,
assim como as metodologias e os
recursos humanos e pedagógicos.
Referências
Cláudia Sena Lioti é
Mestranda em Ensino: Formação Docente Interdisciplinar, pela UNESPAR campus de Paranavaí. Graduada em Pedagogia e em Letras – Vernáculas e
Clássicas. Especialista em Atendimento Educacional Especializado, Educação
Especial e Alfabetização e Letramento.
Márcia Marlene Stentzler: Doutora em Educação, História da Educação; Mestre em Educação, Formação de
Professores; Docente no Colegiado de Pedagogia, UNESPAR campus de Paranavaí.
Docente no Programa de Mestrado em Ensino:
Formação Docente Interdisciplinar [PPIFOR]. Líder do NUCATHE [Núcleo de
Catalogação, Estudos e Pesquisas em História da Educação]. Diretora de
Programas e Projetos, Prograd- UNESPAR.
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Brasília: 1996.
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Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999: Regulamenta a Lei n. 7.853, de 24
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Adolescente e dá outras providências.
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S. P. H., & Bosa, C. A. [2009]. Competência social, inclusão escolar e
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Diversidade. Ciências Humanas e Sociais em Revista, Rio de Janeiro, EDUR,
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Considerando: a) seu argumento de que “[...] há ainda uma distância entre o que a lei prevê e aquilo que é oferecido na prática”; b) que a partir dos anos 1990 o Brasil passa a aceitar o ideário neoliberal de modo a estabelecer a reestruturação produtiva; c) a LDB 9394/1996, se efetiva no contexto citado, influenciada por organismos internacionais (Banco Mundial, Cepal, Unesco, por exemplo) de modo a contribuir para minimizar o papel do Estado (GOMIDE, 2013), pergunto: não teríamos no pano de fundo de seu texto um tensionamento que disputa a construção de projetos distintos de sociedade em uma sociedade capitalista e que poderia ser explicitado?
ResponderExcluirAlessandra Bertasi Nascimento
GOMIDE, Angela Galizzi Vieira. Organização da educação no Brasil: um debate sobre a formação de professores e a gestão democrática. In: EDUCERE 2013. Anais do... Curitiba: PUC/PR, 2013. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/10490_5642.pdf. Acesso em: 4 set. 2019.
Olá Alessandra!
ExcluirSim! Devemos refletir sobre os interesses que se escondem atrás de tantas reformas educacionais e da ineficácia de cada uma delas. Refletir, levando em questão as disposições do capitalismo, sobre o que realmente move a criação de cada lei, assim como suas alterações, refletir sobre o que está no centro da disputa pelo poder...
Agradeço pela indicação de leitura e pela atenção com o meu trabalho.
Concordo com a posição das autoras ao registrarem “[...] embora a legislação brasileira que atende a educação especial tenha avançado muito no século XX, e siga progredindo no século XXI, esse progresso não garante a inclusão efetiva destes alunos”, tanto que a meta 4 do Plano Nacional de Educação estabelece “universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantida de sistema educacional inclusivo, salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”.
ResponderExcluirGarantir a execução dessa meta passa por “[...] reorganizar as estruturas escolares, assim como as metodologias e os recursos humanos e pedagógicos”. Ficariam essas tarefas históricas adiadas diante do contexto de austeridade fiscal estabelecido com a Emenda Constitucional nº 95?
Alessandra Bertasi Nascimento
Olá Alessandra!
ExcluirQuantas contradições em nossas leis, não é mesmo Alessandra?
Fixar um teto de gastos acaba por sabotar a Constituição Federal [BRASIL, 1988], o Estatuto da Criança e do Adolescente [BRASIL, 1990] a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional [BRASIL, 1996] e outras...
A Emenda Constitucional nº 95 adia ou impede alguns compromissos educacionais já estabelecidos, mais uma forma de domesticar a educação brasileira, mais uma estratégia para torná-la submissa e obediente, evitando que torne-se uma obstáculo ao neoliberalismo.
Agradeço sua atenção com o meu trabalho.
Claudia, no seu texto diz que as primeiras políticas públicas surgiram em 1948 na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O fato disso acontecer nessa década é por conta de muitas pessoas ficarem deficientes fisicamente e desenvolverem doenças mentais no período da II Guerra Mundial? Haveria possibilidade dessa política surgir se não houvesse uma disputa global como a guerra?
ResponderExcluirVictor Barros Di Vaio
Olá!
ExcluirA Declaração Universal dos Direitos Humanos realmente foi criada no intuito de reagir de forma contrária as barbáries da Segunda Guerra Mundial, assim, um de seus objetivos, era sim o de assistir as vítimas da guerra através de um pacto que deveria alcançar todos os povos e nações, estabelecendo o compromisso internacional com a proteção universal dos direitos humanos. Em meu ver, sem a segunda guerra mundial, a Declaração Universal dos Direitos Humanos poderia sim não ter sido criada na década de 50, mas o mundo estava caminhando neste sentido e mesmo sem a segunda grande guerra, nas décadas seguintes provavelmente também teríamos desenvolvido um documento como o intuito de proteger os direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição
Eu agradeço a atenção com o meu trabalho.
Cláudia
No artigo, lê-se que houve muitas conquistas no cenário educacional, a partir da década de 1990, que continuam avançando. Porem percebe-se, em contrapartida, que há muito ainda pelo que se conquistar em nome da inclusão educacional, visto que esta reflete fortemente no social. Diante disso, gostaria que comentassem sobre o que poderia se fazer - ou já ter feito - para que a inclusão social no Brasil fosse algo mais abrangente, mais prático e menos teórico. At.te
ResponderExcluirOlá Samuel!
ExcluirAo meu ver, as questões que envolvem a exclusão de pessoas com necessidades especiais são culturais, estruturais e políticas. Então a inclusão educacional verdadeira torna-se uma busca longínqua e complexa. Mas estamos caminhando rumo ao seu encontro quando, recebemos estes indivíduos nas escolas e buscamos formas de entender suas necessidades específicas, abrindo portas para um trabalho efetivo. Quando criamos campanhas que promovem a mudança do pensamento enraizado sobre a deficiência, quando investimos em tecnologias e recursos multifuncionais, quando compreendemos o ritmo individual de aprendizado, e outros...
Eu agradeço sua atenção com o meu trabalho.
Cláudia
No artigo, lê-se que houve muitas conquistas no cenário educacional, a partir da década de 1990, que continuam avançando. Porem percebe-se, em contrapartida, que há muito ainda pelo que se conquistar em nome da inclusão educacional, visto que esta reflete fortemente no social. Diante disso, gostaria que comentassem sobre o que poderia se fazer - ou já ter feito - para que a inclusão educacional no Brasil fosse algo mais abrangente, mais prático e menos teórico.
ResponderExcluirSamuel de Gois Vida
Olá!
ExcluirAo meu ver, as questões que envolvem a exclusão de pessoas com necessidades especiais são culturais, estruturais e políticas. Então a inclusão educacional verdadeira torna-se uma busca longínqua e complexa. Mas estamos caminhando rumo ao seu encontro quando, recebemos estes indivíduos nas escolas e buscamos formas de entender suas necessidades específicas, abrindo portas para um trabalho efetivo. Quando criamos campanhas que promovem a mudança do pensamento enraizado sobre a deficiência, quando investimos em tecnologias e recursos multifuncionais, quando compreendemos o ritmo individual de aprendizado, e outros...
Eu agradeço sua atenção com o meu trabalho.
Cláudia.
A inclusão dos alunos que têm algum tipo de deficiência não se dá de maneira efetiva mesmo hoje no século XXI. As leis, documentos e programas criados e citados no texto foram passos importantes para estas pessoas que devem ter os seus direitos garantidos como todos os outros, principalmente á educação.
ResponderExcluirNo entanto o que pergunto é:
Os problemas da não inclusão efetiva dos alunos com deficiência já são conhecidos, principalmente nas escolas públicas, pois estas já apresentam todos os seus outros problemas de estrutura.
Gostaria de saber das experiências das autoras algo relacionado ás escolas particulares. A inclusão efetiva dos alunos especiais se dá de maneira mais tranquila, ou este é um problema de mesma intensidade em ambos os ambientes (escolas públicas e particulares)?
Olá Francisco!
ExcluirAo meu ver, a inclusão verdadeira é um desafio tanto para as escolas particulares quanto públicas. São dificuldades diferentes, concordo, mas a inclusão segue sendo uma meta distante em nosso país de maneira geral.
Em meu município, as escolas públicas apresentavam dificuldades quanto a metodologia e a estrutura para atender estes alunos, já as escolas particulares, resistem em ter pessoal exclusivo ou com formação específica para a criança com deficiência.
Eu agradeço sua atenção com o meu trabalho.
Cláudia
Olá Francisco!
ResponderExcluirAo meu ver, a inclusão verdadeira é um desafio tanto para as escolas particulares quanto públicas. São dificuldades diferentes, concordo, mas a inclusão segue sendo uma meta distante em nosso país de maneira geral.
Em meu município, as escolas públicas apresentavam dificuldades quanto a metodologia e a estrutura para atender estes alunos, já as escolas particulares, resistem em ter pessoal exclusivo ou com formação específica para a criança com deficiência.
Eu agradeço sua atenção com o meu trabalho.
Cláudia
Reposta logo acima para Francisco.
ExcluirLeitura muito necessária para se pensar a prática pedagógica dita inclusiva de hoje. As autoras abordam muito bem o contexto histórico da educação para os deficientes, mesmo apesar de todas as conquistas alcançadas até hoje, ainda estamos caminhando uma inclusão mais efetiva no âmbito escolar. É importante se pensar não só em condições de ingresso nas escolas, mas também, formas e planos de permanência é fundamental, identificando assim, toda a diversidade das necessidades e das habilidades, criando mecanismos pedagógicos efetivos para serem aplicados em sala de aula, garantindo, também, o acesso aos recursos didáticos e pedagógicos adequados que são requisitos para se caminhar para uma possível inclusão. Dessa forma, a escola terá o papel de se adaptar a esses alunos, e não esses alunos se adaptar a essas escolas. Pensando nisso, quais são os desafios e possibilidades que nós, professores, podemos estar nos deparando ao longo dessa grande jornada, que é a inclusão desses alunos, através da implantação de atividades que não só integre-o na sala de aula, mas promova a participação do mesmo nas atividades propostas para a turma no geral?
ResponderExcluirJaciara Azevedo Rodrigues
Olá Jacira!
ExcluirNosso desafio deixou de ser a matrícula do aluno com necessidade especial na escola regular, e passou a ser, proporcionar a este educando um sistema educacional que respeite, aceite e possibilite seu acesso e permanência independente de sua especificidade, garantindo-lhes uma escolarização com competência e qualidade.
Para promover a participação de toda a classe nas atividades escolares diárias é necessário entender as especificidades que envolvem cada indivíduo, para mim, isto abre as portas para um trabalho efetivo, é necessário campanhas nas escolas que promovam a mudança do pensamento enraizado sobre a deficiência, investir em tecnologias e recursos multifuncionais, compreender o ritmo individual de aprendizado, e outros...
Agradeço sua atenção com o meu trabalho.
Uma leitura extremamente realista. Entender esse processo que a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do adolescente de 1990 e a LDB de 96 fizeram para encararem esse entrave para mudar o cenário, para incluir, é uma conquista,mesmo tendo que melhorar, já dá esperanças para um futuro cada vez mais acolhedor. Que faz a instituição escolar mais próxima do discente e preparada para ajudá-lo a crescer intelectual e socialmente.Mas visando o lado do professor,qual é a sua opinião sobre como ele deve agir perante essa situação de ter um estudante em sua sala que é especial sabendo que principalmente nas escolas públicas não existem verbas suficientes para ajudar o profissional a se capacitar melhor?
ResponderExcluirCarlos Germano Ataides Dos Santos.
Olá!
ExcluirEm primeiro lugar, agradeço sua atenção com o meu trabalho. A cada dia recebemos mais alunos com necessidades especiais em escolas regulares e isso é ótimo, reflete o reconhecimento das nossas diferenças e individualidades. O professor precisa estar preparado para trabalhar com a diferença, e a iniciativa para buscar conhecimento precisa partir dele também, há muita informação disponível na internet ou se pode buscar com profissionais mais experientes, enfim, se esperarmos apenas por formações oferecidas por órgãos públicos estaremos fadados ao fracasso, e o pior, naturalmente esta criança não será inclusa, mesmo estando matriculada numa classe regular.
Espero ter respondido a sua pergunta e novamente, obrigada!
Cláudia
Cláudia e Márcia, parabéns pelo texto e a pesquisa em si! A minha pergunta vai no direcionamento dos professores, ou seja, como podemos nos tornar mais preparados para lidar com a inclusão em sala de aula? Vocês conseguem imaginar algum projeto que possa ser realizado a nível nacional nas graduações de licenciatura?
ResponderExcluirAbraços,
Daniela melo Rodrigues
Olá Daniela!
ExcluirEm primeiro lugar agradeço sua atenção com o nosso trabalho. Ao meu ver, as licenciaturas ainda não conseguem formar um profissional preparado para lidar com os alunos com necessidades especiais, seria necessário mudanças nas estruturas e no currículo destes cursos. Há também o pensamento enraizado que menospreza, diminui, e marginaliza estes indivíduos, assim, existe também a necessidade de campanhas que possam romper com estas concepções socialmente constituídas.
Espero ter respondido a sua pergunta e novamente, obrigada!
Cláudia
Podemos perceber que além da reorganização da estrutura escolar e da formação/capacitação dos profissionais da educação, um obstáculo significativo encontrado para a efetivação da educação inclusiva, está associado à família. Grande parte das famílias dificultam o processo de inclusão e alfabetização por falta de informações e por não reconhecerem e aceitarem as possibilidades que a educação especial pode trazer para seus filhos. Na mesma direção, podemos destacar como obstáculo, principalmente nas escolas públicas, o contexto socioeconômico que algumas famílias estão inseridas. Nesse sentido, gostaria de saber a opinião das autoras sobre as situações supracitadas. E qual caminho a escola deve seguir para melhor atender as famílias com filhos portadores de necessidades educacionais especiais?
ResponderExcluirMatheus Barbosa de Oliveira
Olá Matheus!
ExcluirEm primeiro lugar agradeço sua atenção com o meu trabalho. No processo educacional das crianças com necessidades especiais existem papeis determinados para escola e família. À família cabe participar de forma ativa na educação de seus filhos orientando e incentivando as tarefas escolares, impondo limites e através do exemplo, ensinar a criança a autoridade da escola. Da mesma forma que a escola precisa manter vínculos e relação próxima das famílias destas crianças, no sentido de orientar os pais quanto ao seu papel no processo educacional da criança. Somente através da proximidade é que conseguiremos fortalecer a parceria família/escola, indispensável para a aprendizagem destes alunos.
Espero ter respondido a sua pergunta e novamente, obrigada!
Cláudia
Gostaria de saber, como um professor no século XXI, deveria se portar diante de alunos que vem de uma época diferente, isto é, o professor trabalhando em escolas que pessoas mais velhas e experientes que ele são alunos buscando conhecimento que não tiveram durante sua juventude?
ResponderExcluirJosé Ramon Vieira Soares
Olá José!
ExcluirEm primeiro lugar agradeço sua atenção com o meu trabalho. Formar um professor bem preparado para atender às diversidades de sala de aula deve ser o principal objetivo de todas as reformas pedagógicas.
É preciso mudanças nas estruturas e no currículo dos cursos de licenciatura, para que o professor saia de lá sabendo se portar diante das mais variadas situações e dos mais variados tipos de alunos.
Espero ter respondido a sua pergunta e novamente, obrigada!
Cláudia